Meu Diário
16/01/2022 00h01
SÉCULO 21 (03) – DIÁLOGO COM O PÚBLICO

     Encontrei o pensamento de Yuval Noah Harari mesmo depois de ter adquirido os seus três livros, bastante difundidos no mundo. O autor nasceu em 1976, em Israel, Ph.D. em história pela Universidade de Oxford, é atualmente professor na Universidade Hebraica de Jerusalém. Considerei bastante relevante após ouvir os dois primeiros livros, Sapiens e Homo Deus. Resolvi ler este terceiro livro, 21 Lições para o Século 21, e fazer a exegese por trechos sequenciais. por considerar existir uma falta de consideração com a dimensão espiritual, indispensável para as conclusões que são tomadas em todos os ângulos em investigação histórica. Convido meus leitores especiais a caminhar comigo nesta nova maratona racional onde pego carona com o brilhante intelecto do autor Yuval.



Minha agenda aqui é global. Observo as grandes forças que dão forma às sociedades em todo o mundo, e que provavelmente vão influenciar o futuro do planeta como um todo. A mudança climática pode estar muito além das preocupações de quem está em meio a uma emergência de vida ou morte, mas pode futuramente tornar as favelas de Mumbai inabitáveis, enviar novas e enormes levas de refugiados através do Mediterrâneo, e levar a uma crise mundial dos serviços de saúde.



A realidade é formada por muitas tramas, e este livro tenta cobrir diferentes aspectos de nosso impasse global, sem pretender ser exaustivo. Diferentemente de Sapiens e de Homo Deus, ele não tem a intenção de ser uma narrativa histórica, e sim uma coletânea de lições, as quais não tem por conclusão respostas simples. Elas visam a estimular a reflexão e ajudar os leitores a tomar parte em algumas das principais conversas de nosso tempo.



O livro, na verdade, foi escrito em diálogo com o público. Muitos dos capítulos surgiram como resposta a perguntas de leitores, jornalistas e colegas. Versões anteriores de alguns segmentos foram publicados em diferentes formatos, o que me deu oportunidade de receber feedbacks e refinar meus argumentos. Algumas seções têm por foco tecnologia, algumas política, outras religião ou arte. Certos capítulos celebram a sabedoria humana, outros destacam o papel crucial de sua estupidez. Mas a questão mais abrangente em todos é a mesma: o que está acontecendo no mundo hoje, e qual o significado profundo dos eventos?



Qual o sentido da ascenção de Donald Trump? O que podemos fazer ante a epidemia de fake news? Por que a democracia liberal está em crise? Deus está de volta? Haverá uma nova guerra mundial? Qual civilização domina o mundo – o Ocidente, a China, o Islã? A Europa deveria manter portas abertas aos imigrantes? O nacionalismo pode resolver os problemas de desigualdade e mudança climática? O que fazer quanto ao terrorismo?



O diálogo com o público é importante para autores que querem fomentar um debate e tirar conclusões mais racionais e operacionais em direção a uma sociedade mais harmônica e laboriosa. Por esse motivo o contexto espiritual não pode ficar de fora, por ser um componente da natureza e que a maioria da população espiritual tem uma determinada forma de entender o mundo transcendental e suas exigências. O diálogo com o público oferece a oportunidade de cada um colocar sua opinião e ouvir a opinião dos demais, deixando a razão operar sem preconceitos em busca da direção mais apropriada e não tentando vencer pela força uma situação que deve obedecer a princípios éticos vindos do mundo espiritual e que ninguém pode alterar sem sofrer corrigendas.



Publicado por Sióstio de Lapa em 16/01/2022 às 00h01


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr