Dia 27-09-22 é uma terça-feira, dia de Marte, em certas culturas, dia de luta, fazer a faxina fazendo jus ao Deus da Guerra. Coloquei aqui essa informação porque já tinha colocado antes no rascunho das Cartas de Cristo, há mais de seis meses. Como coincidiu com o dia da semana deste texto, achei que tinha algum motivo que agora não me vem à mente. Mas, vejamos o que o Cristo traz para mim nesta nona parte da primeira carta...
“Eu experimentei muito aguilhões na minha juventude. Pregava muito o amor e a justiça, valores que liberava nos meus brinquedos, com os quais eu geralmente brincava sozinho. Sempre mantive a justiça imperando. Isso eu lembrei quando te vi também brincando sozinho e com o mesmo senso de justiça com os seus brinquedos. “
Eu não tinha a devida rebeldia do Cristo para me revoltar contra a miséria de tantos e a hipocrisia dos poderosos. Eu não tive educação suficiente e a que tive ainda foi distorcida, enviesada pelos interesses dos poderosos. Minha mente não estava educada suficientemente para que eu abrisse os olhos para a realidade e também não tinha merecimento suficiente para receber as intuições do alto, como aquelas que o Mestre recebia. Mas me dou por satisfeito porque minhas poucas intuições e inclinações era sempre para o lado do bem, da defesa do mais fraco que era explorado pelo mais forte. Também eu refletia que aquele “Deus” Antigo Testamento era perverso, guardava ódio e sentimentos de vingança. Não coincidia com o Deus-Pai que Jesus ensinava em seu ministério. Eu não consegui alcançar, era de se esperar, a sabedoria de Jesus em sua juventude, de compreender Deus como expressão da Natureza, que através dela respirava e inspirava. Enfim, estava presente em tudo que se manifestava aos nossos sentidos, e com certeza, o que existia além, no mundo transcendental.
Parece um disparate comparar a juventude de Jesus, um ser divino, filho bem próximo do Pai, de Deus, criador do nosso universo local, Nébadon, vindo encarnar na Terra/Urântia, com uma missão bem determinada, de nos ensinar o caminho da Verdade e da Vida. Mas posso fazer a comparação do pouco que fiz parecer com Ele.
Também devo lembrar que na Sua educação, havia uma proposta compulsória, que ao entrar na escola aos sete anos, a criança deveria o seu “texto de aniversário”. Era uma espécie de regra dourada a guia-la durante os seus estudos e sobre a qual deveria dissertar quando da sua graduação aos 13 anos de idade. O texto que Jesus escolheu era do profeta Isaias: “O Espírito do Senhor Deus está comigo, pois o Senhor me ungiu; Ele me enviou para trazer boas-novas aos meigos, para consolar os de coração partido, para proclamar a liberdade aos cativos e para dar liberdade aos prisioneiros espirituais.”
Tivesse eu oportunidade de estar nessa escola, e amigo de Jesus, certamente iria escolher um texto muito parecido com esse, e se fosse permitido seria o mesmo. Restava saber se eu iria ter força, coragem e sabedoria para me portar como se estivesse sempre com o Espírito de Deus comigo, fazendo as obras que Ele certamente colocaria na minha consciência, como colocou na consciência de Jesus.
Poderia pensar que a minha juventude fora perdida, pois não tive tais oportunidades. Mas não penso assim. Sei que alcancei o mínimo que estava ao meu alcance para hoje ter a consciência do que passou comigo até o momento atual, capaz de me sentir um discípulo do Cristo, com a intenção de fazer a vontade do Pai, assim como o Mestre.