Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
13/11/2022 00h01
O BEM E O MAL

            De acordo com O Livro de Urântia, página 1457-8, quando Jesus visitava Roma, antes do início do seu ministério, teve oportunidade de conversar com Mardus, que era o líder dos cínicos, uma agremiação religiosa. Em resposta a pergunta desse sincero cínico, sobre o Bem e o Mal, Jesus respondeu:



            “Meu irmão, o Bem e o Mal são meramente palavras a simbolizar os níveis relativos da compreensão humana do universo observável. Se tu és eticamente ocioso e socialmente indiferente, tu podes tomar como o teu padrão de bem tudo o que é do uso social corrente. Se tu és espiritualmente indolente e se não tens aspirações de progresso moral, tu podes tomar como padrões do Bem as práticas religiosas e as tradições dos teus contemporâneos. Mas, a alma que sobrevive no tempo e que emerge para a eternidade deve fazer uma escolha viva e pessoal entre o Bem e o Mal, tal como são determinados pelos valores verdadeiros dos padrões espirituais estabelecidos pelo espírito divino, que o Pai nos céus enviou para residir dentro do coração do homem. Esse espírito residente é o padrão de sobrevivência da personalidade.



            “A bondade, como a verdade, é sempre relativa, e, infalivelmente, contrasta com o Mal. É a percepção dessas qualidades de bondade e de verdade que capacita as almas em evolução dos homens a tomar aquelas decisões pessoais cujas escolhas são essenciais para a sobrevivência eterna.



            “O indivíduo espiritualmente cego que, com a sua lógica, segue o ditame científico, o uso social e o dogma religioso, permanece no grave perigo de sacrificar a sua liberdade moral e de perder a sua liberdade espiritual. Tal alma está destinada a tornar-se um papagaio intelectual, um autômato social e um escravo das autoridades religiosas.



            “A bondade está sempre ascendendo a novos níveis crescentes de liberdade, de auto realização moral e de realização da personalidade espiritual – a descoberta do Ajustador residente e a identificação com ele. Uma experiência é boa quando eleva a apreciação da beleza, aumenta a vontade moral, realça o discernimento da Verdade, amplia a capacidade de amar e servir aos semelhantes, exalta os ideais espirituais e unifica os motivos humanos supremos no tempo, com os planos eternos do Ajustador residente, todos os quais conduzem diretamente a um desejo maior de fazer a vontade do Pai; e isso nutre a paixão divina de encontrar Deus e de ser mais como Ele.



            “A medida que ascenderdes na escala do desenvolvimento da criatura no universo, vós encontrareis uma bondade crescente e uma diminuição do Mal, na perfeita concordância com a vossa capacidade para a experiência da bondade e discernimento e da Verdade. A capacidade de manter o erro ou de experimentar o Mal não ficará totalmente perdida, até que a alma humana ascendente alcance níveis espirituais finais.



            “A bondade é viva, relativa, sempre em progressão, é uma experiência invariavelmente pessoal e eternamente correlacionada ao discernimento da Verdade e da beleza. A bondade é encontrada no reconhecimento dos valores positivos da Verdade, no nível espiritual, que devem, na experiência humana, se contrastar com a sua contraparte negativa – as sombras do Mal potencial.



            “Enquanto não alcançardes os níveis do Paraíso, a bondade será sempre mais uma busca do que uma posse, mais uma meta do que uma experiência de realização. No entanto, tendo fome e sede da retidão, vós experimentareis uma satisfação crescente ao alcançar parcialmente a bondade. A presença da bondade e do Mal no mundo é, em si mesma, uma prova evidente da existência e da realidade da vontade moral do homem, da personalidade, que assim identifica esses valores e é também capaz de escolher entre eles.



            “A época em que o mortal ascendente alcançar o Paraíso, a sua capacidade de identificar o eu com os verdadeiros valores do espírito ter-se-á tornado tão ampliada que resultará na realização da perfeição na posse da luz da vida. Tal personalidade espiritual, assim aperfeiçoada, torna-se tão integral, divina e espiritualmente unificada com as qualidades positivas e supremas da bondade, da beleza e Verdade, que não resta nenhuma possibilidade de que tal espírito justo e reto possa projetar qualquer sombra negativa de Mal potencial quando exposto a luminosidade penetrante da luz divina dos Soberanos infinitos do Paraíso. Em todas essas personalidades espirituais, a bondade não mais é parcial, contrastante e comparativa; ela tornou-se divinamente completa e espiritualmente suficiente; ela aproxima-se da pureza e da perfeição do Supremo.



            “Para que possa haver a escolha moral, a possibilidade do Mal é necessária, mas não a realidade do Mal. Uma sombra é apenas relativamente real. O Mal real não é necessário como uma experiência pessoal. O Mal potencial atua igualmente bem, como um estímulo para a decisão, nos domínios de progressão moral e nos níveis inferiores do desenvolvimento espiritual. O Mal se transforma em uma realidade da experiência pessoal, apenas quando uma mente moral faz dele a sua escolha.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 13/11/2022 às 00h01