Jesus ensinava que o caminho que conduz à vida eterna é reto e estreito, e a porta que leva até lá é também estreita e, desse modo, entre aqueles que buscam a salvação, poucos podem encontrar a entrada por essa porta. Dizia também, por outro lado, que o caminho que leva a destruição é aberto e, a entrada que se abre para ele sendo ampla, muitos escolhem ir por tal caminho.  

            Dessa forma, o Mestre declarava que a salvação é uma questão decidida muito mais por nossa própria escolha pessoal. Mesmo a porta do caminho da vida sendo estreita, ainda é suficientemente ampla para admitir todos os que buscam sinceramente entrar, pois é Ele essa porta. Ele nunca irá negar entrada a nenhum filho consciente do Pai que por sua fé esteja buscando encontra-Lo, através da porta aberta pelo Filho.

            Todavia, advertia Jesus, o perigo para todos aqueles que adiam a sua entrada no Reino repousa na procrastinação, em continuar na busca dos prazeres da imaturidade e a permitir-se satisfações egoístas. As pessoas que se recusam a entrar no Reino como uma experiência espiritual, podem posteriormente buscar a entrada nele, quando a glória do melhor caminho se tornar revelada, na idade que virá. Por essa razão, aqueles que tiverem desdenhado o Reino, enquanto a oportunidade foi oferecida através destes ensinamentos à humanidade, quando buscarem encontrar uma entrada por ter sido ela revelada, à semelhança da divindade, então será dito a todos esses egoístas que eles não são conhecidos. Todos tiveram a oportunidade de se preparar para a cidadania celeste, mas muitos renegaram todas as ofertas de misericórdia. Muitos rejeitaram todos os convites para entrar enquanto a porta estava aberta. Agora, para todos que recusaram a salvação, a porta esta fechada. Essa porta não estará aberta para aqueles que quiserem entrar no Reino pela glória egoísta. A salvação não é para quem não está disposto a pagar o preço da dedicação de todo o seu coração a fazer a vontade do Pai. Quando, no espírito e na alma, for dado as costas ao Reino do Pai, é inútil, com a mente e com o corpo, ficar diante dessa porta e bater para entrar. Será declarado que eles não fazem parte desse aprisco do Pai, não serão recebidos para estarem entre aqueles que lutaram a boa luta da fé e ganharam a recompensa do serviço não-egoísta ao Reino, ainda na Terra. Mesmo que digam que beberam e comeram conosco, nós que queremos fazer a vontade do Pai, onde ensinamos nas vossas ruas, novamente será declarado que eles são estrangeiros espirituais, que nunca foram companheiros no serviço de ministração da misericórdia do Pai na Terra, que renegaram a entrada pela porta estreita da vida eterna. O Juiz de todo o Universo dirá a esses, afastai-vos do aprisco divino todos vós que desfrutastes das obras da iniquidade.

            Ficou bem claro quando Jesus disse para não temermos, nós que desejamos sinceramente encontrar a vida eterna entrando no Reino de Deus, pois certamente iremos encontrar a salvação. Mas, aqueles que estão renegando essa salvação, algum dia irão ver os crentes de todas as nações nesse Reino glorificado para compartilhar do pão da vida. Assim, aqueles que irão entrar com a perseverança de uma fé viva, virão do norte e do sul, do oriente e do ocidente, dos templos religiosos e dos espaços acadêmicos. E, como característica do caminho reto e estreito, muitos que são os primeiros serão os últimos, e aqueles que forem os últimos muitas vezes serão os primeiros.

            Aqui ficava bem claro a declaração inicial de Jesus: “A menos que nasçais de novo, que nasçais do espírito, vós não podereis entrar no Reino de Deus”. Para todos que somos honestos de coração e sinceros na fé, é eternamente verdadeiro que Jesus está à porta dos nossos corações e bate. Se alguém abrir a porta para Ele, entrará e ceará conosco e seremos alimentados com o pão da vida. Seremos um em espírito e em propósito, seremos irmãos, sempre irmãos no serviço longo e frutuoso da busca pelo Pai. E, se são poucos ou se são muitos a serem salvos, isso depende de serem poucos ou muitos que dão atenção ao convite do Cristo: “Eu sou a porta, sou o caminho novo e vivo, e quem quiser pode entrar para embarcar na busca interminável da verdade da vida eterna”.

            Que sejamos capazes de entender plenamente esse ensinamento sobre a necessidade de usar a força espiritual com o propósito de romper todas as resistências materiais e vencer todos os obstáculos terrenos, que acaso possam estar no caminho da compreensão de todos os valores espirituais, sumamente importantes, da nova vida no espírito como filhos libertados de Deus.