Fazer a vontade do Pai seguindo a Cristo pode receber alguns nomes, como apostolado e diaconato. Ser um apóstolo significa servir ao Cristo com alto grau de coerência e honestidade, sintonia suficiente para continuar o trabalho missionário como se o próprio Cristo o tivesse fazendo, ensinar Deus como o Pai universal e que todos devemos nos comportar como irmãos, em fraternidade universal.
Este ensinamento do Cristo, de que Deus é nosso Pai e que devemos nos comportar fraternalmente, implica em duas atitudes diferentes: a primeira é passar a mensagem, evangelizar, catequisar a todos a todos sobre a existência do Pai; a segunda é agir fraternalmente com todos ao nosso redor. Isso implica em maior tempo para ajudar, para servir. Portanto, o apóstolo ao se envolver com o serviço pode ficar sem tempo para a mensagem. Se alguém, sensibilizado pela mensagem se dispõe a ajudar o apóstolo servindo e ajudando os irmãos em necessidade, passamos a chama-lo de diácono. Esta pessoa deixa o apóstolo com mais liberdade de divulgar a mensagem do Cristo.
No Novo Testamento os diáconos apareceram pela primeira vez na igreja de Jerusalém. Conforme vemos em Atos 6:1-6, as viúvas helenistas estavam sendo esquecidas na distribuição diária. Uma murmuração começou a surgir. Fazia-se necessário tomar prontas medidas para restaurar a paz e a harmonia entre os crentes.
Foi então que “o Espírito Santo sugeriu um método pelo qual os apóstolos poderiam ficar isentos da tarefa de repartir com os pobres ou tarefas similares, pois deviam ser deixados livres para pregar a Cristo.” Assim surgiu o ofício cristão do diaconato. “Sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria”, foram escolhidos (Estêvão, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Parmenas e Nicolau) para auxiliarem os apóstolos. A decisão agradou a igreja. Após a imposição das mãos, saíram eles para cumprir sua função. Sabemos que fizeram um bom trabalho pelos resultados que se seguiram: “crescia a palavra de Deus e, em Jerusalém, se multiplicava o número dos discípulos, também muitíssimos sacerdotes obedeciam a fé” (Atos 6:7).
Num sentido geral o termo diácono é aplicado para: a) O “servo” de um rei (Mateus 22:13); b) Ministros (Romanos 13:4; literalmente “diáconos de Deus”, isto é, aqueles através dos quais Deus leva avante sua administração na Terra);
c) Paulo e outros apóstolos (1 Coríntios 3:5; 2 Coríntios 6:3; 1 Tessalonicenses 3:2);
d) Professores da religião cristã (chamados “diáconos de Cristo” em 2 Coríntios 11:23; Colossenses 1:7; 2 Timóteo 4:6); e e) Cristo, chamado de “ministro da circuncisão” (literalmente, “diácono” – Romanos 15:8), como dedicando-se para a salvação dos Judeus.
Em nosso tempo, no qual a Santa Igreja Católica está tão atacada pelas trevas, observamos diversos apóstolos, bispos e o próprio papa, deixando de ensinar as lições de Jesus e se aproximar cada vez mais dos erros do mundo. Talvez agora seja mais importante o trabalho de diaconato, com zelo e amor incondicional, curar as feridas da Igreja, promover a verdadeira fraternidade entre os irmãos, restaurar a harmonia em torno dos ensinamentos do Cristo, sem modernismo, sem novas interpretações tão cheias de malícia, como acontece nos movimentos revolucionários.
Devemos desembaraçar os ministros da palavra do Mestre de todo tipo de preconceito que implique no desvio da fraternidade, desde uma igreja simples até uma mais complexa, como acontece atualmente, promovendo o bem-estar dos crentes.
Este é o trabalho que precisamos fazer com a criação da Nova Ordem do Cristo, que traz em seu título uma dubiedade, é nova pois iremos tomar uma atitude pouca encontrada nas diversas igrejas, de tolerância e respeito aos irmãos que se reúnem em outras congregações, desde que reconheçam Deus como Pai, e, principalmente, se comportar com todos em fraternidade; não é nova, pois essa atitude foi ensinada pelo Cristo e absorvida pelos primeiros apóstolos, diáconos e crentes.
Certamente iremos encontrar pessoas sinceras e dedicadas ao estar trabalhando para Deus e desenvolvendo suas habilidades constantemente, pessoas de boa reputação no consenso popular. Pessoas que se tornam cheias do Espírito Santo, completamente entregues à sua direção. Significa sinceridade absoluta, dedicação de corpo e alma. Isto constitui o chamado a uma dedicação total, a uma renúncia completa do próprio eu e de tudo, ante a presença de Deus. O serviço é de natureza material, o cuidado dos pobres e necessitados, mas com um profundo objetivo espiritual, com a verdade e a justiça. Não podemos trocar o “serviço de amor” pela busca do ganho financeiro e pela preocupação com a hierarquia, com o poder, com a ostentação.