Meu Diário
20/01/2022 00h01
SÉCULO 21 (06) – ESTADO DE DIREITO X REVOLTA

            Encontrei o pensamento de Yuval Noah Harari mesmo depois de ter adquirido os seus três livros, bastante difundidos no mundo. O autor nasceu em 1976, em Israel, Ph.D. em história pela Universidade de Oxford, é atualmente professor na Universidade Hebraica de Jerusalém. Considerei bastante relevante após ouvir os dois primeiros livros, Sapiens e Homo Deus. Resolvi ler este terceiro livro, 21 Lições para o Século 21, e fazer a exegese por trechos sequenciais. por considerar existir uma falta de consideração com a dimensão espiritual, indispensável para as conclusões que são tomadas em todos os ângulos em investigação histórica. Convido meus leitores especiais a caminhar comigo nesta nova maratona racional onde pego carona com o brilhante intelecto do autor Yuval.



            Na terceira parte do livro vemos que, embora os desafios tecnológicos sejam sem precedentes e as discordâncias políticas sejam intensas, o gênero humano poderá enfrentar a situação à altura se mantivermos nossos temores sob controle e formos um pouco mais humildes quanto a nossas opiniões. Essa parte investiga o que pode ser feito quanto a ameaça do terrorismo, quanto ao perigo de uma guerra global, e quanto aos vieses e ódios que desencadeiam esses conflitos.



            A quarta parte enfrenta a questão da pós-verdade, e pergunta em que medida ainda somos capazes de compreender desenvolvimentos globais e distinguir os malfeitos da Justiça. Será o Homo sapiens capaz de dar sentido ao mundo que ele criou? Haverá ainda uma fronteira nítida entre realidade e ficção?



            Na quinta e última parte, eu junto todas essas diferentes tramas e lanço um olhar mais geral à vida na era da perplexidade, quando as antigas narrativas históricas desmoronaram, e nenhuma outra surgiu até agora para substituí-las. Onde estamos? O que deveríamos fazer na vida? De que tipo de habilidades necessitamos? Considerando tudo o que sabemos e que não sabemos sobre ciência, sobre Deus, sobre política e sobre religião – o que podemos dizer sobre o sentido da vida hoje?



            Isso pode soar ambicioso demais, mas o Homo sapiens não pode esperar. O tempo está ficando escasso para a filosofia, a religião e a ciência. As pessoas têm debatido o sentido da vida por milhares de anos. Não podemos continuar esse debate indefinidamente. A crise ecológica iminente, a ameaça crescente das armas de destruição em massa e o surgimento de novas tecnologias disruptivas não o permitirão. Talvez o mais importante seja o fato de que a inteligência artificial e a biotecnologia estão dando à humanidade o poder de reformulação e reengenharia da vida. Muito em breve alguém terá de decidir como usar esse poder – com base numa narrativa implícita ou explícita sobre o sentido da vida. Filósofos são muito pacientes, mas engenheiros são muito menos, e investidores são os menos pacientes de todos. Se você não sabe o que fazer com o poder de reengenharia da vida, as forças do mercado não vão esperar mil anos por uma resposta. A mão invisível do mercado imporá sua resposta cega. A menos que você se compraza em deixar o futuro da vida à mercê de relatórios de contabilidade, é preciso ter uma ideia clara do que é a vida.



            A investigação do que pode ser feito quanto a ameaça do terrorismo, é bom que se esclareça essa condição. Esta é uma guerra declarada entre o Estado de Direito e os Estado de Revolta onde se colocam algumas pessoas, que usam armas e matam discriminada ou indiscriminadamente pessoas e instituições. Esta guerra se torna desigual pois o Estado de Direito considera para as pessoas que pertencem ao Estado de Revolta os mesmos critérios éticos que são aplicados aos seus cidadão, o que não acontece com o Estado de Revolta, com a sua matança generalizada. Para essa guerra ser melhor equalizada, todas as pessoas que fossem capturadas pelo Estado de Direito deveriam ser submetidos aos meus critérios que o Estado de Revolta aplica aos cidadãos do Estado de Direito, isto é, eliminação sumária. Caso um cidadão do Estado de Direito fosse sequestrado como refém para se obter qualquer negociação, este cidadão já estaria conscientizado que sua vida foi eliminada, pois qualquer negociação nesse sentido fortalece o Estado de Revolta, mesmo que traga benefícios no sentido individual, e este é o apelo que os terroristas e sequestradores apostam.



            Essa postura racional de todos os cidadãos do Estado de Direito daria um sentido mais claro ao mundo, mostrando para onde a sociedade caminha e sem ser vítima de qualquer chantagem que prejudique a coletividade, pois com certeza irá prejudicar a médio ou longo prazo os interesses individuais.



            Neste sentido observamos a derrocada de tantas civilizações, sociedades, que se deixam infiltrar por interesses espúrios que terminam por contaminar sua vitalidade que leva a destruição. A proposta do Reino de Deus apresentada pelo Cristo é a melhor opção que temos para dar sentido à nossa vida, mesmo que leve a morte muitas pessoas que cumprem com fidelidade os seus preceitos. Vejamos o martírios da quase totalidade dos apóstolos e do próprio Cristo, na luta para a implantação desta ideologia.



Publicado por Sióstio de Lapa em 20/01/2022 às 00h01


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr