Estou voltando a este tema, com a perspectiva espiritual, devido a importância de compreendermos melhor essa importante fase da história, com os conhecimentos do professor Nelson Ribeiro Fragelli e a contribuição do Instituto Plínio Correia de Oliveira.
Foi um júbilo enorme a conversão de Clóvis e a aceitação subsequente do ensino e da influência da Santa Igreja. Faz com que a França deixe a barbárie e comece a fundar esta maravilha que se chama a civilização cristã.
A Igreja Católica ela sempre inspira, funda, orienta e aperfeiçoa a civilização cristã. A vida civil, civilização. O comportamento do homem em sociedade.
Acabei de citar duas características de uma civilização: a família e a escola. Estas eram inspiradas pela Santa Igreja.
Logo após a conversão de Clóvis, se dão as invasões dos bárbaros na Europa.
Um século depois, os muçulmanos arrasam, liquidam o que havia ainda de restos do império romano. Acabam com as estradas, com as cidades, com as fortalezas, com todo serviço que uma cidade necessita, como a água que chega até as casas. Arrasavam os cemitérios, as lojas, não existia comércio e cada família nesse sistema de destruição, se reaglutina em pequenos grupos, isolados. Não havia estradas.
Nessas dificuldades, atacados por todos os lados, surgiram os primeiros líderes, os primeiros chefes de família que mais tarde se transformaram na nobreza. Foram, realmente, nobres.
A propaganda da Revolução Francesa dizia que eles eram nobres porque, assim eles diziam: “Eu sou barão”, o outro dizia “Eu sou conde e quem não me obedecer será punido absolutamente”.
Eles criaram uma falsa narrativa, pois os nobres nasceram do chão, do sofrimento e da morte. Defendendo aquela pequena porção de gente, aquele pequeno número de bolsões de população que sobreviviam refugiados nas montanhas, atrás de uma fortaleza que eles construíam aos poucos e que um líder de visão era capaz de fazer, de guia-los.
Esse homem de visão era o chefe, aquele que conseguia discernir quais eram os mais bravos, os mais inteligentes, os mais operativos. Ele que sabia fazer a paz sem prejuízo dos seus. Que sabia declarar a guerra e no momento adequado obter os frutos da vitória.
O chefe incapaz não sabe obter os frutos da vitória e ele perde a guerra depois de ganhado as batalhas. Isso é comum na história, até na história contemporânea.
Mais um resgate da honra de uma figura histórica: os nobres. A ideia que ficava na nossa mente depois de passar pelas escolas, é que a nobreza era formada principalmente por origem financeira, de explorar o trabalho da plebe para construir seu legado injusto. Não existe o foco no interesse de pessoas constantemente ameaçadas por invasores que eram defendidas por esses nobres. Um poder financeiro surge como uma estratégia de fortalecer a defesa. Todo perfil e hierarquia social advinda dessas estratégias de defesa eram atacadas por essas pessoas que queriam implantar uma nova ordem. Por que não usavam a verdade? Será que a verdade não permitiria a mudança da ordem social? Por que manter essa mentira até hoje? Será porquê as pessoas iludidas passam a difundir a falsa narrativa de forma inocente, sem perceber que ali existe um embuste? Posso ser testemunha para a afirmativa desta última hipótese. Durante a minha graduação no ensino médico, tive oportunidade de ser professor de história em colégios de segundo grau. A minha linha de orientação para os alunos era que os nobres usavam e abusavam das pessoas ao redor e que a Revolução Francesa foi uma vitória do espírito combativo do homem em busca da melhoria da vida. Quão distante hoje isso está da minha forma de pensar com as informações mais próximas da verdade que tenho oportunidade de conhecer agora.