Sonhei com Ela, por quem tenho um desejo sutil, platônico, o qual não atende aos requisitos do amor incondicional, está mais associado aos desejos do Behemoth, que procura atender sempre seus próprios desejos, sem se preocupar com os interesses, perspectivas e motivações do outro. Pois Eu, sendo espírito, uma alma encarnada neste corpo gerenciado automaticamente pelo Behemoth, mas dirigido nos relacionamentos externos por Eu, não deixarei que as forças íntimas do Behemoth instintivo, dirija os movimentos dos meus relacionamentos externos. Isso se reflete no sonho, pois ali o inconsciente reflete na consciência o que pode acontecer, de forma simbólica, na realidade.
Ela esta no Hospital João Machado, hospital de psiquiatria onde trabalhei diversos anos como médico psiquiatra, plantonista e perito. Ela parece que fazia um estágio por lá. Não sei como, ela foi coberta por uma massa cinzenta como se alguém quisesse lhe punir. Não sei se foi Eu quem dei um camisão para ela proteger o corpo betumado.
Em outro momento, no mesmo hospital, Ela estava atuando como estagiária e Eu precisava de fazer uma xerox. Ela ia me ajudar e eu tinha oportunidade de tocar na sua mão, sentir os seus dedos, sem nenhuma indicação de assédio, somente a necessidade do trabalho. Depois do trabalho me oferecia para leva-la em casa, pois morávamos próximos, Eu sabia que Ela era casada e que tivera um passado tumultuado por uma paixão inconveniente na adolescência que a jogou contra a família.
Nós saímos do trabalho e fui deixa-la em casa caminhando... não lembro de ter colocado a mão sobre seus ombros, como uma forma de proteção, lembrando ainda o episódio do corpo betumado.
A partir daqui o sonho fica difuso, não consigo mais alcançar o que acontecia com clareza. Preciso registrar essas memórias oníricas o mais rápido possível, logo ao acordar, pois estou digitando agora com cerca de 3 horas depois que acordei.
Eu fico satisfeito, apesar de lá por dentro dos níveis mais inconscientes, vir uma espécie de censura por Eu não ter tido a oportunidade de fazer o sexo que o corpo deseja. Aquele era um espaço somente meu, não implicava em relacionamentos externos, com outras pessoas. Era somente a minha imaginação funcionando. Entendo que essa censura parte das energias do Behemoth que se sente frustrado até mesmo dentro dos sonhos. Isso dá à minha consciência a certeza de que Eu estou no controle firme dessas energias do Behemoth. Deus o criou dentro do meu corpo para proteger o meu corpo, mas também me criou, Eu, para controlar esse monstro energético dentro do meu corpo e não deixa-lo extrapolar de suas obrigações materiais para comigo para prejudicar terceiros.
Claro, ele poderia ter influenciado para que o comportamento de Ela fosse sintonizado com o meu desejo e que as circunstâncias fossem favoráveis, sem sair dos limites do amor incondicional. Sim, isso podia acontecer, mesmo assim Eu estaria supervisionando todas essas imaginações. Poderia considerar tudo isso favorável como uma obra de ficção que poderia acontecer, e assim o sonho acontecer gerando o prazer, mas sem trazer prejuízos nos meus relacionamentos externos dentro da realidade material em que me encontro. Mas desta vez, o sonho não teve as pinturas que o Behemoth queria, e sim de Eu, que permiti no máximo ver aquele corpo desnudo mas betumado, onde suas formas estavam cobertas e distorcidas e que eu me preocupava mais com o bem estar de Ela do que com meus próprios desejos. O máximo que o Behemoth alcançava de prazer era ver essas curvas betumadas e os toques ocasionais de proteção ou de circunstâncias laborativas.
Outro dado da realidade que é importante colocar aqui é que ontem à noite dei uma aula sobre a segunda maior lei que Jesus ensinou que devíamos cumprir, “amar ao próximo como a ti mesmo”, e eu falei justamente do Behemoth com suas sete cabeças correspondendo aos 7 pecados capitais, entre eles a luxúria. Falei da força do Behemoth dentro de nós que dirige a sua sede de prazer até mesmo com o corpo dos filhos e que o Espírito deve saber domesticar toda essa energia para não prejudicar ao próximo que está dentro dos nossos relacionamentos. Foi isso que Eu quis mostrar no sonho, que não estava sendo hipócrita quando falei na aula que todos possuímos essas energias egoístas que se expressam nos relacionamentos como atitudes de um monstro, mas que nossa tarefa enquanto Espírito, criado diretamente por Deus, é ter força, coragem e sabedoria para domesticar um monstro energético tão forte dentro de nós.