Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
29/07/2022 00h01
PENSAMENTOS SELVAGENS

            Agora me dei conta que posso ter pensamentos de dois tipos na minha arena mental: pensamentos selvagens, originados das forças instintivas do corpo, do Behemoth, que deseja apenas o prazer, segurança e sobrevivência do corpo; e pensamentos éticos, sintonizados com a moral divina, responsabilidade do Espírito, o ente eterno criado por Deus e que me representa neste emaranhado de relacionamentos em que me conduzo.



            Fica assim compreensível que devo manter sob controle os pensamentos selvagens e desenvolver ao máximo os pensamentos éticos, divinos, usando sempre o poder da imaginação neste caso e não no outro. Aquele, o selvagem, pode me trazer o prazer momentâneo que sempre é a sede do Behemoth, mas este, o ético, vai me trazer a paz, felicidade e a certeza de que estou sintonizado com o Pai.



            Até hoje eu deixei os pensamentos selvagens entrarem na minha mente e dominarem os processos da imaginação, mesmo que sintonizados com ações que o espírito não permite que sejam realizadas, mesmo assim, o Behemoth encurralado no cerco que Eu, Espírito, fiz para ele, mesmo assim consegue, com os artifícios da imaginação alcançar o prazer desejado, fazendo uma corrida de obstáculos sobre os limites éticos impostos por mim/Espírito.



            Isso até certo ponto me contentava, pois eu sentia que fazia alguma abertura para o Behemoth que se sentia satisfeito em conseguir o desejo que almejava e que eu não permitia a quebra dos valores éticos dentro da realidade.



            Porém hoje, veio uma nova luz à minha consciência. Identifiquei esses pensamentos do Behemoth dentro da sua verdadeira natureza, de selvagens, e notei que eu/Espírito estava permitindo que eles manipulassem a imaginação para alcançar o prazer desejado.



            A consciência voltou a racionalizar sobre o que estava acontecendo. Seria ético o que eu estava deixando ocorrer, a conquista desse prazer do Behemoth no campo da imaginação, mesmo que não tivesse reflexos identificáveis dentro da realidade? Não seria isso um exemplo de dupla personalidade? Uma para a imaginação e outra para a realidade? Mas eu poderia deixar sempre essas duas áreas estanques, seria ético viver essa vida dupla?



            Entendi que eu estou num campo de testes, provas e experimentais para a evolução do eu, Espírito. Tenho conseguido relativo sucesso em manter um comportamento ético dentro da realidade visível para todos, porém o mesmo não acontece com a imaginação, que é de exclusividade da minha consciência. E percebo que cada vez mais o Behemoth avança na conquista de reduzir os limites éticos impostos por eu/Espírito na lida da imaginação. Parece que o prazer exige que a cada tentativa um passo além seja dado, quebrando os valores éticos. Se tal ocorre à nível da imaginação, posso prever que em algum momento o salto seja dado para dentro da realidade.



            A consciência identificando a existência dessa ameaça, e eu/Espírito sabendo que sou o gestor de todas as ações provindas da vontade, devo tomar uma nova atitude mais enérgica no campo mental. Não posso deixar os pensamentos selvagens tão livres a ponto que dominem a imaginação e façam o que achem necessário para alcançar o prazer desejado.



            Veremos o resultado desse novo confronto...


Publicado por Sióstio de Lapa
em 29/07/2022 às 00h01