Irei colocar aqui, com poucas adaptações, a aula do Prof. Luiz Raphael Tonon, com estreia no dia 26-06-2022, pelo Centro Dom Bosco, no Youtube, com 58.000 visualizações em 16-07-2022.
A história da Igreja é a continuidade da vida de Nosso Senhor no mundo. Nosso Senhor é a cabeça da Igreja. Nossa Senhora está agindo continuamente nesses 2022 anos. Não é possível dissociar a cabeça do corpo. Não há organismo vivo, onde a cabeça viva de um lado e o corpo viva do outro. Se está vivo, está a cabeça unida ao corpo.
Portanto, a história do Nosso Senhor Jesus Cristo segue no tempo, estendida no tempo até a eternidade, pela Igreja.
Nós temos que ter essa dimensão escatológica da história. O que é história? Na definição de São Tomás de Aquino, a história é o tempo até que Deus complete o número dos eleitos. É isso que a história é. Não é simplesmente uma ciência que estuda o passado, que utiliza método, etc. É isso também, mas não é só isso.
Então, Portugal tem essa primeira Mariofania, que os muçulmanos não captaram o que poderia ser aquilo ali. E eles vão invadindo, Portugal e Espanha, causando grande problema aos cristãos. Até que são barrados na França pelo rei, pois a monarquia francesa era católica. A dinastia Merovíngia era formada por reis católicos, mas que já haviam afrouxados demais. A dinastia Merovíngia nada fez para conter o avanço muçulmano. Quem fez foi um católico que era uma espécie de ministro, mordomo do Passo, chamado Carlos Martel, que é o avô de Carlos Magno.
Carlos Martel organiza as forças católicas e combate os muçulmanos na famosíssima batalha de Potier, que vai varrer a presença muçulmana do território francês. Os muçulmanos não ousaram voltar.
Na Península Ibérica a luta continua num processo chamado de reconquista que só foi concluído em 1492 sob o reinado de suas majestades católicas, Fernando e Isabel, o rei Fernando e a Rainha Isabel.
Qual a ligação que tem com o Brasil? Quando o Brasil foi descoberto, quem era o rei de Portugal? Dom Manuel, o venturoso, casado com a filha mais nova de suas majestades católicas, o rei Fernando e a rainha Isabel. Dom Manuel era genro dos reis católicos. Então havia um laço familiar que unia Portugal e Espanha.
Outro detalhe importante é que a rainha Isabel de Castela, está em processo de beatificação pois não foi beatificado por motivos mais políticos do que religiosos. Ela já tem um milagre, tem a fama de santidade constante nesses 500 anos depois da morte dela, já goza de veneração pública na Espanha que é inegável. Fui ao túmulo dela e fiquei impressionado com a veneração que Isabel goza dentro do território espanhol. É uma questão política mesmo, como a Princesa Isabel aqui no Brasil, aquele medo do movimento negro, etc. O que faz o santo é a fé do povo e a intercessão dos santos juntos a Deus. Chega a um ponto que é tão glamouroso que não tem mais o que fazer. Os bispos da Espanha já jogaram a batata quente na mão do Papa. Eu vi a conferência espanhola se pronunciando nesses tempos: o processo está na mão do Papa.
Os reis católicos são a consequência do projeto do Cristo de Evangelizar o mundo. A monarquia segue a mesma hierarquia que se observa no plano divino, onde Deus é o rei, o monarca supremo, e que abaixo dEle toda uma hierarquia se desenvolve. Os reis católicos foram constituídos com a mesma orientação divina, de trazer a ética cristã para dentro da comunidade humana.