Sióstio de Lapa
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Meu Diário
17/05/2022 00h01
O CICLO SE REPETE

            Encontrei este vídeo em 15-05-22, publicado no Youtube pela Visão Libertária, em 12-05-22, com o título “Sobre Burgueses e Aristocratas Modernos” que atende bem ao nosso interesse de encontrar a verdade através dos fatos históricos sem viés ideológicos.



            O que chamamos de economia de mercado só veio á tona no final da Idade Média ainda na vigência do feudalismo. Começou nos Burgos, isto é, nas cidadelas fortificadas e protegidas por alguma forma de Estado.



Graças aos Burgos. ou melhor, a sociedade de mercado, a imobilidade social de castas foi  destruída. Até então, a aristocracia com seus senhores de terra e seus servos agrícolas mantinha um sistema milenar de exploração dos plebeus.



Doravante, surgiria uma nova classe a competir com a Aristocracia e essa classe é a Burguesia, os comerciantes dos Burgos.



Os Burgueses criaram um sistema financeiro mais eficiente usando a moeda fiduciária do Estado. Aos poucos acumularam riqueza sem depender diretamente de terras e escravos.



Grandes invenções surgiram nessa época a que se chamou de Renascença. Para surpresa de ninguém, os burgueses atraíram o velho sentimento humano: a inveja.



A sociedade de mercado dava prejuízo aos aristocráticos senhores feudais que viam a sua mão de obra servil fugir do campo para tentar a vida nos Burgos.



Não tardaria a haver conflitos entre nobres e burgueses. Até hoje esse conflito existe, mas na forma ideológica. São os estatistas versus os liberais clássicos e os libertários.



A aristocracia dos nobres senhores de terra e de títulos, bem como os vassalos se filiaram ao que seria o Estado. Os burgueses se ancoraram ao que seria o mundo empresarial.



Hoje, apesar de cinzenta, essa divisão ainda se manifesta, pois, uma nova forma de aristocracia também é constituída por empresários mancomunados com políticos e que usam o governo para se beneficiarem.



Na verdade, essa nova aristocracia real e corporativista é a plutocracia moderna que exerce poder político por meio do poder econômico. No final das contas, o plutocrata é um tipo de estatismo, um senhor feudal.



Vassalos são agora representados por servidores públicos de baixo escalão, mas alguns podem exercer o comércio e fazerem parte da classe média, a qual é chamada de burguesia pela elite socialista.



E claro, essa mesma elite socialista comporta por intelectuais, políticos, artistas e funcionários de alto escalão representam exatamente a aristocracia moderna. Embora seja complicado classifica-los, a questão é que a aristocracia versus a burguesia permanece repaginada na atualidade, e assim podem ser comparados.



1. Reis e senhores fedais são os políticos.



2. Nobres e aristocratas são a oligarquia dos servidores públicos de alto escalão, representados pela cúpula das Forças Armadas, juízes, promotores, consultores legislativos, procuradores federais, auditores tributários, presidentes de estatais, diretores, gestores púbicos, controladores de finanças, e bancos centrais.



3. Vassalos são os policiais, soldados, professores, enfermeiros técnicos, bombeiros, fiscais de linha de frente como de transito, vigilância sanitária, ambiental entre outros.



4. Burguesia no sentido purista são os empreendedores autônomos, empresários, comerciantes.



5. Servos são o povo que depende das migalhas do Estado com seus programas sociais, mas trabalham num regime de semiescravidão entregando de 40 a 70% de sus rendas ao Estado.



O Estado Nacional é um gigantesco aglomerado de oligarquias feudais. O Mercado, são os Burgos tentando contornar a servidão feudal e gerar valor na sociedade.



Os estatistas continuam culpando a burguesia pela desigualdade, mas não deixam que sejam revelados os desastres que fazem quando destorcem o mercado.



O Estado é o maior responsável pela concentração imerecida de rendas nas mãos de burocratas que nada produzem.



O capitalismo tanto diminuiu a pobreza geral da humanidade nos últimos anos que hoje a classe média mundial é cada vez maior, não sendo mais pobres, embora não sendo ricos. Só resta assim, a esquerda globalista chamar a classe media de burguesia. De fato, essa burguesia é um entrave aos planos oligárquicos da esquerda.



