A Patrologia é a parte da história da literatura cristã que trata dos autores teológicos da antiguidade cristã. Esses autores procuravam levar avante a racionalidade dos conhecimentos trazidos pelo Cristo sobre o Reino de Deus. Este Reino é estabelecido com base na paternidade universal, de um Pai criador. Esse Pai também exige que tenhamos um comportamento fraterno, como seus filhos obedientes. Isso implica que, agindo dessa forma, terminamos saindo do fluxo cultural que ainda é caracterizada pela influencia dos instintos animais de nossa origem biológica.
Esse conhecimento avançou a partir do Cristo para todos os ambientes em todo o tempo e em todas as direções. Com a criação das universidades foram inauguradas cátedras de Patrologia com esse objetivo, de mostrar as pessoas que debatiam o assunto e qual a direção do pensamento que eles manifestavam, ou atrelado à ortodoxia do ensino original ou de conteúdo herético, se desviando do sentido divino.
Essa importante tarefa que criou as universidades não se pode perder com a modernidade. O conhecimento da vontade de Deus como o Pai criador não pode ser perdido ou deixado de lado, como um penduricalho interessante para manter a fé de pessoas simples, que não possuem os graus acadêmicos.
Nós, acadêmicos, não podemos deixar isso acontecer, desviar nosso pensamento da vontade de Deus que é formar uma sociedade justa, solidária, fraterna, ao invés desta que estamos vendo, com todo tipo de iniquidade prosperando, obnubilando nossa capacidade de discernimento e se aliando voluntaria ou involuntariamente à corrupção que acontece no mundo.
É importante que tenhamos uma disciplina com esse perfil na nossa Universidade, mesmo que seja opcional, para que possamos discutir sobre a vontade de Deus, reconhecendo Sua existência. Suas lições devem constituir um preventivo das maldades do mundo, doenças, guerras, pestes, etc.
Essa disciplina não deverá ter caráter religioso, e sim consciencial, sintonizando nossa consciência com a verdade e a nossa conduta com os ensinamentos do Cristo, que foi o único que colocou entre nós uma ideologia capaz de nos tirar da barbárie e nos ensinar a caminhar em direção ao divino. Um verdadeiro embaixador do Reino de Deus.
Somos desafiados a deixar de encarar os conceitos divinos como uma questão inteiramente particular, pessoalmente consoladora, mas publicamente irrelevante.
A etiqueta social de hoje não considera polido mostrar o público e o particular, ou o sagrado e o secular. Esta divisão é a força mais potente que, sozinha, mantém o divino contido na esfera particular, despojando-o do seu poder de desafiar e resgatar a totalidade da cultura.
Como unificar nossa vida fragmentada e recuperar o poder espiritual numa família universal? Precisamos argumentar e agir dentro desta proposta divina, em busca da verdade sobre a realidade total, a verdade absoluta.