Segundo o pensamento de Bernardo Küster, publicado pelo Youtube em 16-10-23, e que transcrevo de forma resumida para se tornar mais objetiva com minhas considerações quando sinto a necessidade.
O Papa disse que fazer Sínodo significa caminhar pela mesma estrada, caminhar em conjunto. No documento “A sinodalidade na vida e na missão da Igreja” tem um texto que diz “A sinodalidade, como dimensão constitutiva da Igreja, nos oferece o quadro interpretativo mais adequado para compreender o próprio ministério hierárquico.”
Este Sínodo vai ser muito diferente dos outros e vai acontecer da seguinte maneira.
Fase preparatória de consulta aos leigos. Não sei se você chegou a participar, mas alguns vão se lembrar que a partir de 2018 as paróquias começaram a lançar uma espécie de pesquisa de opinião aos paroquianos para entender melhor sobre sua situação religiosa
Fase celebrativa. Reunião dos bispos em assembleia.
Fase operativa. O momento crucial quando o Papa aprova ou não a conclusão e os documentos finais do sínodo e que for decidido vai ter que ser aceito pela igreja inteira.
Os leigos têm uma participação e um protagonismo absurdo desde o princípio: Bispos 55%; Cardeais 17%; Religiosos 3%; Outras Igrejas 4% e Leigos 21%. Um quinto dos votantes são leigos, entre homens e mulheres. Dos 13 delegados do Brasil, 2 são mulheres.
Algumas coisas podem abalar a Igreja para sempre. O Sínodo da Alemanha já permite mulheres batizando nas igrejas, bênçãos para os pares homossexuais, ainda que o Vaticano tenha dito que não podia fazer, porque a Igreja não pode abençoar o pecado. Isso é sério, pois se é aplicado na Igreja inteira? A Teologia da Libertação já saiu em vantagem neste Sínodo antes dele começar.
A Teologia da libertação é a grande parteira das ideias que vêm hoje da Igreja. Todas essas pautas que estão sendo discutidas hoje não são novas, são pautas antigas, várias delas condenadas no século passado por vários papas. O livro “Igreja, Carisma e Poder” de Leonardo Boff foi condenado e volta corrigido. O que ele propõe nesse livro é a mudança do Centro de Decisão da Igreja da seguinte forma:
Deus > Cristo > Apóstolos > Bispos > Padres > Fiéis
Cristo Espírito Santo > Comunidade/Povo de Deus > Bispo Padre Coordenador
Esta é uma proposta de subversão da Igreja, remodelação da estrutura. Um novo modelo de Igreja onde o poder seja concedido sem privilégios teológicos, como puro serviço articulado segundo as necessidades do povo, da comunidade, fazendo uma Igreja viva com serviços flexíveis e funcionais. Cada um faz nas conversas segundo o fluir do Espírito. Como uma sociedade de classes proposta por Karl Marx. Seria as ovelhas guinado as ovelhas, não seria nem as ovelhas guiando o pastor. Todo mundo vira ovelha. As lideranças seriam meramente simbólicas, não teria o sacramento da ordem, todo mundo poderia celebrar missa, dar absolvição, etc.
Ninguém poderia esperar que as ideias condenadas há 40 anos seriam discutidas dentro de um Sínodo para a Igreja universal. Está acontecendo exatamente agora em Roma. Isso mostra que a Teologia da Libertação que é esse braço marxista dentro da Igreja não morreu. Fica a questão: onde a Teologia da Libertação atua hoje e onde ela pretende atuar após o sábado. Antes ela atuava na América Latina e agora que ir para o mundo inteiro.
Mesmo que nenhuma dessas pautas avancem, mesmo que o Papa simplesmente rejeite todas as sugestões do Sínodo, dos Bispos, dos Padres, dos leigos, etc., mesmo que o Centro de Decisão da Igreja não seja alterado, isso não seria motivo para comemorar. Pois a fato de haver tantos clérigos, inclusive do alto clérigo, adeptos e dispostos a essas mudanças já é um problema de proporções inimagináveis.
Situações como esta que estamos passando aconteceu na época do Arianismo. Na época, 90% dos bispos e padres eram adeptos da heresia do Arianismo, só que os leigos não foram a maioria. Sobraram uns 8 bispos que reagiram, poucos, e todos foram canonizados, viraram santos. Os leigos não caíram nessa. Eles estavam preparados para combater e dar apoio aos bons prelados para que tudo que fosse estranho ao catolicismo fosse combatido, não tolerar aquilo.
Será que hoje estamos na mesma “pegada”? acho que não... 8% dos católicos vão à missa, significa que apenas estes cumprem o básico, quanto mais os outros 92% para se levantar contra esse mal.