Tive um sonho há 48 horas que não consegui registrar de imediato. Mas achei muito significativo e vívido que tentarei registrar agora, sabendo que perderei muito do conteúdo pelo esquecimento. Porém a essência permanece em forma de bruma mnemônica.
Uma mulher jovem, de bastante diferença de idade comigo, que tenho 70 anos, e ela em torno dos 20-30 anos, resolveu ser minha companheira. Ela tinha o mesmo nome da minha atual companheira que tem 42 anos. Ela sabia da minha dificuldade de, pela idade, proporcionar o sexo que a idade dela precisa e até exige. Ela sabia do meu paradigma de vida, de construir com prioridade a família universal, sem rejeitar a base da família nuclear e ampliada. Isso implica que o meu amor deve ter a característica da universalidade, sem condicionamentos de qualquer espécie e por isso deve ser livre, inclusivo, indo até a profundidade que a ética e limites da moralidade cristã permitir.
Dessa forma, eu ficava a refletir... como falar com os pais da moça que ela iria seguir comigo, na forma de uma companheira, eu que poderia ser o avô dela? Sei que os pais conhecem minha personalidade, que sou pessoa associada ao bem, ao cristianismo tradicional conforme as lições de Jesus. Mas como esses pais irão permitir tamanho desvio da rota que imaginavam que sua filha iria seguir?
Da mesma forma, outro conflito... como minha atual companheira receberia a notícia de que outra mulher, bem mais jovem que ela, com maior poder de atração sexual, iria se associar em nossa caminhada, nossas intimidades?
Acredito que o sonho tenha sido uma mensagem do Pai mostrando a dificuldade de aplicar nos meus relacionamentos os conceitos que construí nos meus paradigmas como sendo a Sua vontade que eu quero realizar. Não senti na mensagem uma reprovação aquilo que estou idealizando e procurando realizar. Entendi como se fosse um teste para minha racionalização verificar a forma de atitude que deverei ter.
No sonho eu não parti para resolver a questão com os principais interessados, os pais da moça e a minha atual companheira, mas o problema chegou até o meu nível de consciência em vigília. Posso iniciar, agora, essa racionalização sobre os elementos do sonho que têm um potencial de realidade.
O primeiro passo que devo fazer é verificar se a Verdade não foi escondida. Principalmente para a moça que decidiu se consorciar comigo e com minhas diversas relações, interpessoais, profissionais e principalmente minha convicção espiritual que é o principal motor de minhas ações. O segundo passo é enfrentar o monstro do ciúme da minha atual companheira, pois mesmo sabendo que tudo isso um dia poderia acontecer, nutria firme esperança de viver sempre dentro de uma exclusividade do amor. O terceiro passo seria enfrentar o amor condicional que os pais têm pela filha, mostrando o aspecto benéfico da decisão dela pois vinha do coração, sem nenhuma forma de coerção, e que reforçaria os nossos laços de amizade e seria mais um tijolo no caminho da família universal.
Estes seriam os passos que eu deveria realizar. Acredito que o Pai queria justamente checar como eu me comportaria em tal situação. Espero que eu tenha passado bem na Sua avaliação, e estou pronto para corrigir o meu rumo se Ele apontar algum desvio da Sua lei.