Quando se trata de saúde mental, a liberdade que defende seja aplicada a quem sofre de doença mental, transforma-se rapidamente em irresponsabilidade, onde o doente sofre a prisão de sua doença dentro da comunidade, e uma ameaça constante a quem está próximo. Vejamos um texto que circula nas redes sociais que mostra a atitude de um governante, considera por aqui no Brasil como “politicamente incorreta”.
Uma reportagem de ontem do The New York Times abordou a nova estratégia da prefeitura de Nova York para promover o tratamento de pessoas com doença mental que vivem nas ruas da cidade: a internação compulsória.
A estratégia surpreende, entre outros motivos, porque parte de uma administração de esquerda (o atual prefeito de NY é o democrata Eric Adams), corrente política que historicamente tem se oposto a esse tipo de medida.
Até aqui, o alcance do programa de NY tem sido pequeno, já que poucas pessoas foram submetidas ao tratamento compulsório. Mas os resultados têm sido muito bons. Medicados e cuidados pelo tempo necessário, quase todos os pacientes mudaram de vida e passaram a viver em lares.
Mazou Mounkaila, imigrante africano que viveu nas ruas de NY por 10 anos, sofre de esquizofrenia. Por muito tempo, ele acusou o próprio irmão de espioná-lo para o FBI e para a CIA, por exemplo.
Há alguns meses, Mounkaila foi retirado das ruas e tratado em um hospital por 104 dias. Fez três refeições por dia, tomou um banho pela primeira vez em 10 meses, reencontrou o irmão e até uma filha que não via há 8 anos.
Hoje, Mounkaila, 59, mora em um abrigo mantido por uma instituição contratada pela prefeitura. Ele toma medicação - não porque acha que precisa, mas porque não quer desagradar os funcionários da instituição. "A vida é boa", disse para a reportagem. No local em que mora, afirma: "Aqui é melhor do que viver nas ruas".
A iniciativa de NY deveria gerar reflexão em países como o Brasil, em que, por exemplo, a aplicação de uma chamada "política antimanicomial", ilegal e irresponsável, tem sido defendida pelo CNJ inclusive para autores de crimes.
De acordo com uma Resolução do CNJ sobre o assunto, os responsáveis seriam liberados de hospitais de custódia e se submeteriam a tratamento voluntário nos CAPS.
Lembremos que hoje faz uma semana do triste ataque à escola em Cambé, cujo responsável aparentemente sofria de esquizofrenia e já havia tentado crime semelhante - portanto, no mínimo, deveria estar monitorado e sob tratamento compulsório. Nesse assunto, liberdade não é compaixão. Para ninguém.
https://www.instagram.com/p/Ct80dC4A9Gy/?igshid=MTc4MmM1YmI2Ng==
Vale a pena perguntar a quem tem um cérebro capaz de raciocinar sem as algemas ideológicas, se uma internação compulsória nesse caso apresentado, que aparentemente retira a “liberdade do cidadão”, é mais perniciosa do que deixar o doente viver a sua doença com a “liberdade” das ruas.