Vou fazer este trabalho de resgate da nossa História, transferindo para este espaço o documentário produzido pela Brasil Paralelo, publicado em 20 de setembro de 2017, com a participação de diversos convidados que colocam suas opiniões, como forma de contribuir para o burilamento de nossas consciências quanto a Verdade.
Quando você observa a sociedade islâmica, você ver tudo diferente. Todos os valores são diferentes. E Portugal passou por um tempo pelo domínio islâmico. Você percebe valores islâmicos, não só na linguagem, nas palavras como alface e algodão, mas também em outros valores.
Por exemplo, na organização militar. Dentro de nossa visão, era mais um cavaleiro querendo se tornar digno, se auto sacrificando por uma causa maior no campo de batalha. Enquanto os islâmicos tinham uma visão mais coletivista, mais organizada.
Então Portugal e Espanha aprendem, eles mantem o heroísmo cristão e a técnica islâmica aprendida. Porque primeiro eles sofreram. Se observamos o mapa, os mulçumanos conquistaram a Península Ibérica quase por total, fica apenas um pequeno pedaço de resistência, as Astúrias, quando foi feita a reconquista.
Passaram quatro séculos desde que os muçulmanos tomaram a cidade de Jerusalém. Impediram a peregrinação dos cristãos que queriam visitar a tumba de Cristo.
A vida ocidental nessa época era de derrotados e sem esperanças. A cada ano, a fé deixa de existir. O temor ao Senhor já não prevalece entre os homens. A justiça desapareceu do mundo e a violência domina as nações. A mentira, a traição e a perfídia, paira sobre os homens. A virtude não existe e nessa época é algo sem valor.
O mal reina em seu lugar.
Se voltássemos no tempo, até o século 11, seria difícil acreditar em nossos olhos. A Europa parecia uma região amaldiçoada. Os governos centrais não eram organizados, e as monarquias ainda engatinhavam repletas de grandes castelos que roubavam e guerreavam entre si. Era uma terra devastada e sem leis.
Em uma decisão sem precedentes, o Papa promete um lugar no paraíso para as almas daqueles que marcharem para Jerusalém e tomarem a Terra Santa.
Para o Papa, era a oportunidade perfeita para unificar o Cristianismo ocidental e oriental, e colocar a Igreja novamente no centro da cena política mundial. Se não era possível a vida em paz na Europa, seu povo decidiu buscar uma vida melhor neste mundo ou no próximo.
Estava inaugura da era das Cruzadas. Agora milhares de cristãos de toda a Europa marcharam para tomar Jerusalém das mãos dos seguidores de Maomé.
Podemos verificar que o tempero que constrói uma sociedade, que lhe dá um rumo a seguir, uma ética a perseguir, é a fé. O Cristo chegou e nos temperou com suas lições de amor em nome do Pai de todos nós. Ensinou a obrigação que devemos ter junto à sintonia com o Pai, de sermos fraternos uns com os outros, fazendo ao próximo aquilo que desejamos ser feito conosco. Como dizer que tal ética é errada? Somente se a intenção é adquirir vantagens pessoais à custa do próximo, como fazer corrupção, praticar a mentira, a violência, a destruição, em busca de atingir esses objetivos.
Não vamos dizer que o Cristianismo é a resposta suficiente para nos transformar de repente em anjos celestiais, deixar nossa condição de animal egoísta para um cidadão fraterno. Observamos que mesmo dentro das sociedades cristãs, mesmo dentro das próprias igrejas cristãs, se observa a corrupção, a perversão dos costumes, a apostasia do que o Cristo ensinou.
Então, a tarefa de construir a sociedade ideal, com justiça, paz e liberdade, como previsto no Reino de Deus, não é tão fácil de ser alcançada. O primeiro passo é reconhecer qual a ideologia mais adequada a esse desiderato. No confronto com as demais, devemos usar da racionalidade para chegar a essa conclusão. Visto qual a melhor fé ou ideologia, devemos fazer cumpri-la com objetividade, pragmatismo, honestidade.
Estamos inseridos dentro do Cristianismo, mas isso não nos impede de avaliar todas as outras ideologias ao redor do mundo e aplicar nossa racionalidade cheia de ciência e tecnologia para fazer o diagnóstico mais apropriado.
As Cruzadas foram um movimento armado para garantir a existência de uma fé considerada até hoje mais apropriada para uma boa parcela da humanidade. Não queremos dizer que ela é a mais correta ou que a estratégia de defende-la foi a mais apropriada, pois este é o trabalhos que iremos desenvolver ao longo de nossas reflexões apoiadas em diversas discussões feitas por diversos pensadores e ideólogos. O importante é que sejamos honestos com a verdade, que não queiramos transformar tudo na verdade subalterna que acreditamos, geralmente em detrimento de tantos que não a aceitam.