Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
18/02/2023 00h16
PORTUGAL E BRASIL

            Na plataforma da “Lumine” tem alguns vídeos do Padre Paulo Ricardo. O primeiro deles fala da relação de Portugal com o Brasil e o papel missionário de ambos. Importante para nossa reflexão. Vejamos.



            O Brasil se sente católico em muitos aspectos. Muita gente se sente católico e vai responder ao IBGE que é católico.



            O que acontece, porém, é que nós estamos vivendo aqui uma inércia social de um movimento que começou no passado.



            O Brasil nasceu de Portugal, claramente de um esforço que havia de evangelização. As navegações portuguesas foram motivadas também por razões econômicas e políticas, mas havia uma razão espiritual, como dizia Camões, a coisa era para levar a fé e o império.



            Então, Portugal era um país que se compreendia com uma missão. E parece que Portugal perdeu isso. A consciência geral da nação portuguesa parece ter perdido a sua identidade.



            Portugal nasceu bastante consciente de que era um país com uma missão. Como os Estados Unidos, que se acha uma país com uma missão.



            Portugal nasceu a partir de uma vocação divina. Afonso Henrique, seu primeiro rei português, viu o Cristo crucificado que disse: “Eu vou fundar o teu reino em base sólida para que você leve meu nome a outros povos. E a partir disso, estava lá no início de Portugal os Templários, depois veio a Ordem de Cristo, depois o esforço das grandes navegações e quando as caravelas de Cabral chegam ao Brasil e tem todas elas marcadas em suas velas a Ordem de Cristo.



            Pero Vaz de Caminha escreve para o rei Dom Manuel, o Venturoso, dizendo que a coisa melhor que devia ser feito com essa gente era evangelizar. Isso era uma coisa sincera.



            Nós estamos em 1500, mas Dom Manoel era ainda um rei medieval. A mentalidade das Cruzadas, de levar a fé para o além mar.



Portugal nasceu assim, e o Brasil nasceu disso.



Houve dois terremotos em Portugal, o de Lisboa que destruiu a cidade e o terremoto de Pombal que destruiu muito do legado católico. Dom José deixou Pombal governar e ele governou com uma forca muito anticatólica, para destruir a cultura católica.



Quando cai Pombal, com a morte de Dom José, e vem Dona Maria, piedosa, mãe de Dom João VI. Ela veio para o Brasil. As cortes saem de Portugal, a Rainha com o príncipe regente Dom João VI e vem em 1808 para o Brasil.



O Brasil foi sede de um reinado piedoso. O que estava acontecendo com a Europa?



Desde a Revolução Francesa a Europa já estava há 10 anos vivendo ideais completamente contrários a fé católica.



O rei de Portugal vem para o Brasil com uma visão piedosa, mas também veio gente com a cabeça de Pombal, revolucionária.



No Brasil sempre houve esse elemento ambíguo, nasce com essa duplicidade, já tem germe revolucionário e ao mesmo tempo a matriz católica, religiosa, a população piedosa, católica que se reconhece na igreja, mas também esses ideais revolucionários que estão dentro do Brasil.



Quando se olha para a história, se ver claramente esses ideias revolucionários, liberais, anticatólicos, eles foram tomando conta no processo educacional.



O brasileiro se sente católico afetivamente, mas o ideário nacional, aquilo que se aprende na escola no dia a dia, não bate com o sentimento religiosos do povo.



A imagem de Nossa Senhora da Aparecida que foi encontrada no Rio Paraíba em 1717, ela é um pouco de profecia da situação brasileira, a cabeça separada do coração. O brasileiro tem isso, tem um coração facilmente identificável, afetivamente católico, cristão, etc.



O brasileiro não entende que ele precisa estudar sua fé, estudar a verdade, saber o que as cosas são de fato. Porque se eu não conheço, eu não amo. Ninguém ama o que não conhece. É preciso primeiro ter os atos de inteligência que vai puxar o coração.



Olhando para a situação geral do Brasil, o que a gente ver? É como se o Brasil tivesse recebido um impulso religioso no passado e por inércia o movimento ainda existe, mas está diminuindo de intensidade cada vez mais, e cada vez mais o Brasil é menos cristão, está parando, não há impulso.



Houve um impulso lá atrás, desse nosso passado português que gerou em nós a fé. Mas, infelizmente, com toda essa movimentação ideológica nas universidades, nas escolas, etc., nós estamos dando uma catequese anticristã para os nossos filhos



Vemos claramente que as gerações antigas ainda têm algo de cristão. É mais um sentimento religioso do que uma verdadeira religiosidade cristã, católica.



As novas gerações se dividem. Tem o pessoal que bebe diretamente da ideologia que está sendo proposta pelas universidades, pelas escolas, etc., etc., mas tem também aqueles jovens que acordaram, que dizem que tem uma coisa muita errada acontecendo, que não está funcionando. Esses jovens que acordaram, cada vez mais procuram conhecimento. Estão na primeira fase, importante, necessária, para a cultura católica, que devem estudar. Já entenderam que não entendem e que precisam entender.



É essa coisa do brasil, estatisticamente católico e religioso como uma inercia do passado. Ao mesmo tempo nós vemos com esperança o Brasil atual, porque nas novas gerações existe um movimento, para usar uma linguagem que é mais marxista do que nossa. Existe a formação de uma massa crítica que promete um futuro promissor.  Enquanto que outros que continuam bebendo das ideologias nas universidades e nas escolas, que estão sendo simplesmente manipulados. Esperamos acorda-los, para que eles saiam dessa manipulação.


Publicado por Sióstio de Lapa
em 18/02/2023 às 00h16