Iremos fazer reflexão sobre a série documental originária da Netflix “Vida após a morte” que trata sobre o tema vida-morte com relato de pessoas interessadas e capacitadas, sem interesse religioso ou ideológico de qualquer espécie.
Pesquisadores psíquicos distinguem dois tipos de mediunidade. As chamadas mediunidade física e mental. A mental prova a sobrevivência através das comunicações da médium. Já a física prova a sobrevivência através de fenômenos físicos. Por exemplo, numa sessão, as pessoas se sentavam ao redor de uma mesa, e a mesa vibrava ou ate levitava. Coisas como instrumentos musicais eram incluídos na sala, e eles começavam a tocar espontaneamente. Objetos apareciam e desapareciam na frente de todos.
FOTOS DO DR. REID
A mediunidade física é fascinante. E, embora às vezes os pesquisadores se decepcionassem com as fraudes, havia outras sessões nas quais muitos fenômenos ocorriam que eram impossíveis de explicar como aconteceu e davam provas concretas da ocorrência da sobrevivência da consciência, da vida.
ZENDEREN, HOLANDA
RETIRO DE FORMAÇÃO DE MÉDIUNS
Eu sei que a consciência sobrevive à morte. Como médiuns, nos abrimos para o mundo espiritual. Levamos nossa percepção ao mundo deles, e eles se aproximam em nossa energia. Criamos um espaço de encontro para os dois mundos se unirem. (Nicole de Haas – Médium física)
Estou num centro que tem oficinas e cursos sobre mediunidade. É muito interessante, porque eu tenho duas funções. Vivo coletando informações e tentando documentar as coisas. Também estou aqui como alguém com interesse pessoal no que é a experiência da mediunidade física. E em como é uma sessão com um médium físico. No mundo em que vivemos, a mediunidade física é muito rara. Esta é uma das poucas oportunidades que as pessoas têm de ver a médium física Nicole de Haas trabalhar e ter uma sessão com ela.
Aqui é como minha segunda casa. É um lar espiritual para o desenvolvimento, onde a qualidade do ensino sobre mediunidade é uma das melhores do mundo. Médiuns mentais me disseram que não é preciso nascer com essa habilidade. Que você pode treinar e desenvolvê-la depois de adulto. As pessoas que vêm ao retiro já tiveram alguma experiência com suas habilidades naturais. Querem aperfeiçoá-las para se tornarem médiuns melhores. (Nicole de Haas – Médium física)
Bem-vindos a este lugar lindo. Esta semana se chama Explorações da Alma. É uma semana para estudarmos diferentes formas de mediunidade. Pessoas do mundo inteiro vêm estudar todos os aspectos da mediunidade. Transe, cura, espiritualismo. Temos palestras, tutoriais, meditações pela manhã. Prestem atenção nas palavras e na relação delas com sua vida. As pessoas que comparecem a esta semana estão procurando a habilidade natural dentro delas. Elas querem entende-la. E trabalhar com ela. (Nicole de Haas – Médium física)
São energias e o efeito que elas têm sobre nós. Elas nos deixam um pouco tontos. Ensinamos às pessoas sobre espiritualidade. Sobre mediunidade, comunicação entre os dois mundos, cura.
Se trata da certeza da vida eterna e da certeza de que sobrevivemos após a morte física. Ensinamos a mecânica da mediunidade. Explicamos como a alma funciona em um nível psíquico.
- Você já teve uma sessão com a Nicole?
- Só uma vez.
- Está bem. Um amor. Tem um processo de luto acontecendo. Vir aqui os ajuda a lidar com isso e talvez se conectar com algum ente querido.
Acho que a melhor parte para as pessoas é a sessão espírita.
- Recebeu um formulário de sessão?
- Sim, eu já mandei por e-mail.
- Tudo bem.
A mediunidade é uma jornada de cura. Eu digo aos alunos que uma das razões pelas quais escolheram vir aqui é curar a si mesmos. (Nicole de Haas – Médium física)
- Muito prazer.
- Prazer.
- Bem-vinda.
- Obrigada. Em 2014 o meu pai faleceu. Tive a sensação que ele queria conversar, fazer contato. Vim aqui para desenvolver e estudar uma forma de mediunidade para entender o que mais ele quer dizer.
Eu vim para aprender, para conseguir as ferramentas para trabalhar com os espíritos em casa. Estou sempre em situações sensíveis, porque sou agente funerária. Quando venho aqui, me lembro de que não é a minha dor. E de que há vida depois disso. (Ilce – Agente Funerária, Holanda)
Meu pai morreu há três meses. Ele acreditava na vida após a morte. Como cientista minha mente científica e minha mente curiosa, infantil e exploradora, conversam entre si. E cada uma diz uma coisa. “Isso não pode ser real”, “Mas é, aposto que é”. Elas têm esse tipo de conversa. (Sonja – Química, Alemanha)
Como o budismo se mistura com o espiritualismo ocidental e como isso se mistura com a tradição mexicana, por exemplo? Eu me sinto sozinho neste mundo. Tem que haver um jeito de fazer essa comunicação. Fazer uma conexão com este mundo invisível que existe.
Quando meu pai faleceu, eu tinha 14 anos. Eu não pude me despedir dele. Nós éramos hindus, certo? Na nossa cultura, o filho mais velho tem que pôr o corpo do pai num pedaço de madeira e depois incinera-lo. Naquele momento, quando eu o vi, o fogo estava subindo. Pensei: “Talvez ele tenha ido a outro lugar. Talvez seja um mundo invisível. Não consigo vê-lo, só senti-lo.” Enquanto digo isso, ainda o sinto. Posso senti-lo. Ele está comigo aqui agora. Tenho que descobrir como me comunicar com ele.
Existe uma curiosidade e ao mesmo tempo um medo dentro de cada um de nós, no possível relacionamento com os seres que antes viviam aqui no mundo material e agora estão na dimensão material. Tenho amigos que passaram recentemente para o mundo espiritual, amigos que sabiam da existência e que para lá iriam quando saíssem daqui. Alguns momentos quando estou sozinho procuro fazer comunicação com ele, curioso sim, mas sem deixar de sentir um temor que era bem mais forte na minha adolescência. E são pessoas que sei que não vão me causar mal, eram meus amigos, e sabiam dessa condição de vida intercambiável entre uma dimensão e outra. Essas pessoas que participam desse documentário possuem essa mesma convicção, da existência real do mundo espiritual e que podem fazer contato com os entes queridos que se deslocaram para lá. Tanto os efeitos mentais quanto os físicos que são observados nesses encontros, fortalecem a nossa certeza da vida que não cessa com a falência do corpo físico. Eu tenho também uma convicção cada vez mais fortalecida dessa situação da natureza, apesar de não ter nenhuma facilidade na percepção consciencial, mas racionalmente eu tenho uma crença bem robusta.