A minha consciência tomou a determinação de não deixar os pensamentos selvagens, oriundos da energia do Behemoth, livres dentro da arena mental. Percebi que eles se organizavam em torno de imaginações que iam em busca do prazer. Prazer esse que era impedido ser alcançado dentro da realidade, pois poderia trazer transtornos e prejuízos para terceiros.
Dentro de uma política de boa vizinhança, já que reconheço a importância do Behemoth, um ser criado por Deus para se responsabilizar pela sobrevivência do meu corpo físico, eu/Espírito acatei que ele podia usar a imaginação para alcançar os prazeres corporais, principalmente no campo da luxúria. Esse contrato teria o objetivo do Behemoth ser satisfeito, alcançar o seu prazer, sem por causa disso, interferir na evolução moral e ética de eu/Espírito.
Porém, passei a observar que no início, mesmo no campo imaginativo, os limites éticos eram respeitados pelo Behemoth, mas com o desenrolar dessas ações abstratas, os limites éticos começaram a ser lentamente desrespeitados. O Behemoth argumentava que tudo estava se passando no campo mental, que o Espírito não devia se preocupar, pois a ética dentro da realidade não estava sendo quebrada.
A consciência avaliando esse acordo e vendo o caminho que estava sendo tomado, advertiu o Espírito do risco que estava havendo. A quebra dos limites éticos dentro da imaginação era o primeiro passo na corrupção dos costumes, dentro dos relacionamentos em busca do prazer e que implicaria na quebra dos compromissos espirituais que o eu/Espírito tem com o Criador, e no seguimento das lições dadas pelo Cristo.
Foi a decisão tomada para deixar os pensamentos selvagens retidos na sua origem e que não dominassem mais o campo mental, que eu tinha como compromisso do Espírito, administrar. No início parecia que seria fácil, pois o Behemoth não se manifestava sem provocação, como antes acontecia. Antes, eu não precisava de qualquer estímulo ao meu redor, bastava pensar que era um momento do Behemoth ser saciado que ele chegava e começava a implementar seus pensamentos dentro da construção imaginativa. Agora, como eu não queria o surgimento dos pensamentos selvagens, não liberava o Behemoth para soltar seus pensamentos. E isso não foi difícil.
Acontece que hoje, dentro dos meus relacionamentos, surgiu um forte estímulo libidinoso. O Behemoth excitado avançou o máximo possível, permitido pelo Espírito, no limite entre o amor e a luxúria. O Espírito manteve, a duras penas, o controle ético, deixando permear o amor sem descambar para a luxúria. O Behemoth sob o cabresto esperneava, mas não conseguia ir além dos limites éticos em busca do seu prazer.
Logo após o estimulo ter se afastado, o Behemoth entrou na arena mental exigindo ter o domínio da imaginação, prometia que não ia atropelar a ética, mesmo dentro do campo abstrato, e que o Espírito devia ficar seguro disso. Mas o Espírito sabia qual o desenrolar que isso iria ter, e dessa vez seria muito pior, pois haveria no contexto uma falta de cumprimento de decisão.
Eu/Espírito, não contemporizei com esse monstro de sete cabeças, cuja cabeça da luxúria estava ardendo de desejo. Impedi que os pensamentos selvagens fossem liberados e que o prazer fosse alcançado, mesmo que naquele instante realmente não houvesse a quebra abstrata dos limites éticos, pois a excitação da carne estava a todo vapor. Bastaria um pequeno movimento fisiológico para o prazer ser alcançado. Sem isso, o Behemoth ficaria sem o prazer, como de fato ficou.
Esta foi uma primeira e grande vitória para o Espírito. Não posso garantir que sempre será assim, que o Espírito saia vitorioso em cada confronto. Muito bem sei da força do Behemoth, o quanto de argumentos ele pode colocar na mente para justiçar o alcance dos seus desejos.
Sei apenas da minha responsabilidade enquanto Espírito e que deverei prestar contas dos meus atos brevemente. Não posso deixar que prazeres tão fugazes prejudiquem a harmonia de minha vida nos mundos superiores e eternos. Procurarei manter retidos, sempre, os pensamentos selvagens na minha arena mental.