Primeiro, porque a esquerda precisa do binômio rico-pobre para enfatizar seu discurso de inveja e estar no poder.



Segundo, porque mesmo pessoas saindo da pobreza, e diante da desigualdade de rendas, podem não ficar conformadas, igual eram quando estavam pobres.



Terceiro, a classe média tem a chance de experimentar a mobilidade social e de ficarem ricos ou pobres falidos o que fortalece a percepção da liberdade e da maior independência ao Estado.



O Estado Moderno surgiu como reação da Aristocracia ao Mercado. Porém, a humanidade hoje evolui apesar do Estado e não por causa deste. Não evoluiu e nem continuará evoluindo sem o Mercado.



O Estado Moderno de hoje caminha para o estágio final do ciclo dos governos apontados pelos filósofos gregos Platão e Aristóteles.



Para Aristóteles existem apenas três formas puras de organização politica:



1. A Monarquia, governo de um só;



2. A Aristocracia, governo dos melhores;



3. A Politéia, governo de muitos, também chamada de democracia.



Por causa da maldade humana esses regimes puros se desvirtuam ao longo do tempo e se transformam, respectivamente, em tirania, a oligarquia e a democracia.



Muitas interpretações podem ser dadas para os vários ciclos. Para Luiz Felipe de Orleans e Bragança, da anarquia inicial emerge um líder que se torna monarca. Porem, os descendentes desse rei se desvirtuam e esse reinado fica despótico. Isso faz com que os cidadãos mais proeminentes se unam dando início a uma aristocracia, o governo dos melhores.



Com o passar do tempo, os aristocratas e seus descendentes se corrompem formando as oligarquias ou governo de poucos privilegiados. O povo se une contra a oligarquia e estabelece uma democracia.



Pouco a pouco, um governo de maiorias no comando leva ao descontrole. Antes de se esfacelar a democracia elege um tirano e ele não consegue centralizar o poder por muito tempo.



Por fim esse governo se desintegra dando origem a uma nova anarquia e o ciclo recomeça com a rejeição de todo o tipo de autoridade.



Adotando-se uma orientação mais libertária, esses ciclos ocorrem em vários níveis, desde pequenas comunidades até nações inteiras. Ocorre dentro de países e no âmbito global. Assim, os estados nações modernos de hoje são modelos democráticos caminhando para o final de ciclo.



O globalismo será a próxima tirania, desta vez em escala global. Passada a fase da tirania tecnocrata global, o regime entrará em colapso. Diversas pequenas partes do mundo se seccionarão.  A anarquia global virá igualmente na forma tecnológica, mas dessa vez pela internet cifrada e por soluções descentralizadas.



Já a anarquia setorizada ocorrerá em pequenas comunidades, em condomínio e em fazendas. O êxodo será o contrário, pessoas fugirão das cidades e voltarão para o campo. A noção de propriedade privada voltará a ser defendida com afinco.



A Democracia é uma forma degenerada de massas embrutecidas lutando por privilégios. Os maiores déspotas do século XX despontaram com apelo populista e com base em alguma histeria coletiva, no medo, na promessa de um mundo melhor e de combate ao grande inimigo muitas vezes imaginário.



A tirania também costuma coincidir com a decadência moral e o esfacelamento da moeda. Foi assim durante a queda do império babilônico, romano, chinês, mongol e muitos outros.



Foi assim no regime nacional-socialista alemão também. Depois de um cenário hiperinflacionário a sociedade se reconstrói com base em leis de propriedade e com o Mercado.



Este é o cenário anárquico que faz gerar grandes pensadores e líderes e então se reinicia o ciclo estatal.



Se isso parece algo distante, no Brasil já existem vários locais anárquicos vivendo em agorismo puro (relações entre as pessoas de trocas voluntárias) e sem se declararem assim. Às eleições de 2018 demonstraram o quanto vários brasileiros já estavam vivendo o ciclo anárquico após a queda do longo regime socialista do PT.



