Meu Diário
27/09/2023 01h11
DE VOLTA PARA A DEMOCRACIA

            Mensagens como esta que irei transcrever do vídeo que foi postado nas redes sociais, servem para irmos amadurecendo nosso pensamento e procurar a união em atos coletivos. Mesmo que isso se tenha tornado tão temerário hoje, pelo avanço das trevas sobre o horizonte do nosso país. Mas vejamos o recado...



            Gente, democracia não é sobre o que é que tem que mudar. Democracia é sobre quem deve ter o poder de mudar as coisas. É isso que significa a palavra: demo, do povo; cracia, poder. Então vamos deixar de lado as consequências, gente. Vamos nos concentrar na causa das desgraças do Brasil.



            As leis brasileiras, com todos os seus defeitos e tortuosidades, estavam genericamente dentro da chave democrática. O problema sempre foi e agora mais do que nunca, como fazer as autoridades cumprirem a lei. Como por as autoridades debaixo da lei. Tudo que a ditadura mais deseja, gente, são essas reações isoladas que a gente tem visto, de um jornalista na internet, de um deputado, de um senador, até de um partido político. Já tem cabeça de representantes de todas essas espécies lá na parede de troféus do Alexandre de Moraes. Por enquanto ele é um atirador de tocaia que opera fora do alcance das arminhas desses inimigos lá de cima da sua montanha inatingível, para fuzilar individualmente sem o menor risco de revide, cada um que levanta a voz contra o golpe. E esqueçam a lógica, a justiça, a ideologia... isso não tem efeito nenhum sobre atos de violência como esses que temos sofrido. O Estado contra o indivíduo, o Estado sempre vence. E não tem argumento mais convincente que o resultado nesse mundo canalha do qual a política brasileira é dos modelos mais bem-acabados.



            A carneirada vai pular muito mais cedo do que se pensa, como aliás já está acontecendo para o lado de quem acharem que vai ganhar. A única maneira de deter e reverter o golpe lulista, fora da guerra civil, é com um confronto de instituições. Nada de opor ao deputado ou senador fulano ao Alexandre de Moraes. No país onde nem eleger o Bolsonaro e manter ele no poder por quatro anos, muda coisa nenhuma ou é essencial. O que funciona é opor à instituição Congresso Nacional à instituição Supremo Tribunal Federal, que mais ou menos isolado na arena e por enquanto desprovido de uma Força Armada, é o instrumento do golpe lulista.



            Agora mesmo a gente vendo o Ministério Público está reagindo enquanto instituição ao arrombamento da sua porta pelo golpe, com esse ato monocrático aí do Toffoli de criminalizar a delação das roubalheiras do Lula, que a Promotoria pública do Brasil arrancou da Odebrecht, dentro de todas as regras da civilização e do Estado de Direito, ato do qual obrigatoriamente vai decorrer da criminalização de todos os promotores públicos envolvidos na Lava-Jato, individualmente. E é por aí mesmo que as coisas acontecem gente, quando o fogo chega na bunda, o cara pula pela janela. É fácil você linchar um Deltan aí na covardia, num país com uma imprensa canalha. Mas não dá para mandar prender e ara aposentar compulsoriamente, e para desmonetizar o Ministério Público como um todo. E na briga de instituição contra instituição, quem atira também pode levar tiro. E a constituição é muito clara quando ela dimensiona e aponta as armas do Congresso, as do Senado em especial para o STF e vice-versa. Pelo que está escrito lá, é o canhão do Senado que ganha sempre.



            Nós temos a chance de virar esse jogo, gente, enquanto eles não arrumarem a Força Armada que eles ainda não têm. Nós temos de forcar como nação o Congresso Nacional e agir como à constituição manda que ele aja. Eles não vão poder prender o país inteiro. Se o país inteiro gritar firme e forte, que quer os seus direitos de volta, os ditadorezinhos de papel do Supremo vão desaparecer no ar como bolas de sabão. E é do interesse do Congresso fazer isso pela mesma razão que fez o Ministério Público se mexer. Porque se não fizer e já, ele está morto e enterrado, eles vão matar a pau um a um.



            Todos os representantes eleitos do povo, e como estão na beira de fazer com todos os promotores e todos os juízes.



            Cara, vai para a rua, mas vai com foco. Vai pra rua para mandar e não para pedir. Só o que tem de mudar é quem tem o direito de mudar as coisas. Com esse poder na mao, depois a gente ver como fica o resto. Ir para a rua, gente, é por o povo no poder. Ir para a rua, empurrar o Brasil de volta para a democracia.



            O recado final, de volta para a democracia, parece ser muito apelativo, mas na prática não é realizável. A democracia que costumo ver, é o político gastar milhões para se eleger, com nosso dinheiro ou com o dinheiro de apoiadores que depois querem o retorno do investimento. Os eleitores usam esse dinheiro para justificar o seu voto. Alguém viu democracia nesse “negócio”?



Publicado por Sióstio de Lapa em 27/09/2023 às 01h11


Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr