Estou voltando a este tema, com a perspectiva espiritual, devido a importância de compreendermos melhor essa importante fase da história, com os conhecimentos do professor Nelson Ribeiro Fragelli e a contribuição do Instituto Plínio Correia de Oliveira.
Tudo começou com a família: pai, mãe e filhos. A grande instituição que formou o Ocidente, que formou a Europa e depois as américas, do Norte, Central e do Sul. Tudo começou aí sob o influxo da Santa Igreja.
A França era um exemplo disto. Daí ser a monarquia francesa aquela que mais brilhou ao longo dos séculos. Família e religião; família e as ordens religiosas.
As ordens religiosas dirigindo as famílias, secundando as famílias nos seus esforços. Foi isso que fizeram os grandes beneditinos sediados na grande Abadia de Cluny no centro da França. Eles desenvolviam a ciência da vida. Rezavam, cantavam o ofício, celebravam missas e organizavam as procissões. Mas também desenvolveram os métodos de irrigação, os adubos para aumentar a produção, desenvolveram as ligas metálicas para que se tivesse bons arados e bons instrumentos para a produção agrícola. Não só isso, para que tivessem boas espadas e lanças, porque a Europa era um país ocupado pelos godos, pelos visigodos, pelos muçulmanos, pelos normandos, que chegaram até Paris com seus barcos vindo pelo rio.
Chegaram até Paris nessa mesma época em que Clóvis se convertia em 496. Paris foi salva, não por Clóvis que estava à leste e Paris é o norte da França. Foi salva por uma mulher, por uma santa, que lá rezava e orientava até mesmo os soldados, como uma precursora de Santa Joana D’Arc. Era Santa Genoveva, que se tornou padroeira de Paris, porque salvou-a da invasão dos bárbaros.
Ora com o arado e com a espada nas mãos, com um olhar na igreja e para seu interior, e o outro dirigido à sua família. Este reino de França era ainda muito pequeno. Havia a Borgonha, havia a Bretanha, havia o Franco Condado, mas o reino de França, pela fé e entusiasmo, foi se desenvolvendo. Fundou as grandes universidades.
Nas universidades se desenvolveram as ciências, as ciências dos monges, a medicina... tudo isso que nós temos nasceu dentro dos conventos com os sacerdotes e monges ensinando as famílias, como operar, como fazer.
Desenvolveram a música, a literatura, mas com uma finalidade: a salvação das almas. A estruturação da sociedade, da civilização cristã dada pela Igreja, tem em vista não à riqueza como hoje é a concepção da constituição dos bancos. Hoje é esta a concepção que se tem. A produção em massa, o lucro.
Por que esta meta do Cristianismo na construção de uma nova ordem social para as diversas civilizações, com foco na dimensão transcendental do espírito e na formação científica e tecnológica da pessoa humana não foi devidamente ensinada aos alunos? Será porquê os descontentes ou pessoas de má índole queria alcançar o poder para usufruto pessoal e não corrigir as falhas de uma nova ordem que estava trazendo progresso material e espiritual à humanidade? Será que esta mesma perspectiva continua a ser aplicada até hoje?