Encontrei o pensamento de Yuval Noah Harari mesmo depois de ter adquirido os seus três livros, bastante difundidos no mundo. O autor nasceu em 1976, em Israel, Ph.D. em história pela Universidade de Oxford, é atualmente professor na Universidade Hebraica de Jerusalém. Considerei bastante relevante após ouvir os dois primeiros livros, Sapiens e Homo Deus. Resolvi ler este terceiro livro, 21 Lições para o Século 21, e fazer a exegese por trechos sequenciais. por considerar existir uma falta de consideração com a dimensão espiritual, indispensável para as conclusões que são tomadas em todos os ângulos em investigação histórica. Convido meus leitores especiais a caminhar comigo nesta nova maratona racional onde pego carona com o brilhante intelecto do autor Yuval.
No passado, adquirimos o poder de manipular o mundo a nossa volta e de remodelar o planeta inteiro, mas, como não compreendemos a complexidade da ecologia global, as mudanças que fizemos inadvertidamente comprometeram todo o sistema ecológico e agora enfrentamos um colapso ecológico. No século que vem, a biotecnologia e a tecnologia da informação nos darão o poder de manipular o mundo dentro de nós e de nos remodelar, mas porque não compreendemos a complexidade de nossa própria mente as mudanças que faremos podem afetar nosso sistema mental de tal modo que ele também vai quebrar.
As revoluções em biotecnologia e tecnologia da informação são feitas por engenheiros, empresários e cientistas que têm pouca consciência das implicações políticas de suas decisões, e que certamente não representam ninguém. Parlamentares e partidos serão capazes de assumir essas questões? No momento, parece que não. O poder disruptivo da tecnologia nem chega a ser prioridade na agenda política. Assim, durante a corrida presidencial de 2016 nos Estados Unidos, a principal referência a uma tecnologia disruptivas foi relativa ao escândalo dos e-mails de Hillary Clinton, e, apesar de tudo que se disse sobre o fechamento de postos de trabalho, nenhum candidato mencionou o impacto potencial da automação. Donald Trump avisou aos eleitores que mexicanos e chineses iriam tomar seus empregos, e que, portanto, eles deveriam construir um muro na fronteira mexicana. Ele nunca avisou aos eleitores que algoritmos iriam roubar seu trabalho, nem sugeriu que se construísse um sistema de proteção cibernético na fronteira com a Califórnia.
O animal cheio de egoísmo, criado na era dos tempos pela evolução biológica, permanece dentro do homem moderno com seu colarinho branco. A Bíblia oferece uma pista quanto a isso, no livro de Jó, quando é citado o Behemoth, o monstro energético criado por Deus, com suas 7 cabeças correspondendo aos 7 pecados capitais, para proteger a integridade do nosso corpo. É este homem que conduz as revoluções na biotecnologia e tecnologia da informação. Então, os resultados alcançados, por esse homem animalizado, serão colocados em benefício do próximo?
Pelo contrário, quanto mais longe esse “próximo” se mantiver dos benefícios que forem alcançados com essas novas tecnologias, melhor. Daí as propostas separatistas de levantamento de muros, delimitação de fronteiras e construção de armas. Esta é a evolução que está em curso, numa rota de destruição mútua.
Somente quem pode alterar o destino dessa rota é a narrativa do cristianismo para a construção do Reino de Deus através da nossa reforma íntima.