Reflexões tomando como base o pensamento da professora Lúcia Helena Galvão, divulgado em seu “Diálogo fictício sobre Deus em O Livro dos 24 Filósofos”, publicado no Youtube em 01-01-2021 e colocando as minhas próprias interferências quando considerar conveniente, e deixando aos leitores espaços para demais considerações.
Sexta frase:
“Deus, em comparação com Ele, a substância essencial é meramente acidental, e o acidental não é nada”
Em comparação com aquele elemento que gerou, que modelou a substância primordial, essencial.
Essa substância é meramente algo passageiro, acidental.
Acidental é aquilo que vai ser devorado pelo tempo. A nossa identidade mais elevada, aquilo que somos. Que é nossa essência. Ela ainda tem um defeito. Ela está separada uma das outras.
Ainda que seja muito profunda e conheça muito bem a mim mesma, o que não é o caso, mas imaginando, eu ainda me consideraria separado de você. Dele, do outro.... Essa separatividade faz com que a nossa existência ainda seja limitada.
Ela é um episódio passageiro, perto daquilo que teremos quando mergulharmos na Unidade.
Se você perceber, aquilo que se diz dos grandes sábios que houveram na história da humanidade, eles perceberam a Unidade, mesmo estando presos dentro de um corpo. Mesmo estando separados dos outros por um corpo.
Eles foram capazes de transcender essa ilusão do corpo e perceberam a Unidade em todas as coisas.
Só assim viemos ao mundo para trabalhar pela Unidade. Porque devemos vê-la como uma certeza. Ver como uma evidência e saber que não há trabalho real se não for por todo o nosso Corpo, a Unidade.
Se a Unidade é real, a maior parte de nós são os outros. E quando eu não trabalho pelos outros estou negando a trabalhar pela maior parte do meu próprio corpo.
Ainda em essência somos separados. E a separatividade é acidental. A Unidade é eterna.
Portanto, os atributos que nos levam à percepção da Unidade e trabalhar por ela, como fraternidade, empatia, solidariedade, são sempre elementos preciosos na evolução do ser humano. E nos levam a uma visão mais ampla da realidade. Porque somos de fato, Um. E o tempo nos levará a perceber isso como uma evidência.
Tenho agora cada vez mais forte essa compreensão da efemeridade da minha vida corporal. Que sou um ser vivente criado por Deus e que devo passar por um processo de burilamento a partir de minha consciência, do livre arbítrio e da coragem de implementar o que for necessário.
Tenho a compreensão que fui criado por Deus assim como toda a criação. Que estou num processo evolutivo em busca da perfeição assim como todos os meus irmãos, viventes ou não, racionais ou não. Sou uma simples partícula da Unidade que é a composição do Pai. Ao estar trabalhando e servindo a tantos ao meu redor, estou trabalhando muito mais por mim do que estaria se estivesse focado apenas no meu desenvolvimento individual, egoísta.