Bom dia, Pai. Hoje tenho uma pergunta que o meu ego, o meu Behemoth não quer que eu faça. Mas tenho que fazer, sou eu, Espírito que faz essa exigência. Eu sou o gestor deste corpo, cujo capataz é o Behemoth/ego, pois isto já compreendi.
Tenha um bom dia e uma boa vida daqui para diante, filho. Que estás querendo saber? Faço esta pergunta, mesmo sabendo o que vai em tua mente e coração, pois o teu livre arbítrio é quem determina o caminho por onde seguir. E é a força da tua vontade é quem vai quebrar os desejos impróprios do teu capataz, assim como você acabou de denominar, que é fazer a minha vontade, que geralmente é contrária aos interesses do capataz.
Quero saber, Pai, como posso fazer para alcançar os méritos que eu preciso para fazer a Tua vontade e não a minha. Sei que mesmo fazendo todo o esforço... devo colocar sob suspeita esta palavra “esforço”. Parece que eu faço aquilo que o Behemoth quer, mesmo eu, Espírito, esteja falando ou pedindo outra coisa, como inteligência rápida, coragem e sabedoria. Eu, Espírito, fico agora a fazer esta reflexão. Se eu alcançasse o que estou pedindo e seguindo minhas intenções de fazer a Tua vontade, Pai, certamente eu iria sair da minha zona de conforto, deixar tudo de interesse material para traz, pegar no arado para cultivar o Teu Reino e não olhar para traz. Ao olhar essa perspectiva lógica do futuro, sinto o enregelamento do meu Behemoth. Ele ver uma vida totalmente entregue ao sacrifício, perdendo afetos de pessoas queridas e ganhando desafetos de pessoas que se sentirão prejudicadas na aplicação de suas iniquidades. Eis, Pai, o que percebo. Fico então, paralisado. Percebo que Tu não me dás o que estou pedindo, mesmo podendo fazer isso, pois sabes que eu poderei descompensar, com virtudes que não posso praticar. Seria como ver eu, Espírito, aprisionado pelo Behemoth.
Muito bem, filho. Percebes como estás alcançando um dos itens que está no teu pedido, a sabedoria? E isso aconteceu sem a minha mínima participação. Estou aqui, sempre ao teu lado, para lhe ajudar na caminhada, evitar as maldades de terceiros, apontar caminhos, mas tudo tem que ter a tua determinação da vontade através do livre arbítrio.
Sim, Pai, compreendo e agradeço por Teus cuidados comigo, até de não me dares o que eu peço dentro da minha ignorância, o que iria me trazer mais prejuízos que benefícios. Farei tudo que estiver ao meu alcance para alcançar os méritos que me faltam. Obrigado por estares sempre ao meu lado e desculpa-me por não prestar tanta atenção a estes cuidados como deveria.