Sióstio de Lapa
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Meu Diário
25/08/2022 00h01
RAÍZES CATÓLICAS DO BRASIL – (14) TEMPLÁRIOS

               Irei colocar aqui, com poucas adaptações, a aula do Prof. Luiz Raphael Tonon, com estreia no dia 26-06-2022, pelo Centro Dom Bosco, no Youtube, com 58.000 visualizações em 16-07-2022.



            Na Idade Média o que vai acontecer? No início do século XIV o Papa Clemente V é induzido no erro pelo rei Felipe IV, Felipe, o Belo, da França, que queria se apropriar dos bens dos Templários. A Ordem dos Cavaleiros Templários.



Três grandes ordens religiosas e militares fizeram história na Europa medieval: os Templários, os Teutônicos e os Hospitalários.



            Os Templários tinham um patrimônio considerável e eram responsáveis pelo desenvolvimento de muita coisa. Eles desenvolveram o sistema do cheque, o sistema bancário. Para a pessoa não ser roubada indo para a Terra Santa, ela buscava um mosteiro templário, faziam um depósito e recebiam um documento com a quantidade que havia depositado e podia sacar no próximo convento dos templários. Faziam marca com limao no papel para não ser falsificado. Daí veio o mito da bruxaria, uma porcao de besteiras por não considerar a inteligência.



            Eles desenvolveram também a hotelaria, a hospedagem nos mosteiros. O primeiro mosteiro que São Bento fundou já tinha quartos na portaria para aqueles que quisessem fazer retiros, rezar, ou que fossem peregrinos. Dizia que Nosso Senhor pode passar por nós, e nós temos que ter pouso para acolher.



            A vida monástica fazia isso, mas os templários organizaram e podemos dizer que os princípios da hotelaria começam com eles. Você podia se hospedar, podia comer, guardar os pertences, deixar alguma coisa para pegar na volta.



            Por causa disso os templários atraiam muitos inimigos. Muita gente de posses na Europa deixava seus bens como herança para os Templários. Por devoção, um grande senhor feudal, fazia uma peregrinação à Terra Santa e quando retornava estava tão agradecido pela ajuda dos templários que deixava a metade dos bens com eles, ou deixava tudo. Isso enriqueceu a ordem.



            Felipe IV se colocou diante do Papa Clemente V como intercessor querendo garantir a catolicidade da Ordem. Forjou uma série de acusações absurdas em relação aos Templários, pagou testemunhas falsas para induzir o Papa que era um sujeito doente e muito medroso, volátil, ficava sempre com a opinião do último que falava com ele.



            O rei cercou Clemente V de tal forma a induzi-lo a erro e ele decidiu extinguir a Ordem. Aí vem outra acusação falsa em relação à Igreja Católica, que tinha extinguido a Ordem e mandou queimar todo mundo.



            Foi ensinada essas besteiras até 2007, quando uma historiadora italiana, que também acreditava nessa besteira, que o Papa havia mandado queimar todos os Templários etc. e tal. A historiadora, Bárbara Frale, pediu ao Papa Bento XVI a permissão de verificar o arquivo dos Templários no arquivo secreto do Vaticano.



            Ela recebeu essa permissão e mexendo nas prateleiras do arquivo secreto ela se deparou com um manuscrito inédito, não publicado, desconhecido, chamado Pergaminho de Chinon.



            Esse manuscrito de Chinon era assinado por quatro cardeais, entre eles o cardeal que era o mais próximo ao Papa, que assinou, inclusive dizendo que o fazia em nome do Papa. Condenava a matança dos Templários, porque o Papa mandou extinguir a Ordem, mas não autorizou que os governos seculares os matassem.



            Felipe da França mais do que rápido mandou prender os templários no território francês e mandou matar todo mundo, inclusive o grão-mestre da Ordem, Jacques DeMolay. Isso ficou na conta da Igreja até 2007 quando foi descoberto esse documento que derrubou essa narrativa.



            Os Templários ficaram ofuscados na história oficial. O quanto de positivo trouxeram para a nossa evolução social e espiritual não é destacada e bem orientada suficientemente. Meu conhecimento maior vem de filmes que abordam a questão, sempre com um viés histórico ou romântico. A perversidade de alguns reis ficaram notórios nesse período, assim como também a compaixão e fidelidade experimental de outros. Documentos importantes, de forte valor histórico ficam engavetados para que a narrativa que os poderosos desejam seja tida como verdade pela população, educada dessa forma desde a infância. Felizmente a internet chega para dar asas à verdade, onde os homens de boa vontade podem ser reeducados e procurarem ser difusores da realidade histórica.



 


Publicado por Sióstio de Lapa
em 25/08/2022 às 00h01