A minha missão de vida, conforme a vontade que o meu livre arbítrio decidiu, de fazer a vontade de Deus e não a minha, é que tenho que agir fraternalmente, com a bússola comportamental do Mestre para construir a família universal (daqueles que se comportam como filhos de Deus) acima da família nuclear (mesmo não perdendo a responsabilidade que tenho com ela) e construir o Reino dos Céus entre nós.
Sempre estarei dentro dessa tensão, entre fazer a minha vontade impulsionada pelo Ego ou fazer a vontade do Pai impulsionado pelo Espírito. Nesta semana fiquei dentro desta batalha comportamental. Senti os desejos da carne dentro do relacionamento interpessoal com uma mulher e o compromisso que tenho com o Pai através do Espírito. Procurei agir em todos os momentos com a bússola comportamental do Mestre, “não fazer ao outro aquilo que não queremos para nós”. Tudo que fiz com ela foi justamente aquilo que eu gostaria que fizessem comigo, se eu estivesse no lugar dela.
Portanto, minha consciência está tranquila, não acusa nenhuma culpa, continuo fazendo a vontade do Pai, mesmo entendendo que há uma grande motivação dos meus instintos. Isso eu considero importante. É importante essa motivação instintiva para que o corpo se torne mais dinâmico em suas ações. A questão é ver até onde posso ir sem sair dessa trilha estreita que é a vontade do Pai. Da minha parte eu me sinto livre para agir com a bússola do Cristo. Os meus paradigmas de vida são conhecidos por quem está perto de mim, não constitui traição aquilo que todos sabem que pode acontecer, o que posso fazer com terceiros. Mas não sei quais são os limites que existem do outro lado, com a outra pessoa. Sem ter esse conhecimento, posso dar um passo fora da rota que a bússola aponta. Como aconteceu de outras vezes, chega o momento que é necessário o esclarecimento. Ter consciência de como funciona a mente da pessoa desejada, quais são os seus paradigmas, se eles se adequam às exigências da bússola cristã.
Aqui, este momento, funciona como uma encruzilhada onde eu tenha que caminhar sozinho, perdendo esta expectativa que tenho agora de atender aos meus desejos. Caso a pessoa mostre que seus paradigmas de vida não correspondem aos meus e que a possibilidade de atender ao meu desejo é negativa para ela, isso implica em que eu impeça a sua manifestação.
Este é o motivo de eu ter procrastinado esse momento por tanto tempo. Pois enquanto isso não acontece, existe um jogo de sedução, que atende aos meus desejos masculinos e aos desejos de toda mulher, desde que seja feito de forma respeitosa e solidária como acontece. Estamos dentro da fraternidade universal ensinada por Jesus. Isso não traz o prazer completo desejado pelos instintos (Ego), mas mantém uma perspectiva de alcance, o que pode ser destruída por uma conversa franca.
Mas, não podemos ficar com esse jogo indefinidamente, não contribui para o nosso processo evolutivo. A conversa esclarecedora deve existir à nível da amizade que é o sentimento básico dentro da fraternidade. E qualquer que seja a decisão advinda desse esclarecimento, os pilares da amizade não podem ser abalados, mas sim os pilares da sedução de ambas as partes.
Será importante ler este texto para ela antes de começarmos a nossa conversa, e depois, qualquer que seja o resultado, ser feito um novo texto com este mesmo sentido, de orientar aos meus leitores os caminhos que são postos à nossa frente pela providência divina e em quais deles nos engajamos conforme o nível e comprometimento de nossa consciência.