Encontrei o pensamento de Yuval Noah Harari mesmo depois de ter adquirido os seus três livros, bastante difundidos no mundo. O autor nasceu em 1976, em Israel, Ph.D. em história pela Universidade de Oxford, é atualmente professor na Universidade Hebraica de Jerusalém. Considerei bastante relevante após ouvir os dois primeiros livros, Sapiens e Homo Deus. Resolvi ler este terceiro livro, 21 Lições para o Século 21, e fazer a exegese por trechos sequenciais. por considerar existir uma falta de consideração com a dimensão espiritual, indispensável para as conclusões que são tomadas em todos os ângulos em investigação histórica. Convido meus leitores especiais a caminhar comigo nesta nova maratona racional onde pego carona com o brilhante intelecto do autor Yuval.
No início da década de 1990, pensadores e políticos declararam o “Fim da História”, afirmando com segurança que todas as grandes questões políticas do passado haviam sido resolvidas, e que o renovado pacote liberal de democracia, direitos humanos, livres mercados e serviços públicos de bem-estar social eram a única opção disponível. Esse pacote parecia estar destinado a se espalhar pelo mundo, superar todos os obstáculos, apagar todas as fronteiras nacionais e transformar o gênero humano em uma comunidade global livre.
Mas a história não chegou ao fim, e depois do momento de Francisco Ferdinando, do momento de Hitler e do momento de Che Guevara, encontramo-nos agora no momento de Trump. Desta vez, no entanto, a narrativa liberal não enfrenta um oponente ideológico coerente como o imperialismo, o fascismo ou o comunismo. O momento de Trump é muito mais niilista.
Enquanto todos os movimentos do século XX tinham uma visão que abrangia toda a espécie humana – fosse dominação, revolução ou libertação global -, Donald Trump não oferece nada disso. Exatamente o contrário. Sua mensagem principal é que é tarefa dos Estados Unidos formular nem promover qualquer visão global. Da mesma forma, os formuladores e apoiadores do Brexit dificilmente têm um plano para o futuro do Reino Desunido – o futuro da Europa e do mundo está muito além do seu horizonte. A maioria das pessoas que votaram em Trump e no Brexit não rejeitaram o pacote liberal inteiro – elas perderam a fé principalmente na parte sobre a globalização. Ainda acreditam na democracia, no livre mercado, nos direitos humanos e na responsabilidade social, mas acham que essas ideias belas só devem ir até a fronteira. Na verdade, acreditam que, para preservar a liberdade e a prosperidade em Yorkshire ou no Kentucky, é melhor construir um muro na divisa e adotar políticas não liberais em relação a estrangeiros.
Observa-se cada vez mais uma tendência em aplicar as lições de bem-estar social às populações que se queiram governar, porém muito longe da essência cristã. Pelo contrário, a narrativa do comunismo penetra sutilmente na Igreja Católica e utiliza os valores da fraternidade para corromper os ensinamentos do Cristo e a viabilizar um autoritarismo que bem estabelecido passa a destruir toda a estrutura religiosas. Mesmo sem estar na linha de frente do combate, o cristianismo ainda fica sendo ameaçado de destruição, talvez os adversários tenham a intuição do potencial que está ali adormecido.
Continuamos nos idos de 2020 com a preocupação de aplicar alguns ensinamentos cristãos para o nosso próprio bem-estar e deixar os outros excluídos, sem procurar construir a família universal que o Cristo disse ser fundamental para a formação do Reino de Deus. Mas para isso tem que se dar o primeiro passo, de reformar a intimidade de nosso coração, tirando dele todo o excesso de egoísmo.