            O segundo turno na eleição presidencial teve maior número de votos em branco e nulos desde a redemocratização em 1985.



            Se somarem as abstenções às urnas, o número de brasileiros que não optaram nem pelo candidato da direita nem pelo da esquerda, aproximou-se 30%. Cerca de 40 milhões de brasileiros simplesmente não votaram ou anularam o voto, ou deixaram em branco.



Essas são as pessoas que provavelmente vivem o laborismo e o anarco-capitalismo, sem nem sequer saber disso, que vem do termo ágora, que eram zonas neutras dentro das cidades-estados na Grécia antiga. As ágoras tinham uma economia peculiar a elas, isentas de tributos e de coerção. Eram também espaços de intercambio de ideias, debates filosóficos entre cidadãos de várias cidades locais, de escambo e uso de moedas de livre escolha. Eram também espaços de apresentação de peças teatrais e de invenções.



O agorismo defende, portanto, uma sociedade aberta onde as relações entre as pessoas sejam de trocas voluntárias. O agorista é aquele que boicota a economia corporativista e tudo mais ligado ao Estado. Pelo menos 30 milhões de brasileiros são profundamente agoristas. Eles vivem do mercado informal que não poucas vezes é considerado clandestino. Eles não votam, fogem das leis trabalhistas, fazem escambos de favores permutando bens por serviços, sonegam impostos ou não declaram. Valorizam os pequenos comércios locais, aprendem várias profissões ao longo da vida e não dão a mínima para a política. São inúmeros vendedores de água de coco, mecânicos, marceneiros, costureiras, donas de mercearias, cuidadoras de idosos, creches informais para tomar conta de crianças, barbeiros, microempresários, vendedores de veículos, pescadores, entre outros.



Enfim, incontáveis profissões. Embora o Estado classifique que essas pessoas vivem com menos de um salário mínimo por mês, ocorre que na verdade o povo prospera com muito mais do que o salário mínimo.



Se não fosse o Estado tomando de 40 a 50% do dinheiro deles na forma de impostos sobre as mercadorias e serviços, os indivíduos estariam muito melhor.



Esses brasileiros vivem numa anarquia de mercado sem se darem conta disso. Muitos invadem uma área pública e constroem as suas casas. Vivem em locais onde o Estado apenas chega para cobrar impostos e pedir votos. Se organizam basicamente sem polícia, mas nem por isso vivem obrigatoriamente numa barbárie. Comunidades ribeirinhas e zonas rurais são bons exemplos. Rancheiros comercializando seus excedentes, possuem armas para se defender e defender sua família e fazem o possível para não serem roubados via impostos.  Criam seus condomínios fechados.



Vemos exemplos em captações e agressões em toda a parte e ao longo da história como as já mencionadas nas ágoras, a rota da seda da China Imperial, os mosteiros taoístas, as comunidades de piratas nas Ilhas caribenhas no tempo das navegações.



A Irlanda antes de ser dominada pela Inglaterra, a República de Cospaia, a Ilha das Flores no alto mar próximo à Itália, os navios pesqueiros em águas internacionais, vários moradores do Alaska, só para citar alguns.



Existem milhares de pessoas hoje que conseguem fazer suas atividades sem revelar suas intenções ao “papai Estado”. Empreendem como podem. São a classe média com um dos Burgos e se tornando os verdadeiros burgueses modernos. E estão sendo explorados pela elite socialista, a aristocracia oligárquica degenerada moderna a qual precisa da existência do pobre para continuar com seus feudos e estatísticas.



            Ótima comparação da Burguesia da Idade Média com a Burguesia Moderna, e os demais elementos de nobreza que tentam sugar o suor dos servos, que tentam sobreviver trabalhando dia e noite sem saber para onde vai o suor dos seus rostos. O Cristianismo tem o compromisso com o próximo, com a pessoa humana, que todos sejam tratados com fraternidade, com justiça, com amor. Por isso se torna a ideologia mais coerente para quem queria criar a Sociedade Ideal, o Reino de Deus.



 



 


Publicado por Sióstio de Lapa
em 17/05/2022 às 00h01