Somos formados de uma combinação entre o Espírito, criação direta de Deus, com o corpo animal, criação indireta de Deus. O processo evolutivo ocorre para ambos. Para o corpo material, que se originou nos mares primitivos na forma de seres unicelulares, coacervados, adquirindo experiência e complexidade, até alcançar o nível humano, capaz de reconhecer a própria existência e as leis morais que vêm do Criador. Por outro lado, a evolução do Espírito, criado simples e ignorante, necessita da experiência da evolução material para adquirir os conhecimentos capazes de compreender as leis morais e agir com ética frente as diversas oportunidades que surgem no plano da vida.
Então, compreendo esse processo evolutivo em duas dimensões bem coordenado pelas principais escolas espirituais que defendem o amor como a essência do Criador. Meu Espírito estar gerenciando este corpo animal, cheio de fortes instintos em busca do prazer e melhora das estratégias de sobrevivência, tanto na acumulação de alimentos, drogas recreativas, dinheiro, poder e sexo. A vontade de Deus conforme ensinado por Jesus, é que construamos a família universal como pré-requisito para a construção do Reino de Deus aqui na Terra. Por ter assimilado esta lição, procurei praticar o amor incondicional, o mais próximo que existe da essência de Deus e passei a agir com o meu próximo com a bússola comportamental que o Mestre ensinou: “Fazer ao próximo aquilo que desejo ser feito comigo” ou o seu inverso, “Não fazer ao próximo aquilo que não desejo ser feito comigo”.
Com esta nova compreensão da lei de Deus, mudei meus paradigmas e construí uma nova narrativa, incompatível com o casamento tradicional que defende a exclusividade do amor. Passei a desenvolver uma relação de amor inclusivo que, verificando a ética de não ferir o amor incondicional, e podendo ser aplicado a bússola comportamental, nenhum preconceito poderia impedir o meu novo comportamento, que favorecia a família universal e o Reino de Deus. Para iniciar esta caminhada com este novo atributo cognitivo, me armei de coragem para enfrentar os diversos obstáculos que iria ter à minha frente, principalmente com as companheiras com as quais houvesse oportunidade sexual.
Em um só corpo e mente existe o instinto animal e o raciocínio espiritual. Sabendo da minha missão em construir a família universal / Reino de Deus, observo que não posso restringir o impulso sexual que é fundamental para a aproximação homem/mulher, geração de filhos e formação da família. Mas tudo isso sem perder a ética divina.
Dessa forma chego a agir com atitudes que ferem frontalmente os valores culturais que a sociedade ocidental defende. Não vou publicar que tenho tais atitudes, nem mesmo neste espaço. Tenho que colocar na caixa preta com a etiqueta de omissão, esperando que um dia a compreensão humana chegue ao ponto de considerar como ato normal dentro da vontade de Deus. É o mesmo procedimento que Jesus teve quando achou por bem omitir determinados ensinamentos, pois as ovelhas ainda não estavam preparadas para assimilá-los, e ele podia muito bem deixar a perder todos os demais ensinamentos que estavam sendo compreendidos.
Agora, quando tal comportamento é descoberto e vem a público, não posso usar a mentira ou falsas narrativas para negá-los. Eu me sentiria como o Pedro negando o Cristo, se eu negasse a Verdade. Devo assumir o ônus do que fiz explicando os motivos para quem tem ouvidos para ouvir. Mesmo que eu seja punido por tal comportamento, não terei comigo qualquer arrependimento, sentindo que estou sintonizado com o Pai no que estou fazendo, e que isso será mais um atributo a ser praticado na vigência do Reino de Deus que também procuro colaborar com sua construção na nossa realidade material.