Reflexões tomando como base o pensamento da professora Lúcia Helena Galvão, divulgado em seu “Diálogo fictício sobre Deus em O Livro dos 24 Filósofos”, publicado no Youtube em 01-01-2021 e colocando as minhas próprias interferências quando considerar conveniente, e deixando aos leitores espaços para demais considerações.
“Deus é uma infinita esfera cujo centro está em todos os lugares e cuja circunferência está em lugar nenhum”
Mais uma vez aqui cabe muito bem o princípio da correspondência. O que há acima, há abaixo. Imaginemos uma esfera. Lógico que dentro de uma esfera existem inimagináveis pontos internos. Imaginemos que cada ponto desses é o centro de uma circunferência. Quais são esses pontos dentro dessa esfera? Esses pontos são todos os seres criados na manifestação. Nós somos um deles. Aquilo que nós chamamos de células de Deus, células da Unidade. Estão dentro da esfera primordial, nós somos um ponto, e esse ponto vira o centro de uma circunferência. São as circunstâncias, a vida que gravita à nossa volta. A partir do momento que nos expandimos para essa circunferência, tiramos daí experiências, vivemos coisas. Num determinado momento temos que sintetizar tudo isso no centro. O que foi que eu aprendi com toda essa circunstância? Sintetizar no centro e no aprendizado. Vamos ao mundo e voltamos para nós. E ao voltar para nós mesmos, voltamos com os braços repletos de frutos. A maturidade que o mundo nos permitiu adquirir, mas que agora nós sintetizamos no centro. A circunferência é reabsorvida por esse ponto. Esse ponto, então, mais maduro e mais luminoso que era antes, volta a ocupar o seu lugar dentro da grande esfera.
Então, essas circunstâncias de circunferência ilusória que existe a nossa volta, desaparecem e sintetizam novamente no ponto. Desaparece essa expansão. E esse ponto voltando à sua dimensão original, volta mais consciente, e ocupando o seu lugar dentro da unidade de uma forma mais desperta. Nossa circunferência foi feita para aprender com ela e sintetizar no centro. Trazer isso que Platão chamava “as reminiscências”, as sementes de ouro. Sintetizar o aprendizado de toda uma vida nesse ponto. Nosso centro, nossa essência. E como ponto mais luminoso, mais consciente que antes, voltamos a compor a esfera. Voltamos a ser uma célula dessa unidade primordial. Então isso é a infinita esfera. Onde o centro está em todos os lugares e a circunferência está em lugar nenhum. Ou seja, essa esfera não tem limites. E cada um dos seus pontos tem uma área de gravitação. Uma circunstância. Onde ele vai, aprende e sintetiza no próprio ponto. Essa esfera sem limites, com o tempo vai tendo os seus pontos cada vez mais luminosos para a consciência encontrada.
Esta resposta é bem interessante. Oferece uma melhor compreensão da ideia de que Deus está em todo canto do universo, dentro de nós também, que podemos nos sentir como se fosse Deus, o centro do Universo.
Também fica muito coerente com o ensino de Jesus, sobre amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a sim mesmo. Deus seria a grande circunferência que engloba tudo, que não podemos imaginar ou calcular o que seja pois tende ao infinito. E cada ser da criação seria um ponto dentro da circunferência, cada um de nós, irmãos dentro da humanidade, que devemos amar a cada ponto como se fosse o nosso próprio ponto.