Irei colocar aqui, com poucas adaptações, a aula do Prof. Luiz Raphael Tonon, com estreia no dia 26-06-2022, pelo Centro Dom Bosco, no Youtube, com 58.000 visualizações em 16-07-2022.
Ainda menor, entrei no seminário menor dos redentoristas e no ano 2000 eu vim um tempo emprestado pela província dos redatores de São Paulo para a província do Rio e vim para ficar na igreja de Santo Afonso, na Tijuca. Padre Penido era vivo ainda e esta foi minha experiência de Rio.
Já gostava muito de história, gostei muito de vir ao Rio e por ver aquilo que eu já conhecia. Depois deixei o seminário e fui me dedicar ao magistério, me licenciei em filosofia e tornei-me professor da rede pública do Estado de São Paulo. Depois ingressei na rede particular e depois fui fazer História, que era meu desejo inicial.
Passei a ensinar mais História que Filosofia e já são 18 anos como professor. Sempre lecionei Filosofia, Sociologia, História e Ensino Religioso, por conta das matérias do tempo de Seminário.
Em Campinas, onde deixei o Seminário, conheci minha esposa, namorei, casei e hoje pertenço ao Instituto Laical, que é um Instituto Misto, uma comunidade com sacerdotes e leigos, muitas famílias, minha esposa faz parte e eu também.
Fui professor da História da Igreja no Seminário em Campinas e fui desligado da função por motivos óbvios, como vocês verão. Não permaneci na função, mas ensinei aos seminaristas por um tempo e também fiz um apostolado semelhante a esse do Centro Dom Bosco, e que aqui é mais extenso. Aqui se fala de todos os assuntos, eu era mais restrito, eu dava um curso da História da Igreja que funcionou por 10 anos, presencial e muito procurado por protestantes. Eu sempre perguntava, o que vocês vieram fazer aqui? Eles me diziam que procuravam ali o que nas suas denominações não ouviam. Nós falávamos da Igreja Primitiva até os Atos dos Apóstolos e depois dávamos um salto até o século 16.
Uma vez um protestante disse que não era possível que o Espírito Santo ficou dormindo esse tempo todo. Essa pessoa disse que era filho de um pastor batista e depois de acabar o curso ele pediu o sacramento e eu fui o padrinho dele.
E assim aconteceram vários casos lá em Campinas, com pessoas que estudavam a história da Igreja e como consequência final tornaram-se católicos. Para quem é católico, o curso fazia tornar-se melhor ainda, um católico de verdade, aferrado aquilo que é a fé da Igreja, a fé dos apóstolos, a fé de sempre. E é um caminho natural, lógico.
Atualmente sou professor, ainda atuo em dois colégios católicos, mas a minha presença nas escolas tem diminuído ano a ano e tenho passado a dar aulas particulares. Tenho vários alunos em todos os cantos do Brasil e tenho migrado mais para isso justamente por essa questão ideológica.
Hoje em dia há uma militância, uma perseguição, uma ignorância mesmo, não invencível, mas culposa: as pessoas não sabem e não querem saber dentro das instituições de ensino.
Realmente, essa invasão ideológica nas escolas trouxe um enorme prejuízo para o potencial racional do país. Não sabemos a realidade da nossa história e quais os principais fatos que deviam nortear nossa opinião para um caminho reto, sem os desvios propositais que as falsas ou tendenciosas tentam nos colocar. Digo isso pois fui vítima desse processo perverso e somente hoje, professor universitário e com doutorado e longos anos de militância em partidos de esquerda, é que vejo o quanto fui ludibriado e que, infelizmente, muitos colegas meus de academia, continuam reféns das falsas narrativas que foram inoculadas em suas consciências, nessa revolução cultural da qual somos vítimas inocentes.