As respostas que Jesus deu à Malebel, um espadaúdo assessor da justiça em Jerusalém, citado no livro “Pontos e Contos” de Chico Xavier, pelo Irmão X, traz boas considerações para a Nova Ordem de Cristo que deve contribuir para a construção do Reino de Deus.
Malebel percebeu no milagre de reprodução dos pães e peixes, o poder que emanava de Jesus. Logo ficou interessado em integrar tal poder e fez as seguintes perguntas querendo sondar de Jesus como seria o Seu Reino. Jesus responde como seria os alicerces desse Reino de Deus malogrando o interlocutor, mas que nós aqui podemos aproveitar para construir a Nova Ordem dEle.
Acatando com precisão essas respostas podemos elencar os seguintes critérios:
P – Senhor, - indagou, exultante, Malebel – és, em verdade, o arauto do novo Reino?
R – Sim, respondeu o Cristo sem titubear.
P – Em que alicerces está estabelecida a Nova Ordem?
R – Em obrigações de trabalho para todos.
P – Instituir-se-á, porém, uma organização hierárquica?
R – Como não? Acentuou o Mestre sorrindo.
P – Qual a função dos melhores?
R – Melhorar os piores.
P – E a ocupação dos mais inteligentes?
R – Instruir os ignorantes.
P – Senhor, e os bons? Que farão os homens bons dentro do novo sistema?
R – Ajudarão aos maus, a fim de que estes se façam igualmente bons.
P – E o encargo dos ricos?
R – Amparar os mais pobres para que também se enriqueçam de recursos e conhecimentos.
P – Mestre – tornou Malebel, desapontado -, quem ditará semelhantes normas?
R – O amor pelo sacrifício, que florescerá em obras de paz no caminho de todos.
P – E quem fiscalizará o funcionamento do novo regime?
R – A compreensão da responsabilidade em cada um de nós.
P – Senhor, como tudo isto é estranho! – Considerou o noviço alarmado. – Desejarás dizer que o Reino diferente prescindirá de palácios, exércitos, prisões, impostos e castigos?
R – Sim – aclarou Jesus, abertamente -, dispensará tudo isso e reclamará o espírito de renúncia, de serviço, de humildade, de paciência, de fraternidade, de sinceridade e, sobretudo, do amor de que somos credores, uns para com os outros, e a nossa vitória permanecerá muito mais na ação incessante do bem com o desprendimento da posse, na esfera de cada um, que nos próprios fundamentos da Justiça, até agora conhecidos no mundo.
Nesse instante, justamente quando os doentes e os aleijados, os pobres e os aflitos desciam da colina tomados de intenso júbilo, Malebel, o destacado funcionário de Jerusalém, exibindo terrível máscara de sarcasmo na fisionomia dantes respeitosa, voltou as costas ao Senhor, e, acompanhado por algumas centenas de pessoas bem situadas na vida, deu-se pressa em retirar-se, proferindo frases de insulto e zombaria...
O milagre dos pães fora rapidamente esquecido, dando a entender que a memória funciona dificilmente nos estômagos cheios, e, se Jesus não quis perder o contato com a multidão, naquela hora célebre, foi obrigado a descer também.
Que possamos aplicar estas orientações do Cristo na Nova Ordem que queremos construir.