Eu, Consciência, responsável pela minha própria evolução moral, devo chamar para reavaliação de conduta o meu Espírito e o Behemoth, monstro que o Criador criou dentro do meu corpo para protege-lo. Recebi acusação de que não estava agindo com justiça dentro dos meus relacionamentos íntimos. Fui acusado de estar favorecendo os prazeres desejados pelo Behemoth e deixar a minha companheira desassistida, desamparada e indesejada.
Compreendendo suas razões para apresentar tais denúncias a Eu, Consciência, resolvi averiguar a situação convocando ambos, meu Espírito e o Behemoth, guardião do meu corpo temporário, para explicar o que ocorreu e se procede a denúncia de injustiça.
Comparecendo os dois a minha arena mental, dou palavra inicialmente ao meu Espírito, pois como administrador dos meus atos, sabe bem do que acontece nesta dimensão material e nas circunstâncias em que me encontro.
-Espírito – Sim, reconheço minha responsabilidade como administrador do corpo que o Pai me deu para que eu proceda com minha educação no processo de evolução moral. Estudei todos os caminhos ensinados pelo Mestre Jesus, enviado pelo Pai justamente com essa missão: ensinar sobre o Amor e a paternidade divina. Também fui ensinado que eu iria administrar o corpo não em totalidade. A maior parte das funções corporais implicadas na sobrevivência do organismo biológico, Ele deixou a cargo do Behemoth, o monstro energético que foi criado dentro de nós, como está escrito no Livro bíblico de Jó. Aprendi que a lei maior que eu deveria seguir, seria a lei do Amor Incondicional, acima de qualquer outra lei, que se expressa na forma de amar a Deus sobre todas as coisas, Deus cuja essência é o amor. A segunda lei que se aproxima dessa é amar ao próximo como a mim mesmo. Para não cometer erros na aplicação prática dessa segunda lei, Jesus nos ensinou uma bússola comportamental: fazer ao próximo aquilo que desejo ser feita a mim. Para aplicar essa lei fundamental, percebi que eu devia praticar a lei do Amor Incondicional acima de todas as outras e evitar qualquer tipo de compromisso ou preconceito que inviabilizasse essas intenções. Foi dessa maneira, com muito esforço, que deixei a posição de machista, que mudei a forma de pensar e de agir nos relacionamentos íntimos. Deixei o amor exclusivo que caracteriza o matrimônio, o casamento, e defende fidelidade afetiva dos dois cônjuges, pelo amor inclusivo, que permite a troca de afetos, de amor, por outras pessoas, sem qualquer tipo de inibição. Isso causou forte sofrimento com a minha primeira esposa que não esperava que isso fosse acontecer. Mas eu não tinha mais opção, se continuasse a me comportar como antes, com exclusividade no casamento, eu não estaria fazendo a vontade de Deus que passei a acreditar com todas as minhas forças. Passei a me comportar abertamente com o amor inclusivo, independente do pensamento de minhas amigas e companheiras que pensavam de forma diferente. Por isso, Consciência, tive o máximo cuidado de explicar a quem de mim se aproximava com potencial de intimidades sexuais, de companheirismo, a minha forma de pensar e agir com todos os detalhes e honestidade. A acusação de injustiça que minha atual companheira alegou, Consciência, são consequências daquilo que ela poderia sofrer se viesse a conviver comigo. Ela não foi enganada. Sabia da existência do Behemoth dentro do meu corpo e que foi ele que favoreceu a nossa aproximação e atual convivência. Como ele é o responsável pelas motivações que buscam ações para preservação do corpo, entre elas o ato sexual, seria importante que ele colocasse aqui também os seus argumentos.
Consciência –Com certeza. O Behemoth está sendo convocado agora mesmo para entrar na arena mental e colocar os seus argumentos, já que a denúncia que recebi aponta que o desejo sexual não está sendo produzido para a minha companheira.