Sim, tenho a responsabilidade de mostrar o veredicto pelo qual cheguei. Foi importante que fosse colocado para a reflexão, tanto minha quanto de todos os leitores que se interessam pelas colocações que deixo diariamente neste espaço literário. Como já disse nas primeiras publicações, este diário é mais um compromisso que tenho com Deus, de colocar minhas experiências mais pessoais à público, quando não envolva a intimidade de terceiros. Funciona como registro do meu comportamento para servir de exemplo positivo e negativo aos meus irmãos, como se eu fosse uma cobaia do Pai, ajudando no processo educacional trazido por Jesus.
Ficou claro a dupla participação das forças inerentes ao corpo que se expressam no campo mental e que determina o comportamento. Eu, enquanto a Consciência, tenho a obrigação de fazer as devidas reflexões para reconhecer erros e possíveis mudanças de rumo. Este foi o motivo de Eu ter determinados esses três dias da inatividade voluntária dos desejos do Behemoth. O Espírito, por minha determinação, deixou o desejo do Behemoth de se alimentar ou praticar atos sexuais reais ou imaginários, deixando-os congelados. Precisava que toda a atenção fosse focada para o relato que cada um fez nos dois primeiros dias e que agora, no terceiro dia, mostro o meu veredicto.
A acusação de injustiça feita ao meu Espírito não procede. Ele teve o cuidado, antes do aprofundamento afetivo com a atual companheira de explicar detalhadamente a ela todo o histórico da vida dele, que ele fazendo assim estava cumprindo uma programação determinada pelo próprio Deus em mim, a Consciência. Deixar de fazer o que ele, meu Espírito permite fazer, isso sim, seria uma injustiça, não para a companheira que iria se alegrar com isso, mas com o próprio Deus que nos criou.
O meu Espírito deixa bem claro que procura fazer a vontade do Pai, seguindo com determinação a Lei do Amor que o Cristo veio nos ensinar. Procura mostrar que considera que todos são irmãos, que precisam de ajuda e proteção muitas vezes, mesmo que o Behemoth demonstre interesse sexual por muitas das mulheres, irmãs frente ao Pai, que surgem nos relacionamentos. O meu Espírito fez um contrato de conduta com o Behemoth, de permitir o sexo que ele deseja, acima dos preconceitos, mas sob a Lei do Amor. Por isso ele usa sempre a bússola comportamental que o Cristo ensinou: “fazer ao próximo aquilo que deseja ser feito a ele”, e ao seu contrário, “não fazer ao próximo aquilo que não deseja ser feito a ele”. As minhas irmãs que preenchem essas condições e se habilitam para a intimidade sexual, precisam demonstrar que estão cumprindo também a Lei do Amor, condição sine qua non para a existência do ato sexual. Este é o ato mais sublime dos relacionamentos humanos, pois envolve a completude entre duas pessoas, através dos desejos dos Behemoths e Espíritos de cada um. Firma o compromisso dos dois dentro da estrutura ampla da família universal que prepara o ambiente social para o Reino de Deus. Este é o comportamento social do Espírito com todas as suas parceiras sexuais, nenhuma foi usada como mero “objeto de prazer sexual”. Cada mulher que entra na mira do desejo sexual do Behemoth, sempre tem que passar pelo crivo ético e moral do Espírito: o ato sexual que Behemoth deseja vai ser útil para essa pessoa? Ela é minha irmã, mas pode ser minha filha ou minha mãe? Eu devo me comportar com ela como amante ou como pai ou amiga, simplesmente? Ela tem uma perspectiva de vida diferente e que o desejo do meu Behemoth irá levar mais prejuízos que benefícios? Se traz mais benefícios, mesmo assim o meu Espírito procura fazer profundas reflexões antes da relação sexual ser implementada. A minha atual companheira sabe de todo esse procedimento, deve lembrar quantas vezes fomos a um motel, onde os dois Behemoths, um de cada lado, cheios de desejo para o prazer do sexo, mas ambos contidos pelos nossos respectivos Espíritos. Procuramos até ler passagens bíblicas na cama do motel, e saímos sem efetuar o ato sexual. Um controle do Behemoth digno de respeito, mas tal atitude desacreditada e até criticada pela maioria das pessoas que acreditam não ser possível o Espírito controlar o Behemoth neste nível.
