Amor, minha querida Clara
É como dizia o vate português
“É fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente”
É como disse o profeta da Judeia
“O amor é paciente e é bondoso
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera e suporta”
E agora, como digo que amei e amarei?
Se eu sinto que o amor arde em mim
E que dói, pois eu sinto, mas não mostro
E sou paciente, e bondoso com quem amo
E tudo sofro protegido pelo amor
E tudo creio, pois atrás do mentiroso
Tem a pessoa intoxicada que eu amo
Por isso suporto, e espero que a luz
Que é a Verdade e um dia virá nos libertar
Por isso eu vejo, Maria Clara, em teus olhos
A dor do amor sufocado por um riso
Do sentimento de rancor com o seu criador
Que esperas ser perfeito como o nosso Criador
Mas eu te digo, da minha experiência
Somos bebês cheios de ignorância
Cheios de taras, doenças e tabus
E que esperamos por alguém que nos acuda.
Como podemos julgar o nosso irmão
Que como nós está preso nos pecados
Que são os erros vindos da ignorância?
Se estivéssemos no lugar dele, o que queríamos?
A compaixão, a bondade, a tolerância... não seria?
Que dissipasse com a luz generosa do amor
Todas as trevas egoístas que o mal traz?
Que a fraternidade harmonizasse os corações?
Pensando assim chegamos a Jesus Cristo
Há dois mil anos enviado pelo Pai, o Criador.
O grande mestre, protetor de nossas almas
Que ensinava para amar fazendo ao outro
Justamente aquilo que queremos que nos façam
E explicou isso do alto suplício do madeiro
Perdoando todos seus algozes, ferozes e injustos
Pois sabia, eram almas necessitadas de ajuda
Por isso eu digo, minha pequena Clara
Jamais deixe fenecer a chama do Amor
Pois ela vem direto da essência do Criador
Lubrifica a nossa alma, dilui nossos defeitos
E ajuda todos aqueles que estão ao nosso lado
Sejam próximos ou distantes, mas perdidos pelas trevas
Vença o ódio, vingança, rancor, ressentimento
Seja a luz que o seu pai precisa e nosso Pai deseja.