Por ocasião do aniversário de morte do Marechal Eduardo Gomes, foi publicado um artigo que merece nossa leitura.

Aniversário do MARECHAL EDUARDO GOMES

Uma medalha e algumas histórias

Em 20 de setembro celebra-se o aniversário do Marechal Eduardo Gomes.

Esse encontro ocorreu no dia 5 de julho de 1972. Naquele dia, com a Câmara dos Deputados e o Senado reunidos, o Congresso Nacional prestou-lhe significativa homenagem pelo Cinquentenário da Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, a primeira revolta tenentista da República Velha.

Em 1922, um grupo de tenentes tentou derrubar o Presidente da República Epitácio Pessoa. Aqueles jovens idealistas defendiam um sistema político democrático autêntico, sem fraudes nas eleições e um país sem corrupção. Após forte tiroteio na Praia de Copacabana, as tropas do Governo mataram quase todos os rebeldes, tendo sobrevivido apenas os tenentes Siqueira Campos e Eduardo Gomes, este gravemente ferido.

A seguir rumamos de carro para o Congresso Nacional, e aí veio um fato de grande importância histórica. Durante o trajeto, o ministro perguntou: “Eduardo, 50 anos hoje, o que você lembra daquele dia?“ E o Brigadeiro contou que ao levar o tiro a dor foi tão forte que ele desmaiou, só acordando no hospital. Lá recebeu um visitante ilustre que perguntou: “Tenente, você sabe quem sou eu?” O Brigadeiro respondeu: “Sei, o senhor é o Presidente da República”. “Não só o Presidente da República, também o Comandante Supremo das Forças Armadas”, disse Epitácio Pessoa, perguntando se ele achava certo revoltar-se contra o Comandante Supremo. E o Brigadeiro complementou: “Aí, Araripe, eu pensei nas fraudes das eleições, na corrupção e na perseguição injusta à oposição, e disse acho sim senhor”. O presidente prosseguiu: “Se você acha certo, por que os seus companheiros não o acompanharam?” “Foi quando eu constatei que o pessoal do Forte Copacabana tinha sido traído, pois os oficiais da Vila Militar se comprometeram a aderir à revolta”, disse ainda Eduardo Gomes.

Belas lições deste fato. Ficaram patentes a magnanimidade e a humildade de um Presidente da República ao visitar, no hospital, um tenente ferido que se revoltou contra ele, e a firme posição de um tenente na defesa dos seus ideais. Durante toda a sua vida, Eduardo Gomes lutou pela democracia, pela justiça e pela honestidade.

Fonte: Revista Aeronáutica.

            Continua a existir no Brasil, como no passado, homens corajosos de integridade moral, como o Marechal Eduardo Gomes, o qual foi feito esta merecida homenagem.