Meu Diário
14/08/2022 00h01
DIA DO PAI

            Hoje, segundo domingo de agosto, é comemorado como o dia dos pais. Quem tem o seu pai procura uma forma de lembrar, física ou remotamente. Quando existem problemas de relacionamento, conflitos não resolvidos, essa lembrança pode não ser expressa.



            Apesar de me considerar um discípulo do Cristo, o embaixador do Amor, mesmo assim desenvolvi conflitos que terminam respigando nos filhos. E, paradoxalmente, conflitos que surgiram devido a minha decisão de seguir com a maior fidedignidade as lições do Cristo, do Amor Incondicional, de construir a família universal, o Reino de Deus. Essa decisão fez com que eu mudasse meu paradigma de vida de amar com exclusividade para amar com inclusividade, para que fosse ajustado o meu comportamento não às regras do casamento, mas as regras do Amor Incondicional.



            Isso fez com que minhas companheiras com as quais eu gerei filhos, não conseguissem seguir tal caminho e me expulsassem de suas vidas. Esse fato, sem a devida explicação, me coloca como o vilão, que abandona sua família em busca de prazeres carnais.



            Fico a pensar que foi devido a isso que Jesus evitou ter uma companheira, que gerasse filhos. Iria ter o mesmo problema e sua missão não seria cumprida. Mas, Ele já tendo cumprido a sua missão, resta a nós seus discípulos colocar em prática. E isso implica em formar famílias, mas com o sentido da universalidade e não da exclusividade, da nuclearidade.



            Onde nós estivermos devemos considerar a todos como irmãos, a fazer ao outro aquilo que desejamos seja feita a nós, e também o seu inverso, não fazer ao próximo aquilo que não queremos seja feito conosco. Este é um tipo de bússola comportamental na qual tenho dirigido a minha vida. Isso implica que eu posso encontrar pessoas que seguindo esses princípios eu desenvolva afeto mais profundo e que possa chegar até a intimidade sexual, até a geração de filho. As minhas companheiras, até o momento, não conseguem suportar tal situação, forçando que eu, mesmo tendo explicado toda minha forma de pensar e agir, tenha que fazer omissões desses fatos trazem sofrimento a elas e indiretamente também a mim.



            Este talvez seja um pálido reflexo da família universal que tento construir com minhas ações. No dia dos pais estar sem a presença de nenhum dos meus filhos ao meu lado. Talvez alguns dos cinco me façam algum cumprimento remotamente.



            Por outro lado, minha casa pode estar cheia de pessoas que considero entre elas, filhos espirituais, até netos espirituais, e todos os presentes, como irmãos. E nenhuma dentre elas com apelo sexual, todas com princípios espirituais.



            Assim, para mim, tem mais sentido eu comemorar este dia como o “dia do Pai”. É a Deus como Criador de todos nós que estou comemorando, sentindo que estou fazendo como um filho obediente, a Sua vontade.



            Lembro mais uma vez a lição do Mestre, quando seus parentes se aproximavam e ele foi avisado e respondeu: “Quem é minha família?... Todos aqueles que fazem a vontade do Pai.” Mostra eu devemos cuidar e respeitar os parentes, mas nossa responsabilidade maior é como Pai maior, ao qual devemos fazer a Sua vontade.



Publicado por Sióstio de Lapa em 14/08/2022 às 00h01


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr