Meu Diário
12/08/2022 00h01
NARRATIVA CRISTÃ DA HISTÓRIA – (01) PREÂMBULO

            Tudo começou com o ato da criação, divina por ação de Deus ou aleatória pelo fenômeno do Big-Bang. Como uma narrativa cristã deve seguir os princípios da verdade, muitas informações não possuem condições de serem comprovadas cientificamente, mas iremos caminhar pelo que a consciência aponta como racional, como lógico.



            Aqui se trata deste fenômeno do Big-Bang, apontado pelos estudos científicos como o início de nossa história. Mas existe uma interrogação que exige explicação: como aconteceu o Big-Bang? De onde surgiu tanta matéria e energia num determinado momento? Alguns podem deixar sem resposta para essa pergunta, mas uma narrativa de natureza cristã irá colocar como um ato divino, de algo de supremo poder e inteligência capaz de criar algo do nada e se desenvolver ao longo do tempo com a riqueza de detalhes e circunstâncias que observamos na Natureza, onde nos incluímos.



            Esta forma de narrar, colocando explicações sem confirmações científicas, mas apoiadas num raciocínio sem vieses, podemos dizer que é uma fé raciocinada. Isso implica que, se adiante, no desenrolar dos fatos, na evolução conduzida pelo tempo, essa explicação não está coerente com o que era explicado anteriormente, então a explicação precisa se ajustar a verdade que os fatos trazem.



            Construindo uma narrativa com esses critérios, estaremos sempre comprometidos com a verdade e não com a narrativa. Esta pode mudar alguns aspectos, desde que verdade aponte para essa necessidade. Se amanhã os fatos demonstrarem uma explicação melhor para o Big-Bang do que a criação divina, então esta narrativa irá se adaptar e modificar o nome do Criador, de Deus para o outro que poderá surgir.



            A ciência tem mostrado muita competência na explicação do que aconteceu desde a explosão do Big-Bang, da formação do universo com seus inúmeros astros entre eles a Terra. Como foi formada, como surgiu a vida, como surgimos como seres humanos.



            Estas informações científicas são a base sólida da nossa civilização contemporânea. Mesmo que as diversas religiões defendam diversas cosmogonias, todos vivemos neste mundo material explicado pela ciência. Todos somos beneficiados ou vítimas de seus avanços, como a penicilina ou a bomba atômica, respectivamente.



            Nós, seres humanos, criaturas da natureza, filhos do mesmo criador, do mesmo Pai, adquirimos o potencial neuronal capaz de profundas racionalizações, reflexões e chegar à esta compreensão, de sermos todos irmãos.



            Acontece que a natureza não exprime exclusivamente a realidade da vida. Existem duas dimensões, a material onde estamos no momento dentro dela, e a dimensão espiritual para onde voltaremos depois que o corpo biológico que operamos perder a sua funcionalidade. Como a dimensão material está mais próxima de nós, que estrutura o corpo biológico com o qual pensamos e agimos, passamos a pensar desde crianças que é somente ela que existe. É preciso que sejamos educados para atentar para a realidade espiritual e que é a dimensão onde a vida real se manifesta. Aqui na dimensão espiritual vivemos como num sonho, estudando, aprendendo; errando, acertando. Quando o tempo de funcionamento do nosso instrumento de aprendizado, o corpo biológico, chegar ao término, voltaremos ao mundo espiritual e nossa consciência terá acesso a todas as informações de nossas vivências, do quanto aprendemos, do quanto erramos e do quanto devemos corrigir e pagar como parte desse aprendizado.



            Como a nossa evolução material nos levou a uma condição de barbárie, animalesca, resquício de nossa evolução animal, apesar da construção de civilizações bem adiantadas em ciência e tecnologia, os princípios egoístas, agressivos e corruptos vicejavam em todos agrupamentos humanos, por mais civilizados que fossem. Era preciso que tivéssemos um professor que nos ensinasse a verdade da vida e o melhor caminho a seguir. Nesse contexto, foi enviado Jesus, encarnado em Nazaré e que assumiu a condição de Cristo de Deus, como o enviado do Pai, para promover esses ensinamentos como o Messias prometido pelas profecias.



            É a partir deste ponto que começaremos a fazer a narrativa cristã da história.  



Publicado por Sióstio de Lapa em 12/08/2022 às 00h01


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr