Por ocasião das eleições do último dia 02 de outubro, andei fazendo sérias reflexões. Primeiro, reconheço que estamos em plena guerra espiritual, que os principados e potestades do mundo transcendental influenciam a nossa mente para o bem ou para o mal. Nós, de acordo com nossas intenções ou excesso de confiança em terceiros, sem a devida crítica do que está sendo comunicado, terminamos envolvidos nas falsas narrativas do demônio, que é o pai da mentira.
Estes são os dois exércitos que estão em guerra, desde o início dos tempos. Exércitos formados por pessoas que se tornam sofisticados pela evolução e que seguem uma das duas narrativas: a primeira feita pelo Cristo, que mostra com seu exemplo de usar a Verdade como um Caminho para a Vida eterna junto ao Pai celestial; e a outra narrativa é do demônio que usa a mentira para prometer ou doar as necessidades das pessoas, mesmo que prejudique o próximo e se afaste de Deus.
Eu estou engajado no exército do Cristo e procuro estar equipado com as armas do soldado cristão, como Paulo ensinou em Efésios 6:14-17 da seguinte forma.
Procuro usar o Cinto da Verdade bem fechado para que não tropece nas vestes da fraqueza da carne, controlar meus pensamentos e ações, observando o que a Verdade é capaz de fazer, me impedindo de ser levado por qualquer vento de doutrina, evitar de ficar envolvido nos assuntos do mundo esquecendo da vontade de Deus.
Coloco a Couraça da Justiça, um peitoral que me cobre o corpo do pescoço às coxas, protege meu coração, evita que ele seja ferido e eu perca o foco.
Calço as Sandálias do Evangelho do Cristo, devo ficar sempre em prontidão para marchar e lutar o bom combate da fé. Devo ficar firme no solo, compartilhando o Evangelho, mesmo que seja escorregadio pela lama do pecado. Não são sapatos de dança nem chinelos relaxantes dos preguiçosos, mas sapatos de um guerreiro.
Usarei o Escudo da Fé, grande e alongado em forma de porta, como maneira de me proteger das flechas e lanças inflamadas do maligno, arremessadas contra mim.
Porei o Capacete da Salvação, para cobrir minha cabeça e mente que é o meu núcleo de poder para lutar nessa guerra. Minha capacidade de raciocínio é o fator mais importante para determinar minha vitória ou derrota nesta guerra. Devo proteger minha mente e pensamentos focalizando em nosso líder, Jesus. Saber que estou no caminho da Salvação é o que encoraja minha mente e pensamentos a me sentir protegido.
Empunharei a Espada do Espírito, uma arma tanto para defesa como ataque. Ela representa a palavra de Deus, viva e eficaz, colocada nas Escrituras. É penetrante como espada de dois gumes e penetra na carne e no espírito, nas juntas e medulas, apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.
Cada peça desta armadura é construída em torno da palavra de Deus.
Neste exército do Cristo em que estou engajado, não pode estar um soldado do outro exército. Como posso combater com eficiência, se ao lado eu tenho um companheiro que obedece o comando do meu inimigo?
Estou agora, vestido com minha armadura e usando a Espada e vejo o que está colocado nas escrituras do Evangelho, conforme Jesus advertiu:
Orai e Vigiai, para que não entreis em tentação (Mateus 26:41). O Espírito pode estar pronto, mas a carne é fraca. Ele proferiu essas palavras aos discípulos que o acompanhavam no Jardim do Getsêmani na noite antes de ser crucificado. Na ocasião, solicitou que os discípulos se mantivessem acordados e em oração. No entanto, enquanto ele orava, os discípulos foram vencidos pelo cansaço e dormiram. Esse momento é precedido pela Última Ceia, em que Cristo havia dito aos doze discípulos que alguém ia traí-lo e que os outros o abandonariam, e sucedido pela chegada de Judas, acompanhado de uma grande multidão armada de espadas e varas. Seu pedido para que orassem e vigiassem tinha o intuito de fortalecer o Espírito para enfrentar o que estava prestes a acontecer. Quando Jesus Cristo pede aos discípulos para vigiar e orar, ele também diz: “o Espírito está pronto, mas a carne é fraca”. Com isso, ele quis dizer que, embora o Espírito esteja sempre disposto, a natureza humana (que representa a carne na frase) é frágil e não acompanha o vigor do Espírito. A prova disso está na conduta dos discípulos, que não foram fortes para combater o sono e acabaram dormindo. A mensagem de Cristo é extremamente valiosa para refletirmos sobre o esforço que devemos fazer aqui na Terra para vencer essa debilidade, resistir as tentações que o mal nos oferece e não cairmos no sono da carne.
Não vim trazer paz, mas espada (Mateus 10:34). Ter paz não significa haver atingido garantias exteriores, dentro das quais possa o corpo vegetar sem cuidados, rodeando-se o homem de servidores, apodrecendo na ociosidade e ausentando-se dos movimentos da vida. Jesus não poderia endossar tranquilidade desse tipo, e, em contraposição a esse falso principio estabelecido no mundo, trouxe consigo a luta regeneradora, a espada simbólica do conhecimento interior pela revelação divina, a fim de que o homem inicie a batalha do aperfeiçoamento em si mesmo. Ele disse ainda: “Porque eu vim por em dissensão o homem contra seu pai, e a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra (Mt 10:35)”. No plano familiar se encontra, na maioria das vezes, não somente afetos, mas também desafetos. A “dissensão” passa a ser compreendida como divergência entre pessoas que pensam de forma diferente, ainda que unidas pelos laços do parentesco. E assim, os inimigos do homem serão os seus familiares (Mt 10:36). Portanto, estamos congregados dentro de uma mesma família, com divergências, e devemos buscar o resgate para alcançar a harmonização indispensável. Sim, na verdade o Cristo trouxe ao mundo a espada renovadora da guerra contra o mal, constituindo em si mesmo a divina fonte de repouso aos corações que se unem ao seu amor; esses, nas mais perigosas situações da Terra, encontram, nEle, a serenidade inalterável. É que Jesus começou o combate de Salvação para a Humanidade, representando, ao mesmo tempo, o sustentáculo da paz sublime para todos os homens bons e sinceros.
Todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe.(Mt 12,50). Portanto, qualquer um pode fazer a vontade de Deus, que consiste no amor a Ele e no amor fraterno. E, quando amamos, Jesus nos reconhece como seus familiares: seus irmãos e irmãs. Jesus revela assim uma dimensão nova: qualquer um pode sentir-se parte dessa família, contanto que se esforce por conhecer a vontade do único Pai e por cumpri-la. Portanto, qualquer um pode fazer a vontade de Deus, que consiste no amor a Ele e no amor fraterno. E, quando amamos, Jesus nos reconhece como seus familiares: seus irmãos e irmãs. Cada um de nós pode descobrir nas tarefas do dia a dia a missão que o Pai lhe confia para construir a única família humana.
Neste contexto, vejo que criei um grupo no WhatsApp com o título “Escola do Evangelho”. Tem o objetivo de apresentar os ensinamentos de Jesus, estudar, compreender, aceitar e praticar. Observando o comportamento das pessoas que participam do grupo e dos estudos que foram realizados, vi que praticamente quase nenhum efeito foi provocado na consciência dos alunos, com algumas exceções.
Eu, como combatente do exército do Cristo, não posso ser permissivo com essa situação, o demônio está debochando do meu esforço, não estou seguindo essa orientação do Cristo e de Paulo. O Pai exige que eu reformule minha atuação, que seja mais eficaz enquanto um combatente. Assim farei.
Meu primeiro ato neste sentido, é mudar a natureza do grupo “Escola do Evangelho” para “Formatório Cristo Rei”. Deixa de ser uma simples escola para estudo do Evangelho e passa a ser um Formatório para formar a pessoa que tenha interesse em entrar no exército do Cristo, ser um combatente como Paulo ensinou, seguindo meu papel de monitor conforme Deus instruiu em minha consciência.
Colocarei este aviso de mudança dentro do grupo “Escola do Evangelho” para dar oportunidade àqueles que não tiverem interesse nessa formação saírem, sem qualquer cobrança ou crítica de nossa parte, pois respeitaremos a dignidade do livre arbítrio de qualquer pessoa.
Irei preparar em seguida o Termo de Consentimento Esclarecido para participar das diversas tarefas que serão propostas dentro do “Formatório Cristo Rei” para formar a pessoa num combatente consciente de estar no exército onde o Cristo é Rei e que estamos em combate com os principados e potestades do mal existentes no mundo transcendental.
“Não vencidos somos, mas antes doutrinados, quando nos depara melhor ensinamento” (São Cipriano de Cartago, Epístola ad Quintum).