Vou fazer este trabalho de resgate da nossa História, transferindo para este espaço o documentário produzido pela Brasil Paralelo, publicado em 20 de setembro de 2017, com a participação de diversos convidados que colocam suas opiniões, como forma de contribuir para o burilamento de nossas consciências quanto a Verdade.
Foi justamente no acampamento de Santa Fé que Colombo assistiu a queda de Granada e tenta convencer Isabel a patrocinar a navegação.
Qual a influência da navegação? O que as grandes navegações de Portugal e Espanha tem a ver com a reconquista?
Temos que ver que estamos falando acerca de um processo de mais de 700 anos de luta por posse de territórios. Lá da distante Astúrias, os cristãos foram crescendo, foram se expandindo até conquistar todo seu território.
Eles foram formados, geração após geração na conquista e desbravamento do território. Até que não tem mais território a conquistar. Só resta o mar.
Cristóvão Colombo conseguiu de Isabel e Fernando o financiamento para sua expedição. Era um objetivo que já tinha sido negado por outros reis, inclusive pelo de Portugal.
Em 1492, Colombo descobriu o que ele chamou: Índias Ocidentais. Eram as ilhas da América Central.
Esta descoberta tornou necessário dividir as zonas de influência entre espanhóis e portugueses nas navegações. Para isto, foi assinado o Tratado de Tordesilhas, onde fora da Europa, os portugueses ficavam com um território a leste do meridiano, enquanto os espanhóis ficavam com um território a oeste.
Até então, apenas uma pequena parte dividida pelo tratado tinha sido vista pelos europeus, sendo dividida apenas no papel.
Imediatamente após a primeira viagem de Colombo, vários exploradores seguiram na mesma direção. Mas eles já tinham noção de que havia algo do outro lado do Atlântico, a tal ponto que quando houve o tratado entre Espanha e Portugal, eles insistiram que demarcação da linha fosse de 70 milhas para oeste, de onde veio o Tratado de Tordesilhas.
Não se deve desprezar o imenso valor que este país tem, o Brasil, de ter nascido de um esforço técnico e político de um povo de pequeno território e que foi a primeira nação organizada da Europa, localizada num canto da Península Ibérica e que em determinada época de sua trajetória dividiu o mundo em duas partes: uma parte para eles mesmo e outra parte para a Espanha. Eles tinham poder, cacife político para isso. E conseguiram isso através do empenho do seu povo.
Povos que nunca antes tinham se visto, estavam prestes a se encontrar. Em 1497, Portugal enviou Vasco da Gama para encontrar um caminho marítimo para a Índia, contornando pela primeira vez a África.
Três meses após a saída, a frota que comandava já estava navegando em águas desconhecidas para os europeus.
Em Moçambique tiveram que se passar por islâmicos e quase tiveram seus navios roubados, até que finalmente, 10 meses depois, alcançou o destino indiano e estabeleceu a rota do Cabo mantendo um caminho aberto para a Índia.
Na hora de regressar, navegando contra o vento em algumas partes da jornada que duravam apenas 23 dias, passaram a gastar 132 dias. Metade da tripulação pereceu.
E das navegações, dos 148 navegadores que estavam lá, só duas delas com um total de 55 homens, retornaram a Portugal.
Vasco da Gama chegou um mês depois em sua companhia, tendo que sepultar seu irmão mais velho no caminho.
No seu retorno, ele foi recompensado como o homem que finalizou o plano que levou 80 anos para ser cumprido. Recebeu o título de Almirante-Mor dos mares da Índia.
E em 1499, houve a notícia que os portugueses tinham descoberto a Índia verdadeira. A viagem era a mais longa até então realizada. Superior a uma volta completa ao mundo. Seria eternizada no épico – Os Lusíadas, escrito por Luiz Vaz de Camões. Um feito inacreditável que seria superado logo no ano seguinte.
As grandes navegações daquela época podem ser comparadas atualmente à NASA, as viagens no campo espacial, o cabo Canaveral e os esforços dos Estados Unidos do século XX. Não sei quais foram as aventuras mais arrojadas, se não foram aquelas dos navegadores, que se jogavam no mar aberto num tempo cheio de superstições, receios, medos incertezas, navegando em mares nunca dantes navegados.
A saída desses homens, esta expansão marítima, é uma característica fundamental de heroísmo, de empreendimento humano. Homens ficaram pelos caminhos, ao longo de toda tradição marítima.
Portugal tem o privilégio de ter nos mares o seu maior cemitério. Tem versos do poeta Fernando Pessoa que diz: Oh, mar salgado, quanto de seu sal são as lágrimas de Portugal!
E depois, no final desses versos ele diz: “Valeu à pena? Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”.
Imagino o quanto foi empolgante naquela época ver toda essa movimentação em torno das navegações, homens destemidos que se lançavam ao alto mar, enfrentando medos e superstições, em longas jornadas de meses, sem nenhuma segurança quanto o retorno. Quanta esperança, saudades e lágrimas registradas nos livros diários das embarcações nos oceanos desconhecidos e na literatura poética da terra-mãe. Estes deveriam ser os aspectos transmitidos a todas as gerações, mostrando os feitos heroicos de nossos antepassados e não criarem narrativas tendenciosas para atingirem benefícios iníquos com o embuste sobre nossas consciências. Esse é um crime que nossas leis aqui no mundo material ainda não consegue alcançar, mas com certeza, no mundo espiritual a justiça divina não será cooptada por esses interesses egoístas, e muitos dos que praticam tais enganações com falsas narrativas, voltam a este planeta de provas e expiações na condição de retardados mentais, muita vezes alimentados em suas deficiências por aqueles a quem enganou e que vivem também em vida de sofrimento.
Mas a verdade sempre triunfará, não importa o tempo que leve para isso acontecer. E a verdade sempre nos libertará, pois esta foi a mensagem do Cristo.