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24/11/2022 00h01
ASCENÇÃO DOS PORCOS – 3-CORRUPÇÃO

            Vejamos uma fábula da floresta, por Caio Coppola, publicada há 3 semanas no Youtube, que considero uma pérola de criatividade dentro da verdade coberta pela mentira e que vou apresentar dividida para não ficar muito cansativa.



            Centenas de animais comandados pelo novo sindicato dos castores participaram das reformas do suntuoso complexo que ficou conhecido como “A Granja do Porco”. Lá os convidados eram recebidos com pompas e circunstancias para luxuosos banquetes em que se discutiam os negócios da floresta.



            Embora estivesse com as patas bem longe da lama, o chefe Javaporco não se esqueceu das criaturas do chão. Toda semana, cada animal tinha direito uma castanha, uma castanha contada. Filas quilométricas se formavam para receber o inédito benefício criado pelo pai dos bichos. Algumas poucas vozes críticas reclamavam que o Javaporco havia prometido muito mais que isso. Mas para quem nunca comeu fruta, as castanhas eram uma iguaria.



            Dez anos se passaram, e o velho suíno percebeu orgulhoso que toda sua família porca e todos os seus amigos haviam enriquecido durante o seu reinado. Aliviado e satisfeito, decidiu aposentar-se. Mas, fez questão de manter lobos e raposas no conselho do reino.



            Esta é uma lição que a floresta não consegue absorver, já que a maioria dos animais não possuem um senso crítico para o discernimento da realidade. Por outro lado, a competência dos corruptos favorece que eles permaneçam no poder com força cada vez maior, pois os princípios democráticos são derretidos pelo poder financeiro, falsas narrativas que corroem os princípios de escolas e universidades. Os bichos são ensinados por gralhas e papagaios que aprenderam a repetir chavões, guinchos e piados de ordem, como se fosse a verdade universal. Os poucos animas que saem da gruta e veem a luz, logo são silenciados, suas reputações destruídas e até a vida física.



            É certo aquele ditado, que “O preço da liberdade é a eterna vigilância”. A floresta não pagou o preço da vigilância e agora sente a perda da liberdade cada vez com mais realidade. Qualquer tipo de expressão vocal emitida pelos animais, que se entenda crítica ao Javaporco ou sua quadrilha de lobos e hienas, logo surge a Suprema Corte dos Corvos, calando o bico dos ousados para não espalhar a verdade ou mesmo obrigando a espalhar a mentira.



            Os bichos nunca acreditaram tanto no poder espiritual, que existe acima do poder material. Mas, intuitivamente, todos se juntaram em vários pontos da floresta, frente ao canil dos cães que foram treinados para proteger a floresta, pedindo que eles não se iludam com quem segura a coleira.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 24/11/2022 às 00h01