Agora, se a mulher que consegue alcançar a condição de parceira sexual comigo, vem demonstrar que não está cumprindo a Lei do Amor, e mostra ataques à minha companheira, perde de imediato a sintonia com o meu Espírito. Isso implica que o sexo com ela não será mais possível e que tudo será revelado á minha companheira. Mas isso não implica que ela será repudiada na condição de irmã e que precisa de ajuda, tanto material quanto, principalmente, espiritual. Talvez o Pai tenha colocado ela em contato comigo para a ajuda-la nos bons princípios, como acontece com todos, como aconteceu com minha atual companheira. Fazendo assim, eu estou fazendo a vontade do Pai que reside em mim, no templo do meu corpo. Ela não pode me acusar de eu ter assediado quem quer que seja do seu círculo de conhecimento, familiar, social ou de amizades. Mesmo que o Behemoth esteja sempre atento ao que está acontecendo e apresentando na mente os seus desejos. O Espírito está mais atento ainda, e não deixa o mínimo interesse do Behemoth causar constrangimento a quem quer que seja, mesmo que, atendendo a curiosidade da companheira, o Espírito tenha dito o nome de uma das pessoas que o Behemoth deseja, como forma de demonstrar o compromisso com a verdade. Até mesmo o sexo imaginário que o meu Espírito permite para satisfação do Behemoth, foi revelado a ela, como se fosse uma companheira efetiva, capaz de compreender as necessidades do Behemoth e com o qual eu tenho um contrato. Se ela tivesse absorvido a condição de companheira a nível bíblico, de ser carne da minha carne, não iria se escandalizar por isso nem se sentir desprezada ou humilhada. Será que ela não percebe a postura fraterna do meu Espírito que a considera carne da carne dele? Tanto é assim que os amigos dela e que querem fazer sexo com ela, meu Espírito não os considera como adversários ou inimigos. Pelo contrário, considera como pessoas amigas que, se seguem a Lei do Amor, podem ter o mesmo nível de intimidade sexual com ela, se ela permitir, tal qual eu desenvolvo com minhas amigas, se elas permitem.
Essa acusação mostra uma forma de instabilidade no relacionamento com minha companheira que leva a frustração e sofrimento. Mas vejo que o meu Espírito não tem nenhuma culpa, pois se ele não se comportar como faz, não cumpre a vontade do Pai, que para nós é o fundamental. E por que ela pede sempre que seja feita um compromisso social de união estável se ela demonstra tanta instabilidade? Claro que o meu Espírito permitiria tal compromisso social se fosse coerente com a realidade. Mas, o comportamento dela demonstra que essa estabilidade não foi alcançada. Que os compromisso mútuos ainda estão dissociados. Enquanto meu Espírito procura fazer a vontade do Pai pelos caminhos que ela conhece, ela procura atender os preconceitos sociais que a cultura exige, mesmo de forma hipócrita. Também ela não demonstra a confiança que é necessária num relacionamento harmônico. Sempre está colocando argumentos ou dúvidas que colocam em cheque a verdade do que eu digo. Se ela não percebe o meu comportamento, o meu histórico e isso não lhe traz segurança, não sei o que mais posso fazer, a não ser pedir a intercessão do Pai. Mas isso não deve ser uma conquista dela? A sua falta de maturidade para aceitar um comportamento tão diferente com a realidade cultural onde ela está inserida e foi educada, é que motiva a minha omissão em vários comportamentos que desenvolvo com minhas amigas, e que ela sabe que pode acontecer. Se ela sabe que pode acontecer, deve aceitar sem sofrimentos tudo que sua imaginação acredita que esteja acontecendo. Caso contrário, o sofrimento pode impedir uma convivência, coisa que eu não desejo que aconteça fraterna e harmônica.
Meu Espírito e Eu estamos determinados em fazer a vontade do Pai, de acordo com os caminhos que Ele nos apresenta. Estou pronto a pagar o preço por isso, que geralmente é o abandono por minhas companheiras, como se eu fosse um depravado, que não cuido dos sentimentos que elas têm por mim. Não sou entendido por elas nem por ninguém em minhas convicções e me sinto sozinho, mesmo arrodeado de gente que diz me amar e que acredito nisso. Mas quando o Behemoth de cada um se ver preterido por outras pessoas, a descarga emocional sobre mim é muito grande, mesmo por pessoas que viveram tanto tempo comigo, sabem de minha forma de pensar e de agir. Se eu tenho que viver sozinho para não fazer ninguém sofrer por minha convivência, estou pronto para isto, mesmo que agora, com 70 anos de vida, eu sofra o peso físico e cognitivo da idade. Mas sei que estarei sempre junto com o Pai, mesmo que eu não reconheça nenhuma das pessoas que eu tanto amo, mas com certeza, sempre sentirei o Pai em meu coração, pois Ele sabe que sempre procurei cumprir a Sua vontade.
Assim, este é o meu veredicto: meu Espírito é inocente da acusação de injustiça. Pelo contrário, ele é quem poderia acusar de estar sendo injustiçado. Pois ele não é acreditado quando fala a verdade que é um princípio da sua existência. Aceitou a convivência com a atual companheira acreditando no que ela dizia, de compreender os meus argumentos e que conseguiria conviver com o meu comportamento, mesmo que viesse a sofrer, como foi advertida tantas vezes, inclusive por minhas antigas companheiras. Mas, não oriento que seja jogado o meu Behemoth sobre o Behemoth dela, que está provocando tudo isso. Parece que, se para atingir a estabilidade na relação de convivência seja preciso retirar condição de marido e mulher. Se assim for, que assim seja. Podemos conviver como amigos, uma experiência que já fiz durante 8 anos com a minha última companheira, antes dela. Não deu certo, pois ela continuou a me cobrar como marido. Esta é a proposta que eu faço, uma tentativa de harmonização, viver como amigos para evitar a separação, que ambos não queremos. Que possamos continuar o diálogo com os nossos Espíritos, deixando os Behemoths sob controle. Peçamos a proteção e sabedoria ao Pai, para que não saímos dos Seus caminhos levados pelos desejos e preconceitos da carne.