Encontrei um resumo conciso da vida moral cristã nas palavras de Alban Butler, no seu livro sobre a Vida dos Santos:
O espírito e o exemplo do mundo incutem na mente de muitos o erro de que existe uma espécie de meio-termo para ir para o céu; e assim, porque o mundo não vive de acordo com o Evangelho, eles (os tíbios) rebaixam o Evangelho para o nível do mundo. Não é por este exemplo que devemos medir a regra cristã, mas pelas palavras e pela vida de Cristo. Todos os Seus seguidores temos a ordem de trabalhar para a perfeição, assim como nosso Pai celestial é perfeito, e levar Sua imagem em nosso coração para que sejamos seus filhos. Somos obrigados pelo Evangelho a morrer para nos mesmos lutando contra o amor-próprio em nossos corações, pelo domínio de nossas paixões, aceitando em nós o espírito de nosso Senhor. Aqui não há distinção feita ou prevista entre os apóstolos, o clero, e pessoas religiosas e seculares. Os primeiros, de fato, assumem certas obrigações mais estritas, como meio de cumprir esses fins com mais perfeição; mas a lei da santidade e do desprendimento do coração do mundo é geral e liga todos os seguidores de Cristo.
Seguir ao Cristo implica numa forte determinação. Não é fácil deixar em segundo plano os interesses do Behemoth, o monstro energético que Deus criou dentro de nós para proteger os interesses do nosso corpo, mas que precisa do controle do espírito para não extrapolar e terminar fazendo mal ao próximo e geralmente a si mesmo.
Ter a firmeza de seguir o Evangelho com determinação, motivação, energia e coragem, não é simples. Esse significado de morrer para nós mesmo para fazer a vontade do Pai, assim como fez Paulo com tanta dificuldade, deve ser uma meta para nós que nos dizemos ser cristãos. Não é preciso ter um alto cargo eclesiástico para procurar fazer isso. É dever de todos nós.
Neste tempo de crise, onde a mentira, a ganancia e a corrupção impera no meio social, nós, cristãos, somos convocados a fazer a vontade do Pai no meio do caos, construir a família universal, sem destruir a família nuclear, pavimentando a entrada do Reino de Deus em nosso contexto social.
A tibieza pode ser nosso maior empecilho, associada à preguiça, uma das sete cabeças do Behemoth. Tenho uma responsabilidade maior, pois muito e me foi dado pelo Pai, e agora muito tenho que agradecer. Frente ao julgamento de Deus todos somos iguais e cada um recebeu os talentos que mereceu. A decidir segui o Cristo estamos obrigados a obedecer ao Evangelho e seguir a vontade de Deus conforme o nosso entendimento, sem ferir a lei do amor incondicional e seguindo a bússola comportamental que Jesus nos ensinou: “Fazer ao próximo aquilo que desejamos ser feito para nós.”