A nossa mente pode alcançar altos níveis de discernimento espiritual porque ela não é totalmente material. Há um núcleo espiritual em nossa mente desde a nossa criação, que vem evoluindo desde as diversas organizações da matéria, cristais, vegetais, animais até o nosso atual estágio racional e capaz de compreender a essência do Criador e Sua vontade.
Há três evidências distintas de que esse espírito reside em nossa mente humana.
Primeiro, é a comunhão humanitária, o amor. Nossa mente puramente animal pode ser gregária por autoproteção, mas apenas o intelecto administrado pelo espírito é altruísta, de um modo não egoísta, e consegue amar incondicionalmente.
Segundo, a interpretação do universo, a sabedoria. Apenas uma mente administrada pelo espírito pode compreender que o universo é amigável para com o indivíduo, apesar dos seus instintos animalescos, egoístas, onde o próprio homem pode se tornar o lobo do próprio homem.
Terceiro, a avaliação espiritual da vida, a adoração. Apenas o homem, com seu raciocínio dirigido pelo espírito pode compreender a existência do Criador e realizar a vontade divina e procurar seguir o Caminho ensinado pelo Mestre para se aproximar cada vez mais do Pai.
A nossa mente não cria os valores reais. A nossa experiência humana não gera o discernimento universal, o reconhecimento dos valores e dos significados espirituais. Tudo que a nossa mente pode fazer é descobrir, reconhecer, interpretar e escolher.
Os valores morais do universo tornam-se uma posse intelectual, pelo exercício dos três julgamentos básicos, ou escolhas da mente mortal: o autojulgamento (escolha moral), o julgamento social (escolha ética) e o julgamento de Deus (escolha religiosa).
Dessa forma, parece que todo o progresso é efetuado por uma técnica conjunta de evolução através de revelações.
Se não tivéssemos uma centelha divina desde a nossa criação, não poderíamos amar generosa e espiritualmente. Essa centelha provém do Criador universal, do Amor infinito, e denota o nosso potencial de escolha entre o bem e o mal, a verdade e o erro, o material e o espiritual, o humano e o divino, o tempo e a eternidade.
A nossa sobrevivência humana é em grande medida, dependente da consagração da nossa vontade. A experiência religiosa pessoal consiste de duas fases: a descoberta na mente e a revelação da centelha divina que reside em nós.
Por meio de uma super sofisticação ou como resultado da conduta irreligiosa de pretensos religiosos, um homem ou uma geração de homens, pode escolher suspender os seus esforços para encontrar o Deus que reside nele, pode deixar de progredir e de alcançar a revelação divina. Mas, tais atitudes de não progressão espiritual não pode perdurar por muito tempo, por causa da presença da centelha divina que possuímos. Por mais que a pessoa esteja mergulhada em iniquidades, sempre tem a oportunidade em algum momento de acontecer o discernimento espiritual e retomar sua caminhada em direção ao Pai.