Digitando a narrativa feita por J.J.Benítez (Cavalo de Troia, volume 9), do rompimento de Jesus com sua família biológica, atendendo a vontade do Pai, veio o sentimento do que aconteceu comigo.
Também, em dado momento da minha vida, decidi fazer a vontade do Pai, deixar o amor exclusivo em troca pelo amor inclusivo, mais sintonizado com o amor incondicional, procurando construir o Reino de Deus dentro do coração e na sociedade com a família universal.
Esta proposta que considero divina, privilegia a família espiritual em detrimento da família biológica, privilegia a família universal em detrimento da família nuclear. O Behemoth, monstro energético do egoísmo dentro de nós, logo se manifestou através da sua cabeça do ciúme. Fui expulso enérgica e violentamente da primeira família nuclear que construí porque estava fluindo este amor que deveria ser exclusivo, para outras pessoas. Procurei fazer uma nova família nuclear, mas sempre advertindo para minhas prováveis companheiras, da determinação de seguir a vontade do Pai, de construir a família universal, incluindo todos nos meus mais diversos relacionamentos, com o amor amplo, geral e irrestrito, desde que seguisse a ética do Amor Incondicional.
Novamente fui vítima do famigerado ciúme. Mesmo tentando todo tipo de acordo com minha segunda esposa, inclusive de vivermos como amigos, sem intimidade sexual, como praticamos durante 8 anos, chegou um momento que ela não conseguiu mais suportar as investidas do Behemoth, e mais uma vez eu fui expulso sem nenhuma consideração, sob chuva de impropérios e violência.
Como me tocou essa fala do Mestre, quando Ele pedia para que não fosse afastado dos corações que Ele tanto amava, que eles eram também sua família, que isso nunca iria mudar, e que Ele estaria sempre com eles...
Essa é também a minha fala até hoje... amo a todos que me escorraçaram, me agrediram, jogaram montanhas de ódio sobre mim e a quem eles puderam influenciar, até os meus filhos biológicos e adotivos... mesmo agora, quando procuro me aproximar com amor, esperando que o tempo seja meu advogado de defesa, sinto o Behemoth de todas sempre armado, enquanto o meu está manietado.
Não sabem essas pessoas que agem com vingança, o quanto fazem sofrer a essas outras que procuram fazer, com firmeza, a vontade do Pai. Não veem as cicatrizes que provocam ou as lágrimas que deixam correr no rosto daqueles que só se expressam com amor. Num mundo cercado de lobos com aparência humana, nós, filhos de Deus e que queremos fazer a Sua vontade conforme Ele coloca em nossas consciências, parece que somos seres de outro planeta.
Parece que estamos condenados a caminharmos sozinhos, nossos companheiros de jornada não nos entende o pensamento, não nos sente a forma de amar. Não sentem que dou a minha vida ao meu redor, pois quando eu distribuo os frutos do meu trabalho com harmonia e fraternidade, estou doando o tempo de minha vida.
Parece algo paradoxal com quem quer fazer a vontade do Pai, criar esse Reino de Deus com base na família universal, pois terminamos sozinhos, expulsos das famílias tradicionais e ainda tão longe da ideal. Sofremos a exclusão e muitas vezes o martírio.