Meu Diário
18/01/2022 21h59
PANDA

            Que história interessante! Panda – A História Triste. Livro escrito pela senhora Curren através de uma prancheta que era operada espiritualmente por Patiente, senhora inglesa do século 17 que provavelmente assumia a personalidade de Téia. Sua outra vivência que se passou com Tibério no jardim do Palácio Imperial em Roma.



            Vou reproduzir aqui os trechos em prosa e verso que as autoras espirituais passaram para a senhora Curren, com toda a carga de emoção que despertou em mim.



            Como que se dirigindo ao próprio Cristo:



            Você está tecendo um cordão de ouro. Este é o sorriso dEle que se volta para o passado. A mão da tua serva treme diante da tarefa. Esta lira canta a canção dEle. Pensa você que minha mão pode tocar o tema sem tremer? Trata-se de uma prece que escrevo de tal modo que até o tremor desta mão deve causar uma vibração no ar do céu e derramar a canção sobre a Terra.



            Poesia sobre Jesus contemplando o mar:



            Olhos calmos contemplando o mar,



            Águas agitadas espumando na areia



            Aos pés dEle. O dia, banhado de vermelho,



            Ressoa na tranquilidade da voz suave do mar.



 



            A terra velha, muito velha, sim,



            E, no entanto, tão jovem, rejuvenescida,



            E a sabedoria antiga, indescritível.



 



            E, então, a voz dEle mistura-se ali



            A língua argêntea das ondas que falam.



 



            As águas ondulantes aconchegam



            O próprio murmúrio de Sua prece.



            E até o dia, penso eu,



            Tem sua língua para falar à terra.



 



            A areia fofa agarra-se aos pés desnudos



            Que ainda caminharão sobre agudas pedras.



            Sim, e a terra tinha, por esse tempo, as árvores verdes



            Que explodem em seiva para servir de cruz.



           



            E, de repente, as vozes do mundo



            Gritam e a discórdia se levanta



            No meio da canção celestial que Ele canta.



            E ele se afasta da calma praia



            Através do vale, para sorver a amarga raça.



 



            E eu penso que lá, no silêncio do jardim,



            Me vejo do seu sagrado ser despojada.



            Nenhum irmão de sangue poderia conhece-lo,



            Pois Deus é Deus e o homem tem aproximar-se dele.



            E a terra lá está, inda clamando



            Contra o cântico do amor.



            E, no entanto, eu O vejo ali,



            Olhos calmos postos no mar



            E uma sabedoria indescritível.



            O que Patiente disse em outra noite:



            Vejam! O lado de onde fluiu o sangue ainda chora novas lágrimas até hoje. Ah, o dia! E esse lacrimejar dos idos tempos ainda se repete e, no entanto, Ele, sorrindo, continua a derramá-lo, sempre e sempre. Até o dia que o viu chorar também chora. Acham vocês que esta mão faria aquelas gotas secar, ou quem sabe, tocá-las para que caiam e se transformem em pó, a fim de se agitarem na sua sacralidade, sem um tremor?



            Ah, homens do mundo, vede, vede! Ele caminha por aí, ainda hoje, em vosso tempo. É verdade, e podeis ver as gotas de seu sangue a escorrer até pelos caminhos que trilhais. Sim, e o que fazeis para que essas gotas cessem de cair ao chão? Ele é uma taça aberta que está sempre derramando a torrente pura, sempre, sempre e sempre. Pensais vós que aqueles que tombam banhados em sangue podem estancar lá dentro de si mesmos o próprio fluxo? Não! Ele nasce de novo dentro dEle próprio. É verdade, os braços dEle aconchegam os mares. E Suas mãos apanham até os grãos de pó, como se lhe pertencessem. Pois é, Seus tesouros brilham. E eu vos digo – ah, que alegria! – que muito do que Ele entesoura o mundo joga fora como joio. Ainda que Seu vinhedo se mostre praguejado, mesmo assim, de Suas prensas nada flui senão doces vinhos!



            E finalmente conclui:



            Ouçam! Alguns rasgarão suas vestes até reduzi-las a tiras, mas as tiras voltarão a transformar-se em tecido com as fibras do amor. pois o amor é a urdidura mágica, o amor nunca há de morrer, mas há de renascer dentro de todos os corações que sorvem as palavras dEle.



            a história é interessante, mas outro fato chama a minha atenção. O fato que estou percebendo e transmitindo aqui se passou, presumivelmente, na época do Cristo. Este fato é uma narrativa, que pode ser verdadeira ou falsa, proposital ou inocentemente. Como sair desse dilema. Primeiro, pela ajuda do paradigma que cada um constrói ao longo da vida, que sofre constantes modificações de acordo com os fatos e/ou narrativas que chegam ao nosso racional. A narrativa que acabo de ler, tem sintonia com meus paradigmas cristãos, mesmo que alguns pontos sejam duvidosos. As informações que eu considerar como lógicas, coerente, guardarei em meus paradigmas que irá sendo ajustado e fortalecido. Meu paradigma espiritual, fortemente estabelecido com leituras as mais diversas, chega a um ponto de confrontação com as narrativas materialistas, cujos autores por sua vez, não consideram as minhas como verdade. Constrói-se um abismo, onde a litura de Panda para mim traz dados de uma realidade há muito acontecida no muno material, e para outros, é puro fruto de fantasias de uma mente dominada pelo misticismo.  



Publicado por Sióstio de Lapa em 18/01/2022 às 21h59


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr