Escuto as mensagens do Senhor, por mais criptografadas que sejam. Mas elas sintonizam com minha alma e faz surgir na consciência o que nenhuma inteligência artificial consegue elaborar. Tudo depende de eu me manter atento para decifrar as mensagens que surjam pelos mais diversos canais, como o filme “A vida dos outros” onde mostra a realidade do que está acontecendo aqui no Brasil, ao meu lado.
Para quem não tem essa sintonia com o Pai, pode imaginar que tudo isso não passa de sintomas psicóticos que estão se desenvolvendo dentro da minha mente. Se um paciente chegasse para mim e contasse essa história, provavelmente eu prescreveria um antipsicótico e fazia uma psicoterapia breve apontando para os dados da realidade que ele não está seguindo, que está criando um mundo isolado do real, onde somente ele, paciente, existe dentro dele.
Mas eu, posso ser paciente e terapeuta ao mesmo tempo. Posso escolher qual personagem vou assumir aqui ao digitar este texto.
Eu escolho ser o instrumento de Deus, caracterizado dentro de um corpo físico e gerenciado por meu espírito. Além de ter a responsabilidade de interpretar a vontade de Deus, também devo conter os desejos materialistas expresso no Ego pelas emoções instintivas.
No filme que citei, o protagonista vive dentro de um país autoritário que controla a vida de todas as pessoas, colocando escutas e diversos sistemas de vigilância para ver quem está pensando contra o sistema. Quando alguém é flagrado com tais pensamentos, logo sofre represália, prisão ou até mesmo morte.
O protagonista é um escritor, mas teme expor seu pensamento crítico por causa das represálias que pode sofrer. Será essa a mensagem que o Pai passa para mim? Posso me considerar um escritor também, pois, afinal, não escrevo todo dia um texto para este diário? Meus textos também são críticos do sistema, também posso ser penalizado se sou descoberto... por isso não faço qualquer esforço para meus textos saírem deste espaço restrito. Vez por outra faço isso, coloco um texto dentro das redes sociais, mas nada sistemático.
Observo que a mensagem que o filme passa para mim, que devo realmente tomar cuidado. Meu país está dominado pelas trevas, não posso ficar omisso, mas ao mesmo tempo não posso ser demasiado ousado e correr o risco de ser eliminado sem fazer o máximo que minha condição permita.
Este combate que Deus permite nosso engajamento, deve ser conduzido sem a força das armas. Deve ser conduzido pelas forças da fé, levando avante a missão de Jesus, de nos esclarecer sobre o Reino dos Céus e que podemos participar dele desde que reconheçamos o nosso Pai espiritual, universal, e a nossa fraternidade frente a todo ser humano