Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
02/06/2022 00h01
DEUS, CRISTO E CARIDADE

            Ao fazer a oração deste mês, como sempre estou fazendo, coloquei o termo “Deus, Cristo e Caridade” no penúltimo parágrafo e fui pesquisar no Google se estava correto, me referindo ao estandarte feito por Ismael, o comandante do Exército do Cristo aqui no Brasil. Encontrei de forma isolada um Centro Espírita localizado na Zona Norte de Natal com esse título: Centro Espírita Deus, Cristo e Caridade (CEDCC).



            Este Centro Espírita fica na Rua Vivaldo Cavalcante, 222, Parque dos Coqueiros, CEP 59.114-260, Natal-RN. Fone +55 84 98702-2240.



            Vi outra instituição: “Sociedade Acadêmica Deus, Cristo e Caridade” que existiu no Rio de Janeiro, fundada em 03-10-1879. Devido as divergências entre cientificista e religiosos que marcou sua história e que culminou com a vitória dos cientificistas é que ela recebeu a denominação de “Acadêmica”. Isso foi criticado por Pedro Richard na Revista Reformador de 15-09-1901: “Como se Deus, Cristo e Caridade pudessem ser acadêmicos, colegas de pobres pecadores ignorantes”. Ao meu ver, eu acredito que sim, pois também sou acadêmico e procuro ser colega de pobres pecadores ignorantes, com base em Deus, Cristo e Caridade.



            Foi essa Sociedade que promoveu o primeiro Congresso Espírita no Brasil em 06-09-1881 e a primeira tentativa de unificação do movimento no país com a fundação do Centro da União Espírita no Brasil em outubro do mesmo ano.



            O Centro da União teve efêmera existência, em parte graças à incipiência do movimento espírita e em parte graças à luta ideológica que, naquela época, dividia os espíritas em “místicos” e “científicos”. Os primeiros enfatizavam o lado religioso d doutrina, ao passo que os segundos a entendiam como ciência, filosofia e moral. Como o Centro da União ficou sob a direção de um “científico”, os “místicos” podem ter boicotado o projeto unificador à época.



            Em 1882, a Sociedade Acadêmica, grupo majoritariamente “científico”, publicou a primeira edição de A Gênese, de Allan Kardec, em língua portuguesa. No prefácio dessa edição, lê-se: “...conquanto alguns condiscípulos mostrassem o desejo de que modificações fossem feitas em certos pontos deste volume, de acordo com as ideias manifestadas na obra Os Quatro Evangelhos (...). publicamos a presente tradução de A Gênese sem a mínima alteração e mesmo sem anotações (...). A Sociedade Acadêmica julga que não lhe assiste, como a ninguém, o direito de alterar o plano e, menos ainda, as bases fundamentais (...) das obras publicadas pelo nosso mestre (...).



            Em 1885, a Sociedade passou a abrigar também em sua Sede a Federação Espírita Brasileira (FEB), recém criada. A Sociedade Acadêmica abrigava em seu bojo todos os Grupos Espíritas existentes na Capital Federal de então, já que não podia funcionar livremente, não sendo contrária a Lei (O Catolicismo era na época a Religião Oficial do Império), visto que convencera D. Pedro II e as autoridades que Espiritismo não era Religião, mas sim uma Doutrina Filosófica de Consequências Morais.



            Estas circunstâncias que este meu trabalho levou, aponta para caminhos que podem ser trilhados no desdobramento de minhas ações.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 02/06/2022 às 00h01