Segundo o pensamento de Bernardo Küster (Uma estratégia revolucionária publicada há 40 anos), publicado pelo Youtube em 16-10-23, e que transcrevo de forma resumida para se tornar mais objetiva com meus cortes e minhas considerações quando sinto a necessidade.
Essas ideias do Leonardo Boff não são inovadoras, ele não descobriu a pólvora aqui. Como diria o Rei Salomão, “não há nada de novo debaixo do sol”.
Lembremos uma frase do cardeal emérito de Guadalajara: “A Teologia da Libertação é um experimento intelectual, centro-europeu, mas com sua prática na América Latina”. Ela foi concebida na Europa, na universidade, no convento, em vários lugares. Todo o povo da América Latina que bolou essa porcaria estudou lá. Ela se espalhou na América Latina de forma bem-sucedida, só que agora o ovo da serpente que foi bolada ali está voltando para a Europa neste Sínodo pretendendo ir para o mundo inteiro. Fez um balão de ensaio aqui e joga de volta para a Europa.
Vamos falar das origens reais dessas ideias, não apenas da Teologia da Libertação, mas das que estão rondando o Sínodo, já que a Teologia da Libertação deriva de outra heresia muito perniciosa que é o Modernismo. É falado em alguns círculos, mas o leigo não conhece.
Vamos fazer uma viagem de 800 anos atrás. No ano de 1135 na Calábria que fica no sul da Itália para falar de Joaquim de Fiore. É uma das figuras mais importantes do fim da Idade Média e uma das mais controversas, polêmicas e perigosas. É um homem de muitas faces. Ele foi um monge, abade, chefe deum mosteiro da Ordem de São Bernardo de Claraval e faleceu em 1202. Muitos dos seus textos foram elogiados por papas e depois condenados. Ele foi o primeiro a conseguir criar uma ideia que pudesse se contrapor a ideia de Santo Agostinho a respeito da história presente na Cidade de Deus.
As ideias de Joaquim de Fiore serviriam depois e como servem até hoje, como base de muitos dos movimentos revolucionários de agora, como também na Idade Média. Diversos pensadores, filósofos, citam Joaquim de Fiore como a matriz do pensamento revolucionário e um dos criadores do milenarismo. Foi escrito acerca disso a “posteridade espiritual de Joaquim de Fiore”, dois volumes de 600 páginas cada. Mostra o espírito joaquinista rondando a Igreja como está agora presente neste Sínodo.
Qual a diferença entre a concepção histórica de Joaquim de Fiore e de Santo Agostinho que viveu no século V e Joaquim 600 anos depois, (1135-1200).
Santo Agostinho na Cidade de Deus, por exemplo, conseguiu com sua ideia prevenir qualquer tentação cristã de instaurar um paraíso cristão nesta Terra pelos esforços humanos. Ele via no milênio, mil anos de Cristo, o paraíso de forma figurada e não literal. Portanto, os mil anos seria um símbolo de perfeição, era uma plenitude dos tempos que começaria com Cristo e continuaria com o mundo através da Igreja até o Juízo Final que seria a transformação da história por Deus, no casamento do Céu e da Terra com a descida da Nova Jerusalém, como está no final do Apocalipse.
Joaquim de Fiore mexeu nisso. Não era mais uma interpretação alegórica, figurada, mas uma interpretação literal dos mil anos de Cristo. Os mil anos de Cristo aconteceriam na história, neste futuro, neste mundo que estamos vivendo. Não é o momento que Deus vai mudar tudo, é o momento que o desenrolar da acoes históricas, claro, com a ajuda de Deus, mas que vai acontecer neste mundo. Não vai haver uma transformação da realidade presente, mas uma elevação, uma transfiguração do mundo. Não, vai haver apenas uma mudança contínua, progressiva, até a perfeição.