Pai, sinto que cada vez mais chega a hora de deixar a dissimulação e partir para a ação de fazer a Tua vontade conforme o Cristo me ensinou.
Mas tenho dificuldades de implementar essa prática, Pai. Sei que o primeiro passo é de mostrar a Tua existência, de que És o nosso Pai bondoso, misericordioso e justo e que devemos nos comportar uns com os outros como verdadeiros irmãos de sangue, com um status ainda maior.
Sei que devo ir de casa em casa, de rua em rua, de igreja em igreja, levando esta mensagem a todos, homens e mulheres, pobres e ricos, cristãos e ateus.
O que me preocupa, Pai, é como desenvolver esse primeiro passo. Será que ficarei sem argumentos logo no início da apresentação? Imagino que devo me apresentar como uma pessoa que estudou as lições do Cristo e que venho reforçar os princípios básicos.
Primeiro, dizer da Tua existência, Pai, e se as pessoas que me ouvem já têm esta compreensão. Tendo essa compreensão, qual a consequência que tiram disso. Será que tratam todos como irmãos? Amam o próximo como a si mesmo? Entendem que se amarem ao próximo como a si mesmo a família nuclear se torna a base para a construção da família universal?
Acredito, Pai, que este será o melhor desenvolvimento da Tua vontade. Colocarei o exemplo que tive no passado com minha mãe doente de um câncer irremediavelmente fatal que iria leva-la ao óbito em poucos dias. Para não ocupar um leito no hospital, ela deveria ir para casa com os cuidados de home-care para as atividades paliativas. Devido a minha influencia como médico, ela ficou no hospital para conforto da família. Ficou ocupando uma vaga que poderia salvar a vida de uma pessoa com mais vitalidade.
Este é o dilema, Pai, que imagino o cristão deva enfrentar. A orientação do hospital é para fazer a conduta ética, mais justa, que deve ser praticada entre irmãos. A pessoa com mais vitalidade e a minha mãe, ambas são filhas de Deus e, portanto, minhas irmãs. Se existe apenas uma vaga com chance de salvar uma vida, se minha mãe não tem vitalidade para tal, porque deixar ela ocupando a vaga e deixar a outra minha irmã falecer?
Assim, Pai, já tenho o núcleo do que será desenvolvido na reunião. O que ainda sinto insegurança é de como fazer a minha apresentação para colocar esses argumentos. Como professor universitário? Como coordenador do Projeto Foco de Luz ou membro da Associação Cristã de Moradores e Amigos da Praia do Meio (AMA-PM)? Como integrante da Nova Ordem de Cristo e assim ir incluindo aquelas pessoas mais interessadas de participarem deste trabalho? Irei a uma casa fazer o convite de apresentação da proposta e que poderá ser feita dentro de casa com os familiares ou fora da casa incluindo os vizinhos.
Ainda tenho dúvidas, Pai, mas acredito que possa dar início ao trabalho e ir me aperfeiçoando com a resolução de problemas que forem surgindo.
Abençoa-me, Pai.