Vendo o Podcast “Tapa Cultural #52 – Liberal não vale o que libera”, em 08-03-22, conversa entre Brás Oscar e Bernardo Küster, resolvi pinçar este trecho para nossa reflexão.
BO – Fui em Ipatinga fazer uma palestra para o pessoal do Endireita Minas e o tema era Cristianismo x Socialismo, a incompatibilidade entre essas coisas, dos valores cristãos, dos princípios. Pediram esse tema, mas eu queria dobrar esse tema na palestra e explicar para os caras que Cristianismo não é simplesmente um valor e fazer ver as coisas do ponto de vista, mentalidade revolucionária x mentalidade conservadora. Essa é a grande batalha, materialismo histórico marxista que tornou a única maneira das pessoas pensarem com todas as demais correntes e que isso tudo é inimigo do Cristianismo. No final das contas, tanto o liberal quanto o socialista, quanto o social-democrata, todas as ideologias que tentam colocar toda a complexidade do homem dentro de uma caixinha ideológica, elas falham miseravelmente porque elas tentam nos reduzir a uma mera explicação econômica. O liberal termina agindo como o marxista sem o socialismo, o marxista com o livre mercado.
BK – No fim das contas, tudo que não é cristão, que não tem como fundamento o nosso Senhor Jesus... esse livro, “Modernos e Degenerados”, se encaixa muito bem no que vamos falar. A modernidade enquanto na racionalização da perversão. Uma frase lapidar é a seguinte: “na sua vida você só tem duas opções. Simples. Binário. É como respirar e não respirar. Acordar e não acordar. Ou você vai submeter a verdade ao desejo ou irá submeter o desejo à verdade”. Ou você terá uma vida cujo império é a verdade dos fatos, da estrutura da realidade, ou você fará o império dos desejos. E não importa qual desejo. Pode ser o desejo de fazer justiça social, legítimo, que foi uma pauta roubada pela esquerda, mas quem criou esse termo foi o Papa Leão XXIII, na Encíclica Rerum Novarum de 1800 e alguma coisa, e foi sequestrada pela esquerda. Mas pode ser o desejo juvenil, vamos fazer uma sociedade igualitária, comunista, pode ser mesmo o desejo comunista, consciente de querer pelo poder dominar as coisas e fazer o mal, esse desejo existe. Pode ser o desejo liberal, de estruturar uma sociedade livre cuja base seja econômica e todo o resto livre, cuja liberdade seja o princípio e não a verdade. Pode ser o desejo sexual das ideologias feministas, gênero, etc. Pode ser um desejo racial, ambientalista, não importa. Uma vez que você submete a verdade ao desejo, a merda está feita. Este é o princípio que Nosso Senhor ensina. Bolsonaro tornou famoso o versículo João 8:32, conhecerei a verdade e a verdade vos libertará. O problema é que não podemos citar as escrituras como um mote de campanha, pois Escritura não é assim. Jesus não disse isso solto, não é um slogan, uma frase de camiseta. É uma fala de nosso Senhor que vem acontecendo em todo um período textual. Não é possível desconectá-lo do que está sendo dito antes. Vejamos... João 8:30 – discussão entre judeus e Jesus: “Dizendo Jesus essas coisas aos judeus que creram nEle. (os judeus que estavam se convertendo e criam que Jesus era o filho de Deus, o Salvador) Se permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, e, portanto, conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Livres como? Livres do pecado. O conhecimento da verdade e a liberdade que ela pode nos trazer está atrelado ao discipulado, a permanência nas palavras de Jesus, dando a sua obediência. Portanto, a verdade da qual Jesus fala, ela só lhe liberta quando você segue as palavras de Jesus, torna-se um discípulo dele, aí você tem acesso à verdade que é o nosso objetivo.
Concordo com o pensamento dos debatedores, com exceção do trecho onde é dito que “não pode ser citado o escrito de João 8:32 – Conhecerei a verdade e a verdade vos libertará. Defendo que essa citação pode ser aplicada em qualquer aspecto de nossos relacionamentos e não somente dentro de um templo ou igreja religiosas.