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26/03/2022 00h01
VIDA APÓS A MORTE (04) – EXPERÊNCIAS DE QUASE-MORTE

            Iremos fazer reflexão sobre a série documental originária da Netflix “Vida após a morte” que trata sobre o tema vida-morte com relato de pessoas interessadas e capacitadas, sem interesse religioso ou ideológico de qualquer espécie.



UNIVERSIDADE DA VIRGÍNIA – CHARLOTTESVILLE



DIVISÃO DE ESTUDOS PERCEPTIVOS



UNIVERSIDADE DA VIRGÍNIA



            Uma experiência de quase-morte, as vezes chamada de EQM, é uma experiência profunda que muitas pessoas têm ao se aproximar da morte. Provavelmente entre 10 e 20% das pessoas cujos corações chegam a parar relatam experiências dramáticas de quase-morte. Aqui na Divisão de Estudos Perceptivos estudamos a possibilidade de que algo dos humanos possa sobreviver à morte corporal. A visão geral e materialista da realidade é a de que a matéria física controla tudo. Assim, quando o cérebro para de funcionar, a consciência acaba. Então, a ideia de que uma parte da consciência permaneça ativa, conflitua com um principado bem básico. (Bruce Greyson, MD – Prof. Emeritus Psychiatry & Neurobehavioral Sciences).



Mas a questão do que acontece depois que morremos é algo que intriga os humanos desde os primórdios da humanidade. Estamos fazendo essa pesquisa há quase 50 anos. Estudamos médiuns, pessoas que dizem se comunicar com os mortos. Estudamos visões que acontecem no momento da morte. Estudamos a reencarnação e vária outras experiências que ocorrem espontaneamente no limite entre a vida e a morte, como as experiências de quase-morte (Jim Tucker, MD – Director, Division of Perceptual Studies).



Se analisarmos a história, veremos que as experiências de quase-morte ocorrem desde os tempos pré-históricos. Mas a primeira compilação dessas experiências foi organizada em 1892 por Albert Heim, um geólogo suíço. Enquanto escalava os Alpes, ele caiu e teve uma bela experiência ao cair da montanha. Ele descreveu o tempo expandindo cada vez mais rápido. Ele ficou tão impressionado que passou a questionar outros alpinistas e logo coletou outros 30 casos de pessoas que caíram de grandes alturas e tiveram experiências incríveis. E, nos anos 60 e 70, surgiu a medicina de reanimação.



Compressão torácica externa é a melhor técnica de resgate para circulação artificial. Passamos a trazer de volta pessoas à beira da morte em grandes quantidades. Muitas pessoas voltaram e relataram experiências incríveis nas quais deixavam seus corpos e viajavam para outro reino.



Os pacientes dizem que veem algo descrito como um túnel, uma passagem, um portal. Eles entram nesse túnel e quando saem, veem uma luz brilhante, calorosa, amorosa e acolhedora (Raymond Moody, MD, 1998).



Em 1975, Raymond Moody escreveu o livro “Vida Depois da Vida”, que fez muitas pessoas, inclusive eu, levassem a sério experiências de quase-morte. Quando o livro de Raymond Moody foi lançado, eu achava que experiências de quase-morte não passavam de besteiras e que eles ocorriam apenas nos Estados Unidos, na Califórnia. Na Inglaterra? Não. Somos muito sensatos para ter experiências assim. Mas sou um neuropsiquiatria, e um dia um cara entrou no meu consultório. Após um cateterismo cardíaco dar errado, ele saiu do corpo dele, assistiu a reanimação e teve uma experiência de quase-morte. E lá estava eu, em conflito. Eu acreditava ou não? Bem, antes de tirar conclusões, eu decidi que devia estudar mais. Então, venho estudando experiências de quase-morte há 40 anos. A ciência que temo é uma ciência materialista, diz que tudo depende do cérebro. Então, quando o cérebro para de funcionar, você não pode estar consciente. Mas, durante uma experiência de quase-morte, acontecem expansões de consciência mesmo após o cérebro parar de funcionar. Então, nem tudo depende do cérebro (Peter Fenwick, MD – Neuropsychiatrist, University of Cambridge).



Os relatos mostram uma realidade que está fora dos atuais conceitos materialistas. A existência de uma consciência funcionando fora do ambiente cerebral é inadmissível para a ciência materialista. Mas, que outra justificativa podem ser dadas a esses relatos dentro do materialismo? Enquanto essas justificativas não chegam de forma esclarecedora e que negue definitivamente a existência dessa consciência sem corpo, sem cérebro, aprofundemos o estudo dos relatos procurando outra forma de conciliar tudo que está sendo dito. Afinal, a existência de um mundo transcendental povoado de inteligências sem corpo é uma constante nos relatos ao redor do mundo, em qualquer época. Por que então, o autoritarismo materialista deseja anular algo que ele não pode explicar? Apliquemos a velha fábula, “enquanto os cães ladram, a caravana segue”. Enquanto as críticas preconceituosas chovem ao nosso redor, avancemos com os estudos de uma realidade que não é alcançada pelos sentidos naturais, mais que a inteligência, a racionalidade, a lógica, apontam para a sua existência, e o pouco que possuímos de sabedoria nos diz para seguir nesse caminho, de estudos da nova constante realidade que nos é apontada.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 26/03/2022 às 